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Alan Wake: The Signal

Alan segue a luz.

Agora que estamos a começar a segunda metade do ano, podemos olhar para o que passou e começar a seleccionar as experiências que mais gosto nos deram de jogar. Se me perguntassem quais estas são, certamente que Alan Wake estaria presente entre os escolhidos. O título da Remedy demorou a chegar, assumiu uma forma diferente do que inicialmente esperado mas o que interessa é o produto que nos chega à mão e esse tem valores e distinções únicas na sua plataforma e até na geração. De todos eles, o ambiente e a espantosa atmosfera foram de elevada importância para a opinião pessoal e foram dos elementos que mais espantaram e ajudaram a dar forma à experiência. A história também foi altamente importante e quando anunciaram que o jogo iria receber novos episódios a curiosidade foi imediata pois a história é aberta a interpretações e cada um pode considerar possibilidades de forma livre.

É precisamente após o final do jogo que The Signal começa e é de prever que seja o primeiro passo da Remedy para começar a explicar o que realmente aconteceu, ou pelo menos reduzir a manobra de interpretação. Mesmo que exista a vontade de nada revelar, pelo menos uma peça da narrativa vai ter que ser revelada para contextualizar alguns elementos da jogabilidade. O novo episódio coloca-nos em eventos que decorrem na mente do escritor que após, aparentemente, ter sido bem sucedido nos seus intentos, corre agora o perigo iminente de ficar mergulhado na escuridão. Decorrendo logo após o final do jogo e decorrendo na mente de Wake, The Signal leva-nos a percorrer locais já vistos no jogo mas aqui com formas e atmosferas diferentes pois enquanto a sua mente se afunda cada vez mais, o escritor luta contra os seus próprios demónios interiores. Mantendo a atmosfera que tanta personalidade conferiu ao jogo, The Signal incute no jogador uma sensação de urgência e aquele desconforto necessário é imediato.

Where is my mind?.

The Signal é inteligente também na forma como usa a narrativa para se expandir para a jogabilidade e enquanto Wake vai relembrando eventos decorridos no jogo, novas secções vão surgindo e o desafio consegue ser maior do que nunca pois a sua própria mente é o inimigo e perante uma crescente fraqueza é adversária de si mesma. Para desbloquear a sua mente, Wake vai ter que desbloquear com a lanterna palavras que flutuam pelo cenário e assim adquirir armas/itens e até desbloquear partes dos cenários. É uma forma inteligente de moldar a experiência pois é compreensível que o personagem não se recorde com precisão exacta onde apanhou os itens nos variados locais e como a sua mente está a ser como que atacada, os distúrbios que afectam as suas recordações dos locais alteram-nos.

The Signal tem ainda alguns momentos muito intensos nos quais somos confrontados com as sombras que habitam em Bright Falls e enquanto Wake tenta recordar como realmente as coisas decorreram, alguns momentos brilhantes entram em jogo na narrativa. A própria forma como o episódio termina é também uma prova de como todo este sólido argumento já estava planeado e nada parece ter sido deixado ao acaso. Para garantir ainda que os jogadores invistam mais tempo no episódio para além da primeira experiência, a Remedy promove o valor de repetição através de conquistas de jogador em moldes do que foi feito no jogo. Temos itens para coleccionar e desafios relacionados com momentos do jogo para ultrapassar, como passar determinada secção com algumas restrições ou passar certa fase em determinado espaço de tempo.

Here comes your man.

Para The Signal a Remedy fez-se valer precisamente dos mesmos argumentos que cativaram os que se tornaram fãs do jogo e a atmosfera volta a cativar, e a “reciclagem” de locais já usados mas aqui vistos de forma diferente ganha valor pelos novos desafios. Não é o melhor uso de conteúdos adicionais vistos até à data mas dentro do universo Alan Wake, é algo cativante e atractivo. A Remedy soube usar a narrativa para promover a jogabilidade e ainda desafiar o jogador mostrando porque tanta personalidade ostenta o seu título.

Para alguns The Signal vai mesmo ser lançado gratuitamente mas mesmo para os que vão investir 560 pontos Microsoft, não tem nada a perder só mesmo a ganhar. Dá continuidade à narrativa e desafia o jogador da maneira que deveria, na atmosfera e no ambiente. É uma boa primeira amostra da profundidade da história criada e deixa-nos ansiosos pelo próximo episódio.

7 / 10

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