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Alpha Protocol

Entre agentes.

Quando penso em Obsidian Entertainment, a minha mente é logo redireccionada automaticamente para Neverwinter Nights. Essa associação traz também a relação que os estúdios têm com os RPG, e por isso, mas não só, o novo jogo Alpha Protocol bebe de certa forma da mesma fonte. A Obsidian Entertainment gosta de lhe chamar "RPG de Acção", onde todas ou quase todas as nossas acções têm um determinado impacto na nossa personagem. Com a produção em paralelo de Fallout: New Vegas, era com interesse que me embrenhei pelos meandros de Alpha Protocol.

A versão que tive acesso, embora não sendo a final, traz consigo tudo aquilo que podemos esperar de Alpha Protocol. Encarnamos a pele de um ex-agente da CIA, de seu nome Michael Thorton. Embora tenhamos uma possibilidade de personalizar o nosso agente, acho que de base ele tem um pouco de James Bond misturado com Jason Bourne. Lá está, talvez devido à minha forma de jogar. Quem sabe. O jogo desenrola-se na era moderna, onde o mundo é controlado por grandes grupos económicos ligados ao armamento. Mike, como lhe chamam os amigos, não está em maré de sorte, e durante uma missão que se julgava normal, as coisas não correm como pretendia. Alpha Protocol é uma divisão secreta dos EUA, e tal como em "Missão Impossível", toda a sua actividade, bem como dos seus membros será certamente negada oficialmente.

Mike vê-se assim perante um conflito de interesses, onde não poderá confiar em ninguém. Em suma, estamos a falar de um jogo na terceira pessoa, onde o tema base é a actividade de agente secreto, que percorrerá um pouco por todo o mundo para resolver, e acima de tudo, cumprir com o seu dever. Uma temática muito recalcada em imensos jogos e filmes, mas que dependerá da forma como toda a trama é construída. Ser agente secreto é sinónimo de gadgets, e tal como um bom Bond, Mike também tem acesso à alta tecnologia, e a um fundo monetário recheado, embora pelo caminho possamos recolher algum para o que der e vier.

Onde já vi isto?

É praticamente impossível jogar Alpha Protocol sem pensar em Mass Effect. Julgo até que a Obsidian Entertainment criou um jogo que usa e abusa do formato de Mass Effect. Desde o sistema de conversa, onde teremos que optar por diferentes deixas, sendo que isso resultará em diferentes aproximações ao jogo e suas personagens, bem como aos mini-jogos ou puzzles de desactivar ou inutilizar determinado computador e porta. Quando digo que abusa, é que simplesmente até no desenho das situações o jogo se assemelha. Nunca copiar o excelente foi algo mau, mas algo que não abona a favor de Alpha Protocol é que terá que o ultrapassar para nos surpreender. E isso, é uma tarefa bastante pesada e difícil.

Como referi, podemos personalizar a nossa personagem, mas diferente de outros títulos, apenas o podemos personalizar de forma cosmética, em opções tais como ter ou não ter barba, quatro ou cinco estilos de cabelo, ter ou não ter um chapéu e óculos. O nível de personalização é extremamente baixo para o que se exige hoje em dia em jogos semelhantes. Mas como bom RPG que se prese, o jogo permite escolhermos características dentro de algumas classes, como Soldado, Engenheiro, Agente, etc. Durante a campanha iremos poder subir de nível, sendo que para isso temos que adquirir pontos, quer nas conversas, quer também nas batalhas em si, que serão gastos a nosso belo prazer nas mais variadas sub-características.

Na falta de melhor, vai tudo à frente.

Como trabalhamos de forma "invisível", foi-nos dado pela nossa amiga Mina, muitas "Casas de protecção" em cada país que visitámos. Nessas casas temos acesso aos nossos emails, ao nosso vestiário, armamento e afins. É a nossa BatCave de serviço. É desde essa casa que escolhemos a missões a efectuar. Podemos saltar entre missões, mas sempre dentro do mesmo nível, ou neste caso país. A Obsidian Entertainment prometeu um RPG, e realmente como génese Alpha Protocol é, mas sinceramente não vi resultados práticos, quer das decisões ou nossas qualidades. Tudo se resume em enfrentar da melhor forma cada nível, que poderá ser bem sucedido se entrarmos totalmente de uma forma stealh, sendo esta a forma mais demorada, ou à Rambo, que poderá demorar menos tempo, mas que certamente iremos morrer bastantes mais vezes.

O jogo não é nenhum monstro gráfico, sendo em algumas zonas extremamente banal. Como referi, a versão que tive acesso ainda não é a final, e ainda bem, pois existem zonas que julgo que ainda deverão levar alguns retoques, pois existe realmente diferenças entre certos níveis. O jogo é na terceira pessoa, com um sistema de cobertura que precisa de acerto e uma jogabilidade não tão bem conseguida, principalmente quando temos que efectuar ou atacar múltiplas posições. Este é um ponto que se exige correcção até a versão final.

Alpha Protocol tem data de lançamento para 28 de Maio, e sairá para a Xbox 360, PS3 e PC. Com a versão final iremos tirar todas as dúvidas sobre a sua qualidade, e se resultaram os múltiplos adiamentos. Enquanto esperam pela análise, não deixem de ver tudo sobre o jogo na sua página.

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