A Sony na E3 - Uma história de 20 anos
Como será este ano?
A Sony Computer Entertainment tem uma longa tradição na E3, comemorando este ano 20 anos de E3. Já falamos sobre os cerca de 15 anos da Microsoft na E3, dos seus altos e baixos mas especialmente dos grandes momentos que ficaram para a história. Aqueles momentos que ditaram a imagem da companhia e a percepção dos consumidores que a apoiariam com o seu dinheiro. Agora é a vez de olharmos para a Sony. Cerca de 20 anos a apresentar grandes parcerias, grandes exclusivos, novos serviços, plataformas portáteis e claro, a mais recente PlayStation 4.
Mark Cerny e Shuhei Yoshida são dois dos mais recentes nomes na companhia mas ao longo dos anos tivemos grandes figuras como Ken Kutaragi, Kazunori Yamauchi e claro Kazuo Hirai. A Sony mudou por completo a face desta indústria e prova do seu sucesso é que passados todos estes anos ainda continua tão ou mais relevante quanto era quando começou. Mas e o futuro? O que será que teremos este ano na sua conferência que nos vá deixar espantados? Numa geração que está a ser sustentada na sua maioria por remasters e indies, a sede por jogos AAA de classe é maior do que nunca. Está na hora Sony.
E3 1995 - O início da marca PlayStation:
A primeira E3 chegou numa altura em que a PlayStation era fresca no mercado Japonês e estava a meses do lançamento na América do Norte e Europa. A SEGA havia acabado de lançar a sua SEGA Saturn na América do Norte e a Nintendo ainda estava a preparar a sua Nintendo 64 que seria lançada em 1996. A Sony estreava-se nestas andanças para enfrentar as poderosas SEGA e Nintendo, as outras duas companhias Japonesas que iam travando uma implacável guerra na era 16-bits. Como seria de esperar, a Sony entrou na indústria com impacto.
A Sony anunciou um preço altamente competitivo, $299, para a sua primeira consola e a parceria com duas gigantes Japonesas na forma dos jogos Battle Arena Toshinden e Ridge Racer. Estava dado o pontapé de partida para a entrada da SCE na indústria e os alicerces para um futuro altamente risonho havia sido estabelecido.
E3 1996 - Os primeiros grandes exclusivos:
A segunda E3 foi um momento de grande importância para a Sony e para a PlayStation. Depois de um ano a amealhar experiência e a receber feedback dos jogadores de todo o mundo, a companhia aliou-se a editoras e estúdios para apresentar exclusivos fantásticos. Crash Bandicoot, Jumping Flash 2, Ridge Racer 2, Tekken 2, Tomb Raider e Wipeout XL são jogos que uma grande maioria de vocês conhece bem e ficaram todos de alguma forma na história da marca PlayStation.
No ano em que a Capcom levou ao evento Resident Evil e Star Gladiator, a Square Enix apresentava a primeira amostra daquele que se iria tornar numa das principais referências PlayStation: Final Fantasy VII. Como se a promessa de incríveis exclusivos não fosse suficiente, a Sony anunciou ainda um corte no preço da PlayStation para $199.
E3 1997 - O ano de Metal Gear Solid:
Dois anos após o lançamento e graças à sua incrível popularidade em todo o mundo, a PlayStation original desfrutava de uma colecção de jogos incrível que ia ficando mais forte a cada novo ano. A Sony ia garantido acordos com editoras e Metal Gear Solid foi um dos maiores furores da E3. Castlevania: Symphony of the Night, Metal Gear Solid e Tomb Raider 2 são nomes que ainda hoje nos fazem sorrir após tantos anos e em 1997 foram três exclusivos fantásticos que reforçaram ainda mais a posição da Sony.
Tirar Final Fantasy à Nintendo havia sido um golpe magistral para o mercado Japonês e o regresso de Lara em exclusivo para a PlayStation, pelo menos nas consolas, garantia uma posição singular para esta marca.
E3 1998 - Gran Turismo:
Cerca de 3 anos após a chegada da sua primeira consola, a Sony ia apresentado novas propriedades intelectuais, exclusivos e produções fantásticas que mostravam o potencial do seu sistema. Crash Bandicoot 3, Gran Turismo, Metal Gear Solid, Silent Hill e Tekken 3 foram alguns dos destaques da marca e novamente todos eles jogos de peso que ficaram de alguma forma na história. Duas produções internas de grande valor e três exclusivos da Konami e Namco faziam com que esta fosse a casa de todos os fãs das máquinas arcade com um desejo de novas produções.
