Antigo patrão da PlayStation alerta para a insustentabilidade dos exclusivos
Para reduzir os riscos dos jogos de elevado orçamento.
O antigo presidente da PlayStation, Shawn Layden, manifestou a sua preocupação com a atual conjuntura da indústria dos videojogos, dando especial atenção aos enormes problemas colocados pelo aumento dos custos de produção e ao futuro da exclusividade das plataformas. Layden, que desempenhou um papel fundamental na expansão dos jogos PlayStation para PC durante o seu mandato, realçou a importância de atingir um público mais vasto, tornando os jogos mais acessíveis em todas as plataformas.
Numa entrevista ao Gamer Baves na Gamescom Asia 2024, Layden salientou que a exclusividade limita o alcance dos grandes títulos, especialmente numa era em que os orçamentos dos jogos AAA podem ultrapassar os 200 milhões de dólares. Ao lançar títulos no PC, como demonstrado com Helldivers 2, a PlayStation conseguiu conquistar novos mercados sem os constrangimentos tradicionais da exclusividade.
O raciocínio de Layden é simples: a expansão para além de uma única plataforma não tem apenas a ver com receitas, mas com a oportunidade de dar a um público mais alargado a oportunidade de experimentar o conteúdo da PlayStation. Esta atitude ajuda a reduzir os riscos dos jogos de elevado orçamento e proporciona uma maior exposição num mercado altamente competitivo.
A pressão de Layden para uma maior disponibilidade entre plataformas é consequência de uma mudança mais generalizada na indústria, em que as realidades económicas da produção de jogos estão a levar as editoras a reconsiderar a exclusividade. Layden referiu que, embora a exclusividade tenha sido uma das bases do sistema tradicional de jogos para consolas, poderá não ser um modelo sustentável, uma vez que o custo de criação de jogos de grande sucesso continua a aumentar.
Além disso, Layden referiu a necessidade da indústria repensar os seus ciclos de produção, defendendo prazos de produção mais curtos e mais fáceis de gerir para equilibrar a qualidade e o custo. Apelou também a um ressurgimento dos jogos AA de nível médio, que podem oferecer mais liberdade criativa e inovação sem as pressões financeiras associadas aos títulos AAA.