Analistas consideram a PS5 Pro uma consola para consumidores de artigos de luxo

A Sony apresentou recentemente a PS5 Pro, uma atualização da sua atual consola, com o objetivo de melhorar a experiência dos jogadores mais exigentes. No entanto, o preço de €799.99 tem levantado dúvidas e discussões na comunidade. Como detalhado num artigo exaustivo da GamesIndustry.biz, o preço não é o único fator em jogo no sucesso desta nova versão da PlayStation 5, e espera-se que a consola tenha um desempenho modesto, com base na análise de especialistas da indústria.

Piers Harding-Rolls, da Ampere Analysis, projecta que a PS5 Pro poderá vender cerca de 1,3 milhões de unidades até ao final de 2024, uma estimativa ligeiramente inferior ao desempenho da PS4 Pro, que vendeu 1,7 milhões de unidades no mesmo período. Para a Harding-Rolls, à semelhança do que aconteceu com a PS4 Pro, a nova versão da PS5 não deverá alterar significativamente a dinâmica de vendas da plataforma, sendo maioritariamente comprada por fãs fiéis e proprietários de PS4 à procura de um upgrade.

O artigo também faz comparações com o desempenho da PS4 Pro, que vendeu 14,5 milhões de unidades durante a sua vida útil. Os analistas preveem que a PS5 Pro deverá vender cerca de 13 milhões até 2029, mantendo-se em linha com a geração anterior. Rhys Elliott, da Midia Research, sugere que a PS5 Pro poderá atingir os 15 milhões de unidades até ao final da atual geração de consolas.

Apesar do preço elevado, os analistas concordam que existe um mercado para a PS5 Pro, embora limitado a um nicho de fãs fiéis da PlayStation. A consola, com funcionalidades melhoradas, como ray tracing avançado e tempos de renderização 45% mais rápidos, apela principalmente àqueles que procuram a melhor experiência de jogo possível. Foram feitas comparações com marcas de luxo como a Mercedes-AMG, o que indica que a PS5 Pro se destina a consumidores que valorizam a excelência tecnológica, mesmo a um custo elevado.

O artigo da GamesIndustry.biz destaca que, embora o preço de €799.99 seja considerado o máximo que a Sony poderia pedir sem gerar mais resistência. Essa amplitude de preços, segundo Elliott, está de acordo com o comportamento dos consumidores que já estão dispostos a gastar mais em produtos eletrónicos de gama alta. Harding-Rolls, por outro lado, destaca as disparidades regionais nos preços: na Europa, o aumento em relação à PS5 base é de 45%, enquanto no Japão chega a 50%.

Relativamente ao mercado americano, um dos mais importantes para a Sony, Mat Piscatella, da Circana, prevê que até 20% das PS5 vendidas nos primeiros dois meses após o lançamento da Pro serão do modelo mais avançado. Ele compara o cenário atual com o do PS4 Pro, que representou 13% do total de vendas da PS4 nos EUA, e espera que a PS5 Pro represente entre 9% e 15% das vendas unitárias.

No contexto global, a Sony vê oportunidades crescentes em mercados como a China e a Arábia Saudita, onde o poder de compra dos consumidores aumentou. A expansão internacional da marca poderá ser um fator importante para o sucesso da PS5 Pro, de acordo com Harding-Rolls.

Outro ponto levantado é que o mercado das consolas está a diversificar-se. Piscatella refere que, ao contrário de anos anteriores, os jogadores já não partilham uma experiência padronizada com as consolas. Hoje, os consumidores estão dispostos a gastar em edições especiais de jogos e acessórios premium, e a PS5 Pro reflete esta tendência de segmentação do mercado.

Sintetizando, o futuro da PS5 Pro dependerá da sua capacidade de proporcionar uma experiência de jogo que justifique o investimento, algo que poderá vir a concretizar-se com o lançamento de títulos de grande impacto, como o tão aguardado Grand Theft Auto 6. Embora não se espere que a nova versão revolucione as vendas de hardware da PlayStation, desempenhará um papel importante na estratégia da Sony, especialmente entre os jogadores que procuram um desempenho superior nos seus jogos.