Não poderia deixar de referir os incríveis Final Fantasy VIII e Parasite Eve, da Square Enix, que mostravam bem o poder e o respeito que a Sony havia conquistado no Japão, que beneficiava imenso a sua posição a nível mundial. A E3 da Sony ia sendo feita com jogos e em especial com a combinação de propriedades intelectuais próprias e acordos exclusivos. Todos sabemos como estas séries ajudaram a consola a vender milhões e como a consagraram.
E3 1999 - A Promessa da Segunda Geração:
Estávamos perto de um novo milénio e mais uma vez a Sony via-se frente a ameaças de múltiplos adversários. A SEGA preparava a sua nova consola, a Nintendo estava a montar o protótipo para a sucessora da N64 e os rumores indicavam a entrada da Microsoft no mercado. Foi um dos anos mais importantes para a Sony pois não podia tirar o pé do acelerador e ao mesmo tempo via-se perante a possível ameaça de adversários com os quais ainda não tinha lidado.
Ape Escape, Dino Crisis, Final Fantasy VIII, Gran Turismo 2 e Tony Hawk's Pro Skater têm todos uma coisa em comum: foram figuras de proa na primeira consola da Sony. Quase todos eles exclusivos e apesar de três novas propriedades intelectuais, dois deles foram sequelas em duas poderosas séries de imenso sucesso mundial. Em termos visuais, a PlayStation iam demonstrando toda uma excelência.
E3 2000 - A PlayStation 2:
Este foi o ano em que o mundo voltou a ficar boquiaberto. Enquanto as rivais não davam descanso, a Sony destilava confiança e demonstrava parecer nem sequer se importar com os outros, o mundo era seu. Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty é provavelmente um dos momentos mais espectaculares da história da E3 e esteve lá a acompanhar o anúncio da PlayStation 2. Pela primeira vez na sua história, a SCE tinha agora duas consolas para promover e o foco na nova não fez com que a original ficasse sem apoio.
Chrono Cross e Final Fantasy IX foram dois incríveis destaques por parte da Square Enix para o sistema original enquanto Metal Gear Solid 2 da Konami e Tekken Tag Tournament da Namco foram os principais responsáveis para todos quererem comprar a PS2. Ainda se lembram da demo tecnológica de Tekken Tag em que Paul combate com Jin numa rua rodeados por uma multidão? Quem não ficou rendido ao poder da PlayStation ao ver a infiltração de Solid Snake em MGS2?
E3 2001 - Devil May Cry:
Devil May Cry, Jak and Daxter, Klonoa 2, Metal Gear Solid 2 e Silent Hill 2 foram os principais trunfos da Sony e parceiras. A Sony já havia lançado a PlayStation 2 e precisava de assegurar mais compradores com a promessa se novos exclusivos que realmente provassem que estava na hora de arrumar a PS original. A consola desfrutava de uma reputação única: casa dos melhores e mais diversificados exclusivos com o selo de qualidade Sony, que ia ao mesmo tempo ajudando diversas editoras Japonesas a triunfar pelo mundo fora. Ao mesmo tempo, continuava a apresentar produções exclusivas.
A imprensa e os jogadores estavam rendidos à PlayStation 2 e nada melhor do que assegurar o seu apoio com a passagem dos principais exclusivos PS para a sua sucessora. Por outro lado, a Capcom juntava-se à Sony para nos dar o sensacional Devil May Cry e uma nova parceria nascia, para mais tarde se tornar num sucesso multi-plataformas. A Sony focava-se nos jogos e a sua postura parecia continuar.
E3 2002 - Excelente Colheita de Exclusivos PS2:
A missão da Sony era clara: desfrutar da sua posição de líder e solidificar o seu espaço perante as rivais. Sem novos sistemas para anunciar, a PS2 entrava no seu terceiro ano desfrutando da política que a Sony havia usado ao longo destes oito anos: apresentar novas propriedades intelectuais internas em sintonia com os resultados de parcerias de luxo. A PS2 foi o seu único ponto de foco e os jogos anunciados estão na memória da grande maioria dos jogadores.
