Medal of Honor: Warfighter - Análise
Uma morte silenciosa.
Para muitos esta é a geração dos chamados First-Person Shooters. Há uma quantidade colossal deste género de jogos, coisa que não faria prever há uns anos atrás, principalmente nas consolas. É um género que teve o seu reinado nos PCs, mas que as produtoras rapidamente se encarregaram de o transportar para as massas, para os milhões de compradores de consolas. Quando a quantidade é muita, há sempre o risco da existência de produtos onde a qualidade é no mínimo duvidosa, que pouco acrescentam ao que já foi elaborado no passado.
Estamos perante um jogo que tem a sua história, não fosse a franquia Medal of Honor uma das mais amadas, principalmente no passado. Recentemente, a EA iniciou um esforço em fazer renascer a série, na tentativa de lhe voltar a dar a qualidade que já teve em produções anteriores. Medal of Honor: Warfighter chega até nós um pouco na sombra de Battlefield 3, onde tenta aproveitar algumas das suas potencialidades, mas não passa disso, de uma tentativa.
Em primeiro lugar, temos a campanha para um jogador com um enredo recheado de conspirações, a luta eterna contra os grupos extremistas do Médio Oriente, onde as forças da Tier-One percorrem várias locais, como o Paquistão, Filipinas, Somália e Bósnia. Neste campo não há nada que surpreenda, mas também nem sempre existe a necessidade de surpreender, basta que seja convincente, e que o jogador a consiga acompanhar. Mas não é o caso. Em certos momentos não sabemos bem o que estamos a fazer e qual a verdadeira relação de cada missão com os respetivos eventos. Os saltos temporais na história são demasiados, e numa campanha de apenas seis horas tudo acontece à velocidade da luz, é uma confusão de todo o tamanho.
De facto, a campanha de Warfighter é, e vou repetir o que muitas vezes digo, mais do mesmo em todos as suas diversificadas componentes. Seja a história, a jogabilidade, o formato das missões e dos mapas. É tudo demasiado linear, não há liberdade para fazer o quer que seja, temos que seguir sempre um caminho preestabelecido, onde a nossa função é apenas matar os inimigos que vão aparecendo e avançar. Não existe um único esforço de fazer diferente, que pelo menos nos faça sentir que algo foi tentado.
Os inimigos são no mínimo caricatos, sabem sempre onde nos encontramos, e têm uma tendência macabra para disparar sempre contra nós, apesar de estarmos no terreno acompanhados por outros elementos. Os nossos camaradas também não são dotados de muita inteligência, pois mesmo com o inimigo a poucos centímetros muitas vezes nem uns tiros são capazes de dar.
"Frostbite 2 continua a impressionar, principalmente no primeiro nível do jogo, com o seu detalhe e poder técnico."
Não há muito a dizer sobre esta campanha, são três pares de horas penosas que nunca mais acabam. É um jogo demasiado medíocre e básico para os parâmetros atuais. A única coisa que se salva do meio de tamanha futilidade é o motor do jogo, o Frostbite 2. Continua a impressionar, principalmente no primeiro nível do jogo, com o seu detalhe e poder técnico. Mas com o avançar do jogo testemunhamos que nunca consegue atingir o que foi alcançado em Battlefield 3. O desenho dos locais que percorremos demonstra algum descuido, com muita falta de imaginação na construção dos cenários e na elaboração dos percursos. Os edifícios estão muitas vezes mal acabados, onde faltam pormenores que dariam uma atmosfera mais real.
Com esta campanha single-player, a vontade de olhar para o multiplayer não é muita. Talvez a melhor opção seja deixar de lado e passar diretamente para o MP. Mas também aqui não há nada que faça mossa a jogos como Call of Duty e Battlefield 3. A primeira experiência não foi a melhor, pois mal entrei no primeiro servidor o jogo crashou quando a ronda ia iniciar. Um mau prenúncio para o que viria a seguir?