A incrível Jornada de um RPG Brasileiro
Conheça A Jornada - Em Busca das Runas Perdidas.
Já imaginou um jogo RPG feito inteiramente por apenas uma pessoa? Esta ousada iniciativa está sendo realizada pelo brasileiro Breno Giovanelli. Conversamos um pouco com ele para saber o que está por vir em A Jornada - Em Busca das Runas Perdidas e, também, em que fase de produção se encontra. Mas antes de tudo, precisamos conhecer o que motivou o início do projeto.
“A Jornada” vai muito além do jogo
Procurando inovar sua carreira, Breno Giovanelli, brasileiro residente do estado do Espírito Santo, deixou a profissão de designer multimídia em segundo plano, onde atuava há cerca de 10 anos, afim de explorar novos horizontes. Como fã assíduo de jogos de RPG, ele decidiu desafiar-se para produzir algo que tanto amava: uma história de fantasia sua, dando o primeiro fôlego a Logan Studio e ao que conhecemos hoje como A Jornada. Os primeiros passos do projeto começou com protótipo mobile 2D no software de criação Construct 2. Tudo era muito simplista nessa época, mas não na mente de Breno, que explodia de ideias. “Como todo mundo, sempre gostei muito de jogos, desde a infância. Iniciei no Atari. Minha curiosidade aumentou quando comprei um bom computador e passei a “futucar” a engine”. Esta curiosidade levou o profissional a explorar outras áreas que não eram comuns no seu dia a dia.
Com noções em design, ele decidiu estudar modelagem 3D, afim de elevar sua aptidão na criação de jogos. Desta maneira, ele conseguiria expandir suas possibilidades criando um jogo rico e completo - como era sua intenção desde o início. Motivado pelo RPG de sua autoria, Breno buscou aprimorar-se incansavelmente nas ferramentas de produção em três dimensões. “Se eu mostrar meus modelos iniciais, as pessoas iriam rir!” - revela Breno, um tanto envergonhado.
(Curioso para ver toda a caminhada? Acompanhe a primeira versão, então assista a segunda, terceira, quarta e por último a mais recente)
Atualmente o desenvolvedor brasileiro está 100% dedicado à Unreal Engine 4, mas ele chegou a experimentar outros motores, como a Cry Engine e a Unity.
Ao decorrer do tempo, A Jornada - Em Busca das Runas Perdidas ganhava corpo, apresentando um visual muito competente e mecânicas bem estruturadas. Mas, o resultado não poderia ser diferente, levando em consideração as referências que o desenvolvedor tinha. Quais seriam? Os clássicos do JRPG, é claro. “Decidi o rumo relembrando de jogos como Breath of Fire, Legend of Dragon, Final Fantasy e Legend of Mana”. Mesmo levando em consideração as dificuldades de estar sendo desenvolvido solitariamente, Breno optou em montar um incrível mundo semiaberto. Isto significa que haverá grandes áreas que podem ser exploradas pelo jogador, mas ao mudar de uma região específica para outra, será necessário aguardar um carregamento. Este modelo é nomeado de “áreas instanciadas” e é muito comum na indústria.
Conhecendo Logana e o mundo de Aidualc
O teaser da cena inicial e os gameplays apresentados até então trazem um clima naval, levando um ar mais “caribenho” com lendas marítimas e aventuras piratas. Mas a experiência não para por aí, outros biomas de clima desértico, polos gelados de sensações térmicas abaixo de zero, montanhas íngremes de alta periculosidade e pântanos obscuros estão sendo planejados. A exploração destes locais, não necessariamente linear, dará rumo à história fantasiosa de A Jornada. Adentrando nos pormenores, acompanharemos a pirata Logana, que navega os mares mais perigosos em busca de tesouros e recompensas. Mas, ao longo de uma das suas aventuras, acaba sendo atingida por um estranho tornado e, misticamente, é levada para o mundo fantástico de Aidualc, bem similar ao filme As Viagens de Gulliver, estrelado por Jack Black (Gulliver's Travels, em inglês). Lá, existem runas que emanam tanto poder que permitem que seus portadores governem reinos inteiros. Decidida e gananciosa, ela sai à procura de todos estes artefatos para se tornar inigualável.
