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2014 FIFA World Cup Brazil - Antevisão

Mundial de futebol com Samba.

Estamos já a quase três meses do torneio mundial de futebol. A contagem final para a abertura do torneio está em marcha e ultimam-se os preparativos no Brasil, a nação anfitriã que é simultaneamente uma das grandes candidatas à vitória. É o maior evento desportivo do planeta, com ponto de convergência na América do Sul. É para lá que viajarão as equipas apuradas. Umas à procura da glória suprema - o momento da entrega da taça -, outras transportando consigo a esperança de uma representação condigna.

Para os portugueses, a participação em campeonatos do mundo tem-se tornado num hábito. Desde 2002 que a selecção das quinas não falha uma presença na fase final. Pelo meio com alguns bons resultados, os objectivos não são menores desta vez. Com o melhor jogador de futebol do mundo na delegação portuguesa, Cristiano Ronaldo funciona como vértice dos titulares que a audiência quer seguir em campo com atenção. Se isso é sinónimo de responsabilidade, o português oriundo da Madeira tem-nos habituado a não deixar de corresponder em campo às expectativas, e a premiar o seu real valor quando chamado a serviço. Mas como o futebol é um desporto colectivo, Ronaldo sabe que pode contar com os seus colegas.

O mesmo pode ser também considerado a respeito do trabalho da EA Sports, que mais uma vez está na primeira fila de acompanhamento do torneio mundial, ao voltar a entregar uma nova edição de FIFA World Cup, totalmente oficial e promotora de uma atmosfera única que se viverá no Brasil. Mas foi em Madrid que encontramos o produtor Matthew Prior e pudemos experimentar as primeiras sensações videojogáveis do 2014 Fifa World Cup Brasil.

Uma das principais preocupações da EA, nesta edição muito específica da série FIFA, é precisamente a recriação do ambiente que se viverá ao longo de 30 dias. No Brasil o futebol é uma religião e isso não será descurado, principalmente ao nível das animações relativas aos adeptos no estádio, com muito samba a sair das colunas de som. Totalmente ancorado nas selecções e nos estádios integradores da prova, as mudanças na jogabilidade procuram servir sobretudo autenticidade e imersão. O termo específico para este desenvolvimento é World Class Control. Os produtores levaram em conta o feedback dos fãs a respeito do último jogo da série e desenvolveram uma resposta melhorada do drible (a bola circula mais próxima do pé), assim como um toque de bola entre os colegas com mais velocidade e melhor resposta.

A salvaguardar também as melhorias ao nível das animações, com pequenos toques na bola que fazem a diferença se realizados com os melhores. Neymar, para ilustrar um exemplo, recolhe a bola com a lateral do pé e levanta-a no momento em que o adversário procura o contacto. Os melhores do mundo terão alguma facilidade na execução destas técnicas, embora os defesas estejam sempre por perto e prontos para cortar uma bola alta, antecipando-se nas costas do avançado, saltando mais alto e cortando a bola para a frente.

Durante a competição, a marcação de grandes penalidades é inevitável. Muitos dos grandes jogadores são chamados a bater a bola diante do guarda-redes e é aí que normalmente as coisas se complicam e não só para quem defende. Ainda me recordo bem daquele remate por cima da trave do imenso Roberto Baggio contra o Brasil em 1994. Desta vez, durante as marcações das grandes-penalidades os guarda-redes estarão muito mais dispostos a impedir o adversário de se concentrar, fazendo movimentos com os braços e corpo, dando até indicações sobre que lado o jogador poderá rematar. A relevância extra trouxe novas animações e também uma melhor inteligência artificial.

A ligação da EA Sports à Adidas, a responsável pela produção da bola, permitiu recolher uma série de dados sobre os testes realizados pela fabricante, de modo a conseguir uma física realista, com trajectórias de remate bastante fidedignas. Outro dado relevante sobre o jogo tem que ver com a inclusão de um modo para principiantes. A EA Sports sabe que cerca de 50% dos jogadores do Fifa World Cup nunca jogaram um FIFA e o objectivo passa por lhes garantir uma integração. Refira-se que este é um modo opcional, pelo que podem sempre passar à frente. Neste nível de dificuldade a inteligência artificial é menos agressiva e perde-se bastante do realismo.

Quanto aos modos de jogo, estes dividem-se entre online e offline. Na primeira divisão, o primeiro modo é o Road to Rio de Janeiro. É por aqui que os jogadores serão apresentados ao torneio que decorrerá no Brasil, com muitas informações sobre as cidades e estádios que acolherão a competição. Através do online FIFA World Cup, os jogadores são colocados num ambiente em rede que simula a competição. Vencer o torneio com uma das equipas presentes no mundial implica ganhar sete jogos consecutivamente, pelo que será bastante difícil ganhar o troféu. Será possível seguir o resultado dos amigos, na eventualidade de uma eliminação, e observar qual foi o melhor.

Por outro lado, o modo Story of Finals funciona como um recapitular dos momentos decisivos do mundial. Este modo fez parte de FIFA 2010, um desafio quase diário e que continuará em força nesta edição, permitindo que os jogadores alcancem, pouco tempo depois de um jogo que findou, um resultado diferente. Os objectivos para cada desafio serão bastante diferenciados e actualizados com regularidade.

Na divisão dos modos de jogo offline, o primeiro é Liderar o teu País, seguido do Road to Fifa World Cup, que envolve qualquer selecção do planeta. No modo História da Qualificação, que envolve a fase de apuramento, é uma boa oportunidade para mostrar que o campeonato do mundo é muito maior do que a competição vivida ao longo de um mês. Através deste modo podem jogar com as selecções mais pequenas e não presentes na competição. Para isso foram incluídos novos estádios originais, situados em diferentes pontos do globo.

"Das bancadas chega mais emoção, cor e entusiasmo. Há um imediato contagio daquele ambiente autêntico e festivo bem patente nos palcos onde se realizam os encontros."

Aos treinos foi atribuído um papel relevante e de melhoramento das habilidades dos jogadores, ao ponto de ficar disponível no intervalo de cada jogo. O objectivo é influenciar o desenvolvimento da equipa. Supondo que se pretende melhorar o trabalho defensivo, será permitido eleger os jogadores participantes nessa afinação da táctica, automática ou manualmente. O treino pode ser praticado individualmente mas também podem juntar mais 3 jogadores.

Das bancadas chega mais emoção, cor e entusiasmo. Há um imediato contagio daquele ambiente autêntico e festivo bem patente nos palcos onde se realizam os encontros. Mas não é só nas bancadas ou nos recintos ao ar livre das grandes capitais mundiais onde os fãs se reúnem para seguir o evento através de um mega ecrã. À volta do relvado o destaque irá para os treinadores, os mestres da táctica e os primeiros a vibrarem com os golos dos seus pupilos. Scolari, Del Bosque, Louis Van Gaal e até o nosso Paulo Bento, são alguns dos treinadores que imediatamente identificamos, embora o tempo dirá se estas cut-scenes não se tornarão cansativas. Quanto ao número total de estádios, haverá 21, 12 deles oficiais, entre os quais se encontra o Maracaná que servirá a final do torneio.

Neste primeiro contacto, 2014 FIFA World Cup deixou impressões bastante positivas. A jogabilidade é ligeiramente diferente da recente evolução FIFA embora não traga rupturas relevantes mas refinamentos que entram em sintonia com a emoção que deriva do torneio. Haverá remates potentes, toques técnicos e uma atmosfera de mundial. O jogo estará disponível unicamente para a Xbox 360 e para PlayStation 3. A EA Sports não considerou o investimento que teria de fazer para o lançar na nova geração de consolas, por ser ainda um mercado muito pequeno por comparação com o mercado da geração anterior. Além disso, há uma expectativa grande em torno do país anfitrião e como por lá as consolas da nova geração quase não existem, a produtora prefere jogar seguro.

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