Devil May Cry 2, Ratchet and Clank, Red Faction 2, Shinobi, Silent Hill 3, Sly Cooper, SOCOM: Navy Seals e Suikoden III têm todos algo em comum: são exclusivos PlayStation 2. Três deles nasceram de estúdios internos da Sony e tornaram-se em séries de referência em anos futuros, dois deles são sequelas para séries estreadas na então mais recente consola Sony e com uma base de fãs que desejava a sua chegada. Um deles é uma propriedade intelectual da SEGA que havia saído do mercado das consolas e por fim, Silent Hill 3 marcava o regresso de uma série nascida na PlayStation original.
Novamente focada unicamente nos jogos e como estes eram a forma de manter o primeiro lugar na luta pela supremacia, a Sony demonstrava como era importante assegurar boas relações com editoras (algo que a Microsoft soube emular na perfeição na Xbox 360).
E3 2003 - A PlayStation Portable:
A PlayStation 2 entrava no seu terceiro ano de vida, a Sony passou três anos focada principalmente na sua mais recente consola (mesmo apoiando a primeira nos seus últimos momentos) com a promoção de jogos mas agora chegou o ano da apresentação da sua primeira consola portátil: a PlayStation Portable. Uma PS2 redesenhada e uma nova PSP foram as principais armas da Sony para aquele ano e como não podia deixar de ser, os principais exclusivos estavam na consola Sony.
Castlevania: Lament of Innocence, Gran Turismo 4, Final Fantasy XI, Jak and Daxter 2, Metal Gear Solid 3 e Prince of Persia: The Sands of Time demonstraram naquele ano que a Sony sabia convencer as principais criadores de videojogos a manter os seus jogos na PlayStation. Mesmo partilhando alguns deles com a Microsoft e com a Nintendo, a Sony mostrava que se queriam alguns dos melhores exclusivos do mercado e ainda ter todos os principais multi, tinham que ter uma PS2.
A chegada da PSP foi ainda um importante passo na gestão da Sony pois há muito que a Nintendo controlava sozinha aquele mercado. Como bem sabemos a Sony pouca afronta conseguiu fazer mas ainda assim a PSP alcançou uma prestação mais do que satisfatória para a sua fabricante.
E3 2004 - Intervalo entre Gerações:
O ano de 2004 mostrava já um panorama diferente na indústria e na postura da Sony. Cada vez mais alvo de ataques pela Nintendo e pela Microsoft, a Sony apresentava os seus planos para a vertente online tão bem implementada pela Microsoft e para o poder da sua futura plataforma. A apresentação do formato UMD para a PSP deixou os jogadores intrigados e a Sony estava neste momento a promover duas consolas, uma ainda por lançar, e já a estruturar as fundações para a sua próxima consola caseira.
Num ano em que muito se falou de números, vendas e perspectivas de mercado, os videojogos foram anunciados em grande quantidade e a qualidade deles foi mais tarde comprovada. Gran Turismo 4, Metal Gear Solid 3: Snake Eater, God of War, Killzone, Sly 2: Band of Thieves, Jak III e Grand Theft Auto: San Andreas são jogos que provavelmente uma grande maioria de vocês comprou e atestam bem a qualidade dos títulos PlayStation 2 no seu quarto ano de existência.
E3 2005 - A PlayStation 3:
O ano de 2005 foi provavelmente um dos anos mais controversos para a marca PlayStation. Foi o ano em que a Sony dividiu os seus esforços para promover a PlayStation 2 que havia alcançado um preço altamente competitivo, focou-se na promoção da PSP para que os jogadores ficassem interessados neste sistema e ainda nos mostrou como pensava continuar a dominar no futuro: apresentou a PlayStation 3 ao mundo sem que este lhe pudesse tocar.
Metal Gear Solid 4 foi apresentado com toda a pompa e circunstância. Jogos como Tekken 6 ou Ridge Racer 7 da Namco Bandai geraram imenso debate com trailer pré-renderizados e enquanto uma parte do mundo ficava incrédulo com o potencial poder da primeira máquina da Sony capaz de gráficos em alta definição, a outra nem acreditava que tal fosse possível. Muitos criticaram a companhia e até a acusaram de procurar convencer os fieis seguidores a esperarem com promessas falsas.
E3 2006 - O Poder do Blu-ray:
Em 2006 a Sony tinha uma missão: provar o poder da sua futura consola. Enquanto iam fazendo o que podia para promover a PSP, com jogos como Killzone: Liberation e Crisis Core, a Sony não conseguia para a sua primeira portátil o efeito alcançado com as duas primeiras plataformas e esta não alcançava o ritmo de vendas desejado. A concorrência era forte e as principais editoras recusavam criar exclusivos de verdadeiro relevo para o que a Sony considerava ser a mais poderosa portátil.
Heavenly Sword, Uncharted e Resistance: Fall of Man foram juntamente com MotorStorm as principais armas da PlayStation 3 e todos eles partilhavam uma comum: eram exclusivos desenhados internamente e todos novas propriedades intelectuais. Final Fantasy XIII, Lair, Getaway, Assassin's Creed e Virtua Fighter 4 eram poderosas amostras do que a PS3 conseguiria fazer no futuro. Estavam estabelecidos os alicerces para uma nova geração PlayStation.
E3 2007 - Como promover 3 consolas em situações tão diferentes:
Enquanto os primeiros cinco anos do novo milénio a Sony se havia focado apenas na PS2, em 2007 a companhia encontrava-se no seu momento mais exaustivo: promovia a PS2 no seu final de vida mas ainda a cativar os jogadores, promovia a PSP que passava por crescentes dificuldades e claro, promovia a PS3 que parecia não cativar os jogadores. Com uma PS2 a vender tão bem e uma PS3 a vender muito abaixo do desejado, a Sony tinha que mostrar porque é que milhões de jogadores tinham que transitar.
Gran Turismo 5, inFamous e MGS 4 foram os principais exclusivos da Sony para a sua PlayStation 3. Enquanto a Microsoft lhe havia roubado a arte de gerir as relações com as editoras para criar jogos ou conteúdos exclusivos, tornando-se na casa de excelência para os títulos multi, a Sony esforçava-se para assegurar exclusivos de peso e surgia agora numa posição inédita na sua história. Corria atrás do prejuízo e parece não mais ter a força necessária para promover três consolas.
Foram prometidos 50 jogos para PS3, PSN, PSP e PS2. A controvérsia em torno das apresentações versus o resultado final ia ganhando força graças a jogos como MGS4, que passados 2 anos anão haviam sido lançados. Outros jogos simplesmente não estiveram à altura das expectativas e a concorrência era cada vez mais forte. Foi provavelmente a fase mais delicada da marca PlayStation.
E3 2008 - Sony procura justificar a sua visão:
Frequentemente criticada por alguma excentricidade, a Sony parecia ter perdido a calma, tranquilidade e estilo dos anos de ouro da PS/PS2 para assumir uma presença mais nervosa na E3. A apresentação de números e dados de venda ia tomando conta das suas conferências e a companhia parecia querer justificar a sua visão. A guerra de números, a batalha dos serviços digitais e o confronto de exclusivos com a Microsoft dominava as manchetes enquanto em termos de máquinas começavam a ser as resoluções e os fotogramas por segundo que mais importavam. Os jogos em si, o factor diversão, pareciam assumir lugares secundários.
MGS4 estava perto do lançamento finalmente, MotorStorm: Pacific Rift, Resident Evil 5 e Resistance 2 eram apresentados com grande destaque e o Insomniac Games voltava a dar propriedades intelectuais de relevo à Sony. God of War III e MAG foram outros dos jogos revelados naqueles anos.
E3 2009 - The Last Guardian:
Em 2009 a Sony havia vendido 22 milhões de consolas PlayStation 3 e prometia mais de 350 jogos para as suas plataformas. A PS2 comemorava 9 anos de existência, a PSP Go era apresentada e a PS3 dominava as atenções no mundo PlayStation. Final Fantasy XIV Online, God of War III, Gran Turismo 5, Gran Turismo PSP, Heavy Rain, The Last Guardian, LittleBigPlanet e o espectacular Uncharted 2: Among Thieves deixaram muitos à beira de um ataque de pânico por ainda não terem uma PlayStation 3.
Os jogos PSP asseguravam continuidade para uma plataforma com seis anos que parecia cambalear sem propósito e a PS3 disparava para todos os lados: procurando afirmar-se no meio digital e oferecer experiências de todo o tipo. Final Fantasy XIII parecia desesperar os jogadores e nascia um mito: The Last Guardian.
E3 2010 - O PlayStation Move:
Killzone 3, inFAMOUS 2, LittleBigPlanet 2, Gran Turismo 5, God of War: Ghost of Sparta, Dead Space 2 e Parasite Eve: 3rd Birthday confirmam que a Sony estava plenamente focada em duas plataformas agora: a PSP e a PS3. A mais recente consola caseira ia recebendo sequelas das mais importantes propriedades intelectuais exclusivas (nascidas na PS3 ou PS2) e a portátil recebia derivados ou conversões de produções caseiras que suscitavam algum interesse. Ainda assim, aquela relação especial com as editoras tal como na PS original e PS2 não existia mais da mesma forma, tal era certo, forçando a Sony a correr atrás do prejuízo ano após ano.
O foco nos controlos por movimentos, na forma do PlayStation Move, não foi o mais desejado pelos jogadores dedicados que desejavam o regresso da Sony ao seu lugar no pódio com o assegurar de exclusivos de peso e não com uma tentativa de emular o sucesso Wii da Nintendo. Ainda assim, os jogos Move formaram grande parte da conferência e como vinha sendo habitual, o foco nos números e nas perspectivas foi demasiado para a paciência de alguns.
E3 2011 - A PlayStation Vita:
Uncharted 3, Killzone 3, Resistance 3, inFAMOUS e Sly Cooper 4 eram os principais argumentos para uma PlayStation 3 que havia crescido imenso em popularidade nos anos recentes. Cinco anos após o seu lançamento, a plataforma demonstrava um poder tecnológico espectacular e enquanto a rival Xbox 360 parecia perder fôlego de ano para ano (especialmente com a confusão em torno do Kinect), a Sony parecia estar a recuperar o ímpeto de anos anteriores.
Ainda assim, o foco nas vendas e nas estatísticas das vendas digitais ficou em segundo plano para os jogos e tivemos a apresentação da segunda portátil da companhia: a PlayStation Vita. Uncharted: Golden Abyss, Gravity Rush, LittleBigPlanet Vita, ModNation Racers: Road Trip e Super Stardust Delta foram os grandes destaques para a mais recente portátil Sony e provavam que a Sony procurava emular os esforços dos anos de ouro. Criava propriedades intelectuais específicas para uma portátil, convertia sucessos PlayStation 3 e ainda procurava investir no poder tecnológico.
o PlayStation Move parecia demonstrar com maior firmeza que não conseguia conquistar o espaço desejado e não seria implementado da forma estrondosa que a Sony poderia pretender. Apesar de jogos como Killzone 3 serem destacados como compatíveis, o Move tal como o 3D nunca chegou a vingar perante as massas.
E3 2012 - O PlayStation Plus:
No ano após o anúncio da PlayStation Vita, a Sony voltava a dividir-se na promoção de três produtos: a PS3, a Vita e o Move. Sempre a procurar concorrer com as rivais em termos de vendas e números, a Sony não se cansou de promover a Vita e ainda ousava sugerir que o Move era algo de importante. Depois da PSP e especialmente da PSP Go, a Sony queria a todo o custo provar que não lançava produtos para depois os abandonar prematuramente e a Vita poderia cair no mesmo erro.
The Last of Us, Beyond: Two Souls, PlayStation All Stars Battle Royale, Watch Dogs, God of War Ascension e o PlayStation Plus foram parte de uma conferência que estabelecia uma ponte entre o presente e o futuro. Por um lado, os jogos da Sony mostravam como seria o espectacular canto de cisne de uma consola que ainda hoje recebe jogos mas já sem o mesmo apoio. Pelo outro, era apresentada a visão para a sucessora da PS3 e como a Sony poderia estar a aprender com os erros de ano para ano.
A Vita continuava meia perdida entre conversões de jogos PS3 e a ausência de títulos que realmente valessem o estatuto de obrigatório ao sistema.
