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3D Sonic the Hedgehog 2 - Análise

Super sónico.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
A M2 torna ainda mais brilhante um excelente jogo da Mega Drive. O 16º e final jogo da linha 3D classics é da 16 bit da Sega.

Com 3D Sonic the Hedgehog 2 fica concluído o segundo segmento de jogos Sega 3D Classics editados pela Sega, na Europa, e exclusivamente para a portátil Nintendo 3DS. Este é também o final do projecto de jogos remasterizados pela Sega em 3D. E que final. Concluir uma das mais impressionantes jornadas que a Sega desenvolveu nos últimos anos com a sequela de um dos melhores jogos de plataformas da geração 16 bit parece-nos a melhor forma de efectivar uma despedida diante dos fãs. Não só por se tratar de um dos jogos mais representativos da Mega Drive, que explodiu por todo o mundo no começo da década de 90, mas por consolidar o brilhantismo e o conceito de Sonic the Hedgehog.

Momento inesquecível.

Para a plataforma que marcou legiões de fãs, a Sega ainda lançou mais títulos relevantes com o Sonic na capa, a sua mascote de então. Sonic the Hedgehog 3 saiu em 1994, Sonic & Knuckles mais perto do Natal desse ano e Sonic 3D Blast, já em 1996, quando a Sega Saturn (sucessora da Mega Drive e 32 X) já se encontrava no mercado. Os anos seguintes não foram muito positivos para os fãs do ouriço mais rápido do planeta e só com a Dreamcast, em glorioso 3D, rebaptizado como Sonic Adventures, é que foi perceptível uma evolução segura perante os originais. Desde então para cá que Sonic the Hedgehog permanece longe da melhor forma, desiludindo por vezes os fãs com produções que não chegam a roçar o mínimo de qualidade exigida e que acabam por esmorecer as expectativas de um regresso à melhor forma.

Como tivemos oportunidade de deixar claro em anteriores análises da linha 3D Sega Classics, estamos muito longe de produções ou remasterizações assentes unicamente no factor nostalgia. A trilogia Sonic the Hedgehog da Mega Drive é uma das melhores execuções dentro do género acção e plataformas, exibindo o potencial da consola e materializando com sucesso ideias um pouco diferentes da maioria dos jogos de plataformas. Com foco na velocidade, muitos loops, um grafismo exuberante, contagiante e arrebatador, e uma jogabilidade irrepreensível, é uma trilogia sem paralelo. Nela encontramos muito do ADN da Sega: propostas com atenção à jogabilidade rápida e imediata, muito típica das arcadas e ao mesmo tempo uma ideia muito sólida que Yuji Naka desenvolveu quando pensou em Sonic e nos seus compridos níveis.

Entre plataformas e muitos loops.

Com uma versão Mega Drive que ainda se joga muito bem nos dias de hoje, a equipa M2 da Sega, liderada pelos inapeláveis Yosuke Okunari e Naoki Hori (uma entrevista com eles através da Sega Blogs pode ser lida por aqui), voltou a fazer um magnífico trabalho, não apenas no restauro e emulação perfeita na portátil 3DS, mas indo mais longe, oferecendo opções e conteúdos que a versão Mega Drive não tem. A começar desde logo pela profundidade gerada em termos tridimensionais, no ecrã superior, que à semelhança do original, encontra-se bem implementada, sem afectar a fantástica cadência de fotogramas por segundo.

O modo multiplayer pode ser experimentado com um segundo jogador, através de ligação local. Infelizmente o ecrã é dividido horizontalmente, o que estreita o campo de visão, podendo causar até alguma desorientação. Porém, e como Sonic the Hedgehog introduz uma segunda personagem (Tails), que no modo campanha individual é controlado pelo computador, ambos os jogadores poderão tirar proveito de personagens distintas, até porque o controlo de Tails é um pouco diferente.

Outra novidade respeita à implementação de um modo chamado "Ring Keeper", no qual começam um nível com dez anéis e sempre que sofrem um dano não perdem a totalidade dos anéis mas apenas metade, o que facilita um pouco mais a tarefa, especialmente nas "boss fights". Para lá das versões internacionais e dos diferentes formatos da Mega Drive, poderão aceder a todos os níveis desde o início, o que vos deixa jogar uma área preferida imediatamente. Mas se quiserem descobrir o verdadeiro final do jogo, então terão de coleccionar as 7 esmeraldas Chaos.

Yosuke Okunari e Naoki Hori posam diante de um poster de promoção da versão ocidental para a Mega Drive

Quanto à extensão dos níveis, estamos perante uma clara evolução face ao original, com áreas mais extensas, tanto em termos verticais como horizontais. É certo que a precisão nunca foi um dos pontos fortes no controlo de Sonic, mas também nunca foi um aspecto negativo, dado que o importante do conceito do jogo radica na velocidade e possibilidade de atravessar rapidamente as áreas, superando obstáculos, desafios e recolhendo o maior número possível de anéis, imprescindíveis para aceder às áreas secretas.

As secções tridimensionais foram um dos destaques do jogo em 1992, quando numa espécie de tubo colorido, deslocávamos Sonic para a direita ou esquerda de modo a ir ao encontro dos anéis, podendo encontrar a esmeralda no final. Paira algum contraste, em termos de execução, perante os níveis mais tridimensionais, podendo valer mais pelo factor nostalgia do que propriamente pela qualidade da jogabilidade, que não está tão em sintonia com a componente principal do jogo.

Os dados históricos apontam para Sonic the Hedgehog 2 como o jogo que a nível mundial teve mais impacto na Mega Drive, superando o original e lançando Sonic numa verdadeira epopeia, assumindo a posição de mascote da Sega, símbolo de uma geração e o grande rival de Super Mario. A versão 3D que agora testámos atesta a qualidade da versão Mega Drive, à custa de um magnífico trabalho desta pequeníssima divisão da Sega, que se mostrou verdadeiramente exemplar, com um trabalho que deveria ser mostrado a outros departamentos da Sega como um caminho a seguir. Este jogo é um pedaço da melhor história da Sega e poder levá-lo à categoria de portátil, com 60 fotogramas por segundo, um colorido muito forte e uma jogabilidade muito apurada é muito mais do que uma memória ou mero exercício nostálgico, é puro "show" interactivo.

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