AquaMoto Racing 3D - análise

Digam o que disserem, suportem ou não as altas temperaturas, para mim o verão é a melhor estação do ano, de longe. Há mais luz, a roupa reduz-se ao mínimo indispensável e há mais pontos de interesse para se andar ao ar livre. E se tivermos água por perto, se possível em abundância, então nada melhor do que um divertimento imediato refrescante. Um mergulho, uma actividade desportiva, e é aqui que entramos numa das maiores sazonalidades do verão, os desportos motonáuticos. Aproveitando a onda Nintendo 3DS, cada vez maior e enrolada, a Zordix avança para uma versão 3D do seu jogo anteriormente lançado para o iOS; AquaMoto Racing 3D.

Dentro da já imensa lista de jogos para a eShop, AquaMoto Racing 3D releva sobretudo pelo seu género, ao permitir que mais ou menos conhecedores, qualquer um alcance o sucesso nestas corridas de motos de água, numa estrutura que traz muitas das coordenadas do género do tipo arcade. No entanto, é também um jogo muito simples, que pouco uso faz das funções da 3DS, e que fica longe de alcançar um design original e gráficos à altura da capacidade da portátil da Nintendo. Isto não quer dizer que este jogo não seja minimamente apelativo. Joga-se satisfatoriamente, cumpre os requisitos mínimos em termos de duração, mas nunca se desloca da margem de previsibilidade. Longe permanecem os bons velhos tempos do Wave Race, essa magnífica série que a Nintendo ainda não quis recuperar. A entrada para a alta definição é o mínimo que se impõe, mas enquanto o jogo permanece no segredo dos deuses, este AquaMoto Racing 3D é mesmo a única opção para vencerem umas ondas a alta velocidade.

A estrutura do jogo é bastante simples. Aliás, a passagem pelos menus está reduzida a uma apresentação mínima, