Anno 2070 - Análise
Repensar a humanidade.
A série Anno da Ubisoft é já uma veterana dos jogos de estratégia, com múltiplos títulos para PC, e algumas aparições tímidas na Nintendo Wii e DS. Na sua essência é uma combinação de construção de edifícios com elementos clássicos de estratégia em tempo real, gestão de unidades e gestão de recursos. Como é da praxe, cada entrada na série vem acompanhada de uma data à frente do nome, que representa a época em que se desenrola a ação do jogo. Os títulos anteriores retratavam sempre épocas passadas, 1503 e 1404 são apenas dois exemplos. Desta vez, e pela primeira vez, Anno dá um salto ao futuro, para o ano de 2070.
A nível estético o jogo é no seu conjunto uma mensagem de consciencialização social e ambiental, logo desde o momento em que se apresenta. Vemos uma visão catastrófica do planeta, provocada pelo aquecimento global e por uma inusitada subida do nível da água do mar, que deixa grande parte da costa continental submersa. Assim, o mundo em 2070 é bastante diferente do que conhecemos hoje. Os recursos são escassos e geograficamente limitados a áreas de terra virgem, na sua maioria ilhas e arquipélagos. O poder já não assenta num conjunto heterogéneo de países, e é agora disputado por corporações com visões ideológicas distintas, e métodos diferentes de utilização da tecnologia e recursos. É interessante ver a forma como Anno 2070 opta por combinar a estrutura de estratégia clássica dos jogos anteriores da série, com a temática da sustentabilidade ambiental, e para aprofundar, oferece estilos de jogo opostos, ditados pelo grupo que decidirmos apoiar.
Durante o jogo, os nossos serviços serão disputados pelas duas corporações principais que lutam pelo poder neste novo mundo. A Eden Initiative, ou Eco, conhecida pela preocupação ambiental e utilização de tecnologias "verdes". E a Global Trust, ou Tycoon, que representa a visão industrial, com grandes volumes de produção, mas maiores níveis de poluição. A ecologia é um elemento real de gameplay, que afeta diretamente a produção e a satisfação da população. As duas fações têm as suas formas próprias de encontrar um equilíbrio entre a produção de recursos e o limite de poluição, digamos que para os Eco a ecologia é um objetivo, para os Tycoon é mais um obstáculo. É um tema moderno, que ainda que apresentado de forma simplista, quando conjugado com o sistema persistente da plataforma online da Ubisoft ganha outra dimensão, mas já lá vamos.
Ainda no campo das grandes corporações, existe um terceiro grupo relevante, a S.A.A.T (ou Tech), que é a organização responsável pelo desenvolvimento da tecnologia para o futuro. Em termos de gameplay, os tech servem basicamente de apoio às duas fações principais, especialmente em missões realizadas no fundo do mar. São também conhecidos pelo desenvolvimento da nossa base de operações, a Ark.
As Ark são basicamente estruturas navais utilizadas para investigação, e posteriormente para a ocupação de novas terras. Como comandantes de uma destas unidades, rapidamente o jogo nos encaminha para uma missão introdutória onde precisamos colonizar uma pequena ilha, a primeira fase de uma campanha tipo tutorial que serve para nos familiarizar com todas as especificidades do jogo. Para nos ajudar temos a curiosa E.V.E, a inteligência artificial que funciona como tutorial e assistente ao mesmo tempo, e na qual podemos "confiar de forma implícita, sempre". Palavras dela.