007 Goldeneye Reloaded - Análise

O jogo consegue também oferecer alguns momentos de gameplay variado, ainda que neste aspeto alterne entre o muito bom e o "pointless". Existe uma altura em que temos que controlar um tanque de guerra, e que está excelente. Já o "matrix mode" (modo onde fica tudo lento, principalmente as balas) julgo que destoa do estilo geral do título. Pelo menos deixavam-nos utilizar este modo quando quiséssemos, em vez de o ligarem de forma aleatória quando entramos em determinadas salas.

O modo principal acaba por fazer um excelente trabalho a prender a nossa atenção, mas a aventura acaba demasiado rápido e não existe muito incentivo para repetir os níveis. Um dos desafios mais interessantes no Goldeneye original era terminar a aventura principal no modo 007 (o mais difícil), onde tínhamos que jogar de forma ultra cuidadosa, e o mais "stealth" possível. Esta versão Reloaded é mais focada num estilo de ação mais frenético, sempre com imensos inimigos para eliminar. O nível de dificuldade mais elevado acaba por ser o mesmo, mas com adversários mais duros, uma armadura limitada que nos torna mais vulneráveis, e fundamentalmente mais frustração associada.

O modo de jogo MI6 é uma boa forma de passar o tempo fora do modo principal, mas as missões tornam-se rapidamente repetitivas. Os objetivos variam entre segmentos onde temos que jogar defensiva e ofensivamente, com alguns momentos de stealth à mistura. Já o modo multijogador faz um excelente jus ao nome que o jogo enverga, e é o único aspeto que vos fará voltar a este 007 Goldeneye Reloaded depois de terminados os outros modos.

O modo multijogador do Goldeneye original foi um dos principais responsáveis pelo sucesso do jogo da Rare, e por isso era importante que os produtores apostassem neste particular em Reloaded. Existe suporte para partidas online, e o famoso modo em ecrã dividido também marca presença, para confrontos em casa com os amigos. Gostei imenso da variedade de modos de jogo disponível para as partidas, em particular do conhecido modo "Golden Gun", a famosa pistola que apesar de lenta, elimina qualquer adversário com apenas um tiro. O modo "Paintball" também merece uma menção honrosa. No topo de tudo isto, o jogo suporta partidas de até 16 jogadores, ao contrário da versão Wii que apenas suportava 8. Durante as partidas, as "kills" recompensam ainda o jogador com experiência, que depois é utilizada para desbloquear uma série de itens. Parece norma nos dias de hoje.

Em termos gráficos o jogo está com melhor aspeto do que na sua primeira aparição na wii, mas ainda assim muito longe do que se exige nos dias de hoje. As animações das várias personagens são pobres, e a de Bond ainda pior. Lembro-me da famosa parte em que o agente secreto salta de uma barragem, o que deveria se um momento épico torna-se num momento embaraçoso, com o corpo de Bond parecendo um boneco a cair. Algumas texturas são enevoadas, e não resisto ainda em reclamar com o segmento da discoteca. A determinada altura temos que encontrar uma pessoa dentro de um clube noturno repleto de gente, e foi uma experiência horrível. Primeiro porque não é divertido andar de smartphone em punho a apontar para a cara das pessoas (ainda pior com más animações), e depois porque o ambiente tem algumas paredes invisíveis e pessoas cujos corpos parecem feitos de pedra, basta que um dedo de alguém esteja no vosso caminho, e não é possível passar.

A tal secção onde Bond se atira de uma barragem precede um daqueles momentos introdutórios clássicos dos filmes de 007, sempre com uma música original de um artista famoso. Para quem se lembra, Tina Turner foi a responsável pelo tema Goldeneye, sinceramente uma das melhores músicas dos filmes do agente secreto. Em Reloaded, este tema foi replicado mas interpretado de forma diferente, moderno digamos. Esta qualidade, de uma forma geral mantem-se nos outros temas do jogo, no entanto, os diálogos não acompanham este padrão. São medíocres, por vezes até irritantes, sempre com os npc a repetir as mesmas linhas de diálogo.