Não podemos esquecer que Logana é uma pirata, então - pelo menos inicialmente - ela não será muito agradável, mostrando-se ríspida e grosseira no desenrolar de sua caminhada. Porém, o enredo dará possibilidade do jogador mudar essa personalidade, tomando escolhas de forma branda e, se preferir, continuar seguindo um caminho mais cruel e turvo. “Ela é uma pirata, com a características [comuns] de pirata, ou seja, arrogante e grossa. Dependendo do jogador, vai continuar assim, ou ficará mais tranquila”, deixa claro Breno sobre Logana. Atendendo a isso, as escolhas morais afetarão, de alguma maneira, o mundo à sua volta. “O jogo contém um sistema de conquista. Ao realizar missões secundárias ajudando outros, por exemplo, aumentará os pontos de conquista. Quanto maior for a sua conquista, maior a chance de ganhar benefícios dos NPCs, talvez uma arma, itens ou apenas uma mensagem de agradecimento”, explica Breno. Outro ponto importante é que as missões secundárias irão afetar na história principal e, consequentemente, no fechamento dela. As escolhas do jogador abrirão portas pra que diferentes finais aconteçam, sejam eles positivos ou negativos.
As runas guiarão as aventuras
Com toda certeza, o poder das runas é o tema principal da aventura. A cada runa adquirida, o jogador absorverá mais poder e, assim, mais habilidades. Entre elas encontramos o famoso pulo duplo, impulsionamento, invocação de objetos e magias que causam dano massivo. A árvore de habilidades de Logana progredirá ao adquirir novas runas, sendo decisivo para o escalonamento da personagem.
"Curiosidade: A nomenclatura Aidualc foi dada com a inversão do nome Claudia, esposa de Breno".
Por exemplo, ao obter a runa de velocidade, o jogador habilitará a esquiva, correrá mais rápido e levará mais tempo para se cansar. Mas isso não se resume apenas nas mecânicas de combate e mobilidade. Com a runa da natureza, por exemplo, vias antes inacessíveis, rodeada de plantas e galhos, vão se abrir, enriquecendo a exploração e dando continuidade à história. Mas não pense que será fácil conquistá-las, até porque ninguém deixaria runas tão poderosas à mercê de qualquer um. Algumas delas estão sob a posse de poderosos chefes, outras muito bem escondidas por Aidualc.
Uma jornada de ação e RPG equilibradamente divertida
Segundo o próprio desenvolvedor, quando se trata de elementos RPG, o jogo carrega uma motivante exploração; outros pontos altos são a forte influência nos diálogos; a administração de inventário, bem semelhante ao sistema de blocos popularizado por Diablo; a continuidade orientada por quests e o forte apelo na narrativa. Na pauta do desenvolvimento está também a opção de criar uma pequena casa, mas a ideia ainda não foi implementada. Tudo está sendo estudado com muito carinho para melhor experiência do jogador.
O combate, em si, é focado na ação. O jogador precisará acertar o timing para esquivar, atacar, lançar magias, defender e usar habilidades. Há uma variedade de armas corpo-a-corpo disponíveis. Os escudos também têm função importante na autodefesa, caso o jogador venha a optar pela forma mais defensiva de lutar. Considerando que existem diversos tipos de culturas e raças, algo que Breno diz ser diretamente inspirado em Breath of Fire 2, os encontros variam entre criaturas humanoides mal intencionadas à bestas famintas enfurecidas prontas para atacar o primeiro que aparecer. Os grandes embates seguem na mesma linha, porém parte das vezes eles estarão relacionadas às runas de poder.
"A Jornada, apesar [de estar relativamente próximo dos títulos atuais], tem muita inspiração em jogos antigos" relembra Breno.
A Jornada até aqui
O lançamento de A Jornada - Em Busca das Runas Perdidas é certamente distante, mas as novidades são animadoras. Uma versão beta está próxima de ser lançada. Será gratuita e as chaves limitadas distribuídas digitalmente a quem se interessar. Breno disse também que vai participar da EpicMegaGrants, concurso da Epic Games que premia desenvolvedores independentes, buscando financiamento para seu jogo. Siga a fanpage de A Jornada para acompanhar todas as novidades.