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A caminho de Street Fighter IV - Parte 2

Como Street Fighter II abriu ao mundo a porta dos fighting games e a sua evolução.

Street Fighter II, Champion Edition

Em Abril de 1992, quando a Capcom lançou uma versão melhorada de SF II com o subtítulo Champion Edition, os fighting games estavam envolvidos numa popularidade cada vez mais crescente. Nesse trilho outras produtoras queriam agarrar uma fatia do bolo e começaram a desenvolver jogos similares.

A SNK lançou o jogo Fatal Fury: Legend of the Ungry Wolf, com a novidade dos dois planos de combate, mas a verdade é que a Capcom estava em alta, com uma boa distância da concorrência, e detinha uma estrutura muito eficiente e popular junto dos jogadores. O objectivo era rentabilizar o capítulo anterior, por um lado através de um equilíbrio mais justo, mas a maior concessão foi, sem dúvida, a disponibilidade dos quatro bosses do jogo anterior.

Os quatro bosses despertaram uma onda de entusiasmo. Bison, quando bem manobrado, era difícil de vencer.

Anteriormente apenas controlados pelo computador, nesta edição muitos jogadores puderam finalmente assumir o comando de Balrog, Vega, Bison e Sagat. Além disso passou a ser permitido controlar os mesmos lutadores para um combate em “versus”. A possibilidade de atribuir diferentes cores às roupas das personagens foi recebida com entusiasmo. Mas mais importante foi mesmo a inclusão dos camaradas de Mr Bison, a concretização de um sonho para muitos fãs. E com este avanço disparou a popularidade de Street Fighter, assim como a afluência às arcades.

Com imensas moedas a caírem nas máquinas da Capcom enxertou-se um novo alento para a evolução dos fighting games. Assim, e durante algum tempo, a exploração dos poderes das quatro novas personagens disponíveis para controlo, constituiu o cerne de SF II CE. Em termos de técnicas de combate os jogadores ficaram fãs dos quatro lutadores e para muitos Bison tinha técnicas que, quando bem utilizadas, causavam grande desgaste no adversário, de tal modo que o “double-knee press” fazia pesar a balança para quem dominava a técnica. Muitos jogadores abusavam desse ataque e usavam a técnica até ceifar totalmente a vida ao adversário, que não tinha grandes hipóteses para se defender.

À medida que os jogadores ficaram mais experientes lançou-se o debate sobre a utilização das técnicas “chain”, ou também denominado de “chaining” que consistia no uso repetido de movimentos especiais combinados com projecção do adversário e que impediam uma resposta do adversário. Muitos jogadores sentiram mesmo que o uso de determinadas combinações faziam pender o combate para um lado com facilidade.

Os produtores subtraíram algum poder de Guile para garantir maior equilíbrio. Os jogadores passaram também a poder defrontar-se usando a mesma personagem.

A discussão sobre a admissibilidade das técnicas até se pôs em alguns salões de arcadas, mas até neste ponto os jogadores se dividiram; uma boa parte favorável ao esquema e outra a pugnar por mais equilíbrio. Quanto às personagens mais conhecidas, nomeadamente Ryu, Ken, Guile e Chun-Li, apesar de algumas alterações na forma como efectuavam os ataques, mantiveram-se próximos do esquema implementado no jogo anterior. No final SF CE acabou por representar uma versão melhorada da anterior e não tanto uma verdadeira sequela. Apesar disso solidificou o género dos “fighting games”.