E3 2013 - A PlayStation 4:
Depois do evento em Fevereiro, a Sony apresentou em toda a glória a PlayStation 4 foi mais longe, mostrou graças a figuras como Shuhei Yoshida que estava disposta a voltar aos anos de ouro, aos anos em que andava de braços dados com as editoras e com os jogadores. Respondendo quase à letra às controversas medidas tomadas pela Microsoft para a Xbox One, a Sony colocou-se numa posição privilegiada para começar na frente na nova geração de consolas.
Kingdom Hearts 3, Final Fantasy XV, inFAMOUS: Second Son, Killzone: Shadow Fall e The Order: 1886 foram alguns dos especiais destaques num ano em que a Sony esteve no seu melhor. A E3 foi um grande momento para a Sony e o número $399 ficou marcado na mente de todos que estiveram presentes no evento ou a assistir em directo pelo mundo fora.
Mais uma vez a Sony demonstrava estar a reconhecer os problemas e erros para voltar à postura que a consagrou em décadas anteriores. Soube criar exclusivos, novas propriedades intelectuais e sequelas ao lado de séries de renome para provar que a PS4 seria a casa das mais interessantes experiências do mercado. A campanha "4 The Players" e "Greatness Awaits" mostrou a companhia numa forma dinâmica no que dizia respeito à promoção do seu mais recente sistema.
Numa indústria cada vez mais social, as funcionalidades do botão Share e todos os avanços sobre as limitações da PlayStation 3 deixaram os jogadores à beira de um ataque de ansiedade.
E3 2014 - A PS4 e os exclusivos:
Ao longo dos anos as companhias esforçaram para provar aos jogadores que era altamente caro, e nem sempre proveitoso, assegurar exclusivos de outras editoras. Demasiado caro. A nova tendência tornou-se o estabelecimento de exclusivos temporários, da criação de conteúdos exclusivos e desta forma as parcerias entre Sony e editoras ganhou uma nova forma. A companhia aproveito a E3 de 2014 para demonstrar como esta postura se encaixava na sua filosofia de sempre.
Completamente focada nos videojogos e na sua PlayStation 4, a Sony apresentou Destiny, Uncharted 4: A Thiefs End, The Order 1886, Infamous First Light, Bloodborne, No Mans Sky, Little Big Planet 3, Mortal Kombat X e Batman Arkham Knight. Todos eles jogos que partilham a palavra exclusivo. Sejam propriedades intelectuais exclusivas de estúdios da Sony, como Bloodborne, ou exclusivos temporários acordados com estúdios independentes, como No Man's Sky, ou produtos com conteúdos exclusivos para as consolas PlayStation, como destiny, a Sony estava novamente a procurar oferecer algo único.
No ano passado, a Sony demonstrou estar do lado dos jogadores e na primeira E3 depois do lançamento da PlayStation 4, uma consola criticada pela falta de jogos de peso que justifiquem o seu valor de €400, a Sony demonstrou uma continuidade numa nova plataforma com capacidade tecnológica para experiências não possíveis na PS3.
E3 2015 - O futuro:
Para este ano esperamos o óbvio: que a Sony assente os seus planos para o resto de 2015 e nos mostre o que tem preparado até Março de 2016. Esperamos que sejam anunciados mais acordos para a criação de conteúdos exclusivos em jogos de outras editoras, que sejam revelados jogos indie para a PSN, que seja reforçado o valor do PlayStation Plus, serviço outrora elogiado mas em baixo de forma na PS4, que seja demonstrado poder para dar vida a jogos que realmente nos elevem a novas experiências.
Com Final Fantasy XV fora do evento, será hora de apresentar Dragon Quest ao Ocidente, procurar assegurar um novo Dragon Quest, talvez DQX para a PSN, de apresentar um novo God of War, o novo jogo da Guerrilla Games, um novo WipEout, resolver o pecado do cancelamento de The Getaway e provar que as funcionalidades sociais são uma das grandes vantagens desta mais recente geração de consolas.
Será que a Sony mostrará os frutos dos seus acordos com a EA, Ubisoft ou Activision para os futuros lançamentos? Claro que sim e isto sem contar com os esforços do Naughty Dog em Uncharted 4, da Capcom em Street Fighter 5 e de Hideo Kojima em MGSIV. Será um grande ano para a Sony e queremos foco completo nos videojogos. The Last Guardian e uma revisão da Vita?