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Analista afirma que será difícil tornar Call of Duty exclusivo Xbox

Escrutínio dos reguladores antitrust pode vetar compra da Activision Blizzard.

A notícia sobre a aquisição da Activision Blizzard por parte da Microsoft por 68,7 mil milhões de dólares ainda faz tremer a indústria dos videojogos, com as réplicas desse terramoto ainda a se fazerem sentir.

A gigante norte-americana pretende fechar o negócio até junho de 2023, mas para tal terá de obter aprovação após um escrutínio dos reguladores antitrust.

É aqui que entra uma das franquias mais rentáveis da Activision Blizzard, Call of Duty, um título multiplataforma que pode passar a ser um exclusivo do ecossistema Xbox, colocando de parte uma grande fatia de jogadores, diga-se universo PlayStation.

Segundo a MIDiA Research, é estimado que Call of Duty seja a série mais jogada nas consolas. O jogo da Activision Blizzard é jogado por 55% dos possuidores de consolas, seguido por Grand Theft Auto com 41%, vindo depois Fortnite e Assassin's Creed com 28% e por fim temos a série FIFA da EA com 23%.

Estes dados são um reflexo evidente de como a série Call of Duty é importante para os lados da Sony, que sofreu uma queda de quase 13% no valor das suas ações na bolsa de Tóquio, no seguimento do anúncio da compra da Activision Blizzard por parte da Microsoft. Esta queda é a mais acentuada desde outubro de 2008, originando uma perda de valor de mercado na ordem dos 20 mil milhões de dólares.

A importância de Call of Duty para o universo das consolas é evidente, e o analista da indústria de videojogos, David Cole da DFC Intelligence, em declarações aos nossos colegas do GamesIndustry.biz, obrigado VGC, afirma que a compra por parte da Microsoft será muito complicada se tornarem Call of Duty num exclusivo.

"É de notar também que, do lado das consolas, Call of Duty é realmente a única grande franquia da Activision. A grande questão é se COD passar a ser um exclusivo da Microsoft. Neste momento, penso que [não o fará]. Por um lado, seria difícil conseguir passar pelos reguladores se quiserem bloquear a concorrência".

Cole também fala sobre as duas grandes empresas de videojogos japonesas, a Nintendo e Sony, dizendo que as mudanças que estão a acontecer na indústria colocam um elevado desafio às mesmas e se vão conseguir competir a longo prazo.

"A indústria dos jogos tornou-se um espaço muito maior e a Sony e a Nintendo lutam para competir a um nível estratégico mais elevado. Portanto, uma questão a longo prazo é se a Sony e a Nintendo, as duas mais pequenas - mas ainda enormes no espaço dos jogos - podem as empresas japonesas que têm um enorme apelo ao consumidor competir a longo prazo, à medida que a indústria se torna muito mais ampla?"

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