3rd Birthday
Ai a Brea! Entrevista com Yoshinori Kitase.
Desaparecido desde os tempos da primeira Playstation, Parasite Eve foi uma franquia que se destacou por aliar uma protagonista, opção pouco comum, a uma história que se desenrolava numa época contemporânea. Apesar de se afastar da maioria dos clichés que compunham o género na altura, ainda assim as aventuras de Aya Brea viram-se guardadas no armário de Square ao longo dos últimos anos.
Parasite Eve pode ter desaparecido do título, mas a visão de uma heroína a manejar armas através de cenários citadinos é já familiar. O primeiro Parasite Eve apostava na exploração de cenários fechados e apresentava um excepcional sistema de combate por turnos. Já a sequela posicionava-se como um survival horror puro. Para o terceiro jogo de Aya, o termo de comparação é algo como Metal Gear Solid: Peace Walker. Desta vez, a câmara desloca-se em permanência para as costas de Aya que, munida de um arsenal bélico, combate às estranhas formas de vida que atacam Manhattan.
Acontece que desta vez não o faz sozinha, estando acompanhada por vários civis e militares que combatem a seu lado. Construindo sobre a habitual preponderância de poderes sobrenaturais no universo de Parasite Eve, neste jogo Aya tem a habilidade de possuir o corpo de outros humanos. Controlando desta forma as suas acções e usando as suas habilidades individuais.
Quando Aya toma posse de um corpo, essa pessoa torna-se Aya, tomando a sua forma física. Aparentemente, segundo Kitase, por um motivo unicamente estético, acharam que o jogador preferiria olhar para a personagem principal a maior parte do tempo em vez de soldados genéricos.
Ao tomar posse de um corpo alheio Aya tem acesso à arma específica a esse outro corpo. Além dessa, Aya tem sempre à disposição três armas (que o jogador pode personalizar). Saltar de corpo para corpo é imediato e permite-nos atravessar um campo de batalha em escassos segundos. Kitase explicou-nos a preponderância de uma gestão cuidadosa das munições das armas, que serão escassas (embora a arma básica de Aya tenha munições infinitas). Ao mesmo tempo, saltar para outro corpo pode ser a escapatória ideal a uma morte certa afastando o jogador do perigo.
O botão L serve para trancar a mira nos adversários, tendo Aya total liberdade de movimentos durante o combate, possuindo até uma esquiva muito útil. E ainda bem, pois a generalidade dos inimigos que vimos eram - além de poderosos - muito rápidos.
Aproveitando a sua presença na Gamescom, questionámos Yoshinori Kitase sobre alguns elementos do seu mais recente título, 3rd Birthday, embora apenas nos tenham dado alguns minutos para tal.
Qual o motivo da decisão de voltar a Parasite Eve agora, após dez anos de ausência?
Ao longo desses dez anos, não abandonámos a saga em si, desenvolvemos vários protótipos ao longo dos anos, mas nunca levávamos os projectos em frente. Mas desta vez realmente encontrámos algo com que nos sentíamos confortáveis.
Protagonistas do sexo feminino não são muito habituais no mundo dos videojogos, imaginar a personagem de Aya Brea para este seu novo jogo trouxe alguns desafios?
Nos primeiros dois jogos Aya Brea mostrava-se como uma mulher cheia de força e vontade. Neste jogo, ao contrário, revela-se muito frágil e assustada, pelo menos no segmento inicial do jogo. Uma das pretensões foi a de criar um cenário em que os novos jogadores pudessem criar empatia com a personagem num momento inicial e lentamente começar a aperceber-se da sua verdadeira natureza, a que demonstrou nos jogos anteriores. Ainda assim, convém realçar que a história dos Parasite Eve não é relevante para a deste jogo.
Que motor de jogo utilizaram neste jogo?
O motor de jogo de 3rd Birthday é partilhado com o de Final Fantasy Agito XIII, sendo que ambos os jogos partilham o director, Hajime Tabata . No entanto, nos segmentos de acção, o movimento do personagem e afins, desenvolvemos o jogo em colaboração com um estúdio exterior com muita experiência no género.
A progressão das habilidades está ligada unicamente à história como previamente anunciado, ou o jogo tem uma verdadeira componente de progressão no bom estilo dos rpgs?
Cada inimigo destruído dá uma quantidade de experiência, e Aya sobe de nível e desbloqueia novas habilidades, ou seja, é aquilo que habitualmente encontramos num jogo com elementos de rpg, e não uma experiência completamente dependente da progressão na história.
Apesar de pouco ter sido revelado acerca da história, 3rd Birthday aparentava estar já num estado avançado de desenvolvimento, sendo acima de tudo competente nas mecânicas que emprega. Ainda assim, o jogo precisará de uma história interessante, contada de forma convincente, para triunfar. O tempo dirá se apostar no renascimento desta franquia será fortuito.