Animal Crossing: New Leaf - Antevisão
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Quando comprei a Nintendo DS em 2005, o primeiro jogo que trouxe juntamente com a consola foi Animal Crossing: Wild World. Aliás, recordo-me perfeitamente de ter comprado a consola por causa desse jogo, ou melhor, eu queria a consola mas foi Wild World que me levou a tomar a decisão mais depressa. Oriundo da Nintendo e dos seus estúdios Hal Laboratory, Animal Crossing lembra-nos um SimCity. As semelhanças são ténues e mais depressa nos deixamos conquistar pelo design e conceito desta produção do que a procurar entender comparações com outras produções. No Japão, o seu sucesso repercute-se nos milhares de fãs que acorrem às lojas no lançamento para garantir a sua cópia, e não é por acaso que é das séries que mais impacto gera em termos de receitas, contribuindo para um aumento de consolas vendidas.
Wild World foi o último jogo da série a sair para uma portátil da Nintendo, daí que tenhamos sentido alguma expectativa que experimentamos a versão final de Animal Crossing: New Leaf, com data de estreia no nosso território marcada para 14 de Junho, bem a tempo de se transformar num dos êxitos de Verão, ou então num dos jogos a levar de férias. Quem já jogou algum capítulo da série conhece a especialidade. Em Animal Crossing o jogador controla uma personagem humana que chega a uma vila ou aldeia, iniciando todo um percurso de vida, marcado por relações de vizinhança, amizade, ao mesmo tempo que realiza actividades que envolvem carácter lúdico e a subsistência (como sucede na produção de bens de consumo).
Este é um dos jogos que entra para aquela categoria dos jogos que não produzem resultados imediatos, mas só ao longo de vários dias, semanas e até mesmo meses de contacto é que somos capazes de ir longe. O sincronismo com o nosso relógio em tempo real permite-nos marcar eventos que nos levam, por exemplo, a acordar a meio da noite ou a ligar a consola numa hora específica do dia só para seguirmos determinado evento, como um encontro que tenhamos combinado ou uma festa para a qual fomos convidados.
As propriedades de criação e relacionamento com os demais habitantes da vila implicam que a progressão dentro dos objectivos se faça de forma mais demorada. Daí que o nosso contacto por tempo limitado com a versão final do jogo tenha padecido disso mesmo, da impossibilidade de aprofundar os relacionamentos e as criações previstas. Sendo certo que acaba por ser o jogador a fabricar a sua narrativa, a inexistência de um fim é um dos aspectos mais admiráveis.
Em Animal Crossing: New Leaf, boa parte destes mandamentos permanecem activos, mas haverá novidades e a mais sonante alteração é que desta vez não vamos ser um mero habitante de uma aldeia. À nossa disposição estará uma edilidade para dirigir. A nossa assistente chama-se Isabelle e será ela quem nos acompanhará ao longo da aventura. Esta mudança ao nível da vocação da personagem muda algumas regras, assumindo destaque a gestão de dinheiros e recursos públicos. Resta saber se os residentes estrão dispostos a contribuir através de impostos. Será que os habitantes vão reagir positivamente à qualidade de vida para a qual estão dispostos a contribuir ou irão provocar resistências para a hipótese de terem de pagar mais?
A apresentação e identidade desta aldeia dependerá do vosso critério e gosto. Será possível construir pontes, instalar uma rede de iluminação pública e sobretudo decorar os espaços interiores e exteriores. Os donativos funcionam como uma preciosa ajuda na execução destas obras públicas, mas a margem de criatividade aqui concedida não é possível sem recursos. A partilha da experiência com outros jogadores permite trocar certos objectos e desta vez haverá uma ligação bem mais generosa por comparação com a versão Wild World.
Para lá da componente "municipal", New Leaf volta a destacar aquelas pequenas actividades que preenchem o quotidiano da nossa personagem, como as tarefas agrícolas, pesca e colheita de fósseis. À vossa disposição estarão novamente algumas lojas de compra desses artigos e de aquisição de materiais para mobilar os espaços interiores. Até mesmo as roupas da personagem podem ser modificadas e guardadas em espaços reservados para o efeito.
Em termos visuais, New Leaf não implica grandes alterações do design, e mantém-se próximo de Wild World em termos gráficos, embora mais pormenorizado e com melhores animações. O ecrã 3D também contribui para um aumento da sensação de profundidade, ainda que o passeio pelo mundo dê a impressão de um rolo em rotação. Tal como no jogo anterior, haverá uma definição muito segura das estações, destacando-se a neve durante os dias mais rigorosos de Inverno e as folhas verdes durante a Primavera e Verão
No final faltou-nos mais tempo para compreender melhor as grandes alterações delineadas para New Leaf. Numa consola tínhamos já algumas construções de grande dimensão e podíamos até proceder à sua demolição, mas até lá chegar será preciso muito tempo. Diante de um jogo que não expõe imediatamente a sua estrutura, só com tempo e muita dedicação é que estaremos em condições de descobrir até onde vai esta obra. De todo o modo, é evidente que a produtora optou por modificar o papel do jogador dentro deste novo episódio, enquanto relança os mesmos predicados de sempre, pondo também mais destaque na ligação com outros jogadores. Mas também já não falta muito para conhecermos a real dimensão de Animal Crossing: New Leaf. Em formato digital ou físico, a sua estreia na Europa está agendada para o dia 14 de Junho.