10 sequelas que precisam de acontecer
Títulos esquecidos pelas editoras mas não pelos jogadores.
Ame-se ou odeie-se, as sequelas são a força motriz de várias indústrias criativas e os videojogos não são excepção. Um número depois do título não significa necessariamente que vem aí mais do mesmo ou que a indústria está criativamente falida. Na maioria dos casos, significa que os fãs querem ver aqueles personagens e universos revisitados e estão dispostos a pagar por isso. Apesar de tudo, para cada Assassin's Creed ou Call of Duty anual, existem algumas pérolas que, apesar do sucesso crítico e comercial, o seu legado vive apenas na memória dos fãs.
Numa altura em que se fala cada vez mais da muito esperada conclusão da série Shenmue, decidi desenterrar outros títulos que ficaram na memória dos jogadores e aos quais as editoras deviam dar uma nova oportunidade.Deixo de fora escolhas óbvias como Half-Life 3, Fallout 4 ou Red Dead que todos sabemos irão acontecer. Talvez um dia.Por este andar, quando já cá não estivermos. Se a coisa correr bem.
Sem mais demoras, vamos a isto:
Beyond Good & Evil
Começo com uma escolha óbvia. Beyond Good & Evil é um clássico da sexta geração que, apesar de universalmente aclamado pela crítica, não conseguiu atrair a atenção dos jogadores no muito competitivo natal de 2003 (foi lançado praticamente em cima de Prince of Persia: Sands of Time, também da Ubisoft). Entretanto foi lançada uma versão HD do jogo na PSN e XBox Live para ver se o público ainda se lembrava da série. Eu fiz o meu dever e comprei a minha cópia.
Hipóteses de voltar: Muito boas mas quando? Em 2008 foi revelado que uma sequela estava a ser produzida mas muito pouco se sabe sobre ela. A equipa é pequena e, entretanto, já trabalhou em Rayman Origins, Legends, e ZombiU. Esperemos que retomem os trabalhos em BG&E 2 para lhe podermos meter as mãos em cima antes da chegada da Xbox Two e da PlayStation 5.
Psychonauts
A história de Psychonauts é muito similar ao de Beyond Good & Evil. Lançado na Europa um ano depois de estar disponível nos EUA, passou ao lado da maioria dos jogadores apesar de ter sido aclamado pela crítica. O jogo é Tim Schafer clássico: personagens carismáticas, escrita inteligente, conceito soberbo e vendas baixas. A estética é capaz de afastar muito gente mas dificilmente arranjam um jogo de plataformas com melhor escrita.
Hipóteses de voltar: Poucas. Tim Schafer admitiu que gostava de trabalhar numa sequela mas a realidade é que, até ao momento, não existem quaisquer sinais que isso venha a acontecer.
Eternal Darkness
Outra vítima de fracas vendas, Eternal Darkness é um original e assustador jogo de terror que teve o "azar" de ser um exclusivo da consola menos popular da sua geração. O jogo é conhecido por quebrar várias vezes a chamada "quarta parede", levando o jogador a questionar se o que está a acontecer é real ou um bug do jogo. A título de exemplo, dois dos maiores sustos que o jogo prega é a mensagem de que está a formatar o nosso cartão de memória ou um blue screen of death, como no Windows.
Hipóteses de voltar: É possível. A Nintendo ainda há bem pouco tempo renovou a marca e a Silicon Knights sempre quis trabalhar numa sequela. Só não o fez por causa dos problemas legais que tem com a Epic Games. Entretanto, uma campanha de crowdfunding para lançar um sucessor espiritual caiu por terra depois de um dos envolvidos ter sido acusado de possuir pornografia infantil. Uma nova campanha foi para a frente mas falhou o seu objectivo, talvez por a imagem do projecto ter ficado manchada.
Chrono Trigger/Cross
Este é o grande mistério desta lista. Chrono Trigger ainda hoje é considerado uma referência no género JRPG e a sua sequela, Chrono Cross, foi bem recebida tanto por fãs como por críticos (apesar de, por alguma razão, nunca ter chegado à Europa). Ao todo, os dois títulos venderam mais de 6 milhões de unidades e Chrono Trigger é presença habitual em tudo quanto é plataforma e lista de melhores jogos de todos os tempos.
Hipóteses de voltar: Zero, pelo menos nos próximos anos. Como já é costume, a Square Enix não ficou satisfeita com as 1.25M de unidades que o port do jogo, 13 anos depois do lançamento original, vendeu na Nintendo DS (é capaz de ser um dos relançamentos melhor sucedidos de sempre) e já referiu que é muito improvável que a empresa trabalhe num novo jogo da série. Como se não bastasse, obrigou ao cancelamento de um projecto de fãs para ressuscitar a série, levando a que, efectivamente, Final Fantasy XIII tenha mais sequelas do que a série Chrono.
Timesplitters
Timesplitters foi uma das séries de FPSs mais populares dos tempos em que era o máximo jogar com mais três amigos em ecrã dividido. A série atingiu o seu pico com o segundo jogo mas as vendas do terceiro, lançado no mesmo mês que God of War e Devil May Cry 3, foram desapontantes. Timesplitters 4 ainda esteve nos planos da Free Radical mas acabou por ser cancelado assim que a empresa foi adquirida e se tornou na Crytek UK.
Hipóteses de voltar: Vai voltar! Os fãs da série não descansaram enquanto não a trouxeram de volta. Foi lançada a campanha 100.000 strong for Timesplitters 4 (que apenas alcançou pouco mais de metade desse número) e a Crytek deu autorização para que uma sequela feita por fãs fosse lançada. Podem seguir aqui o projecto Timesplitters Rewind.
Aprende, Square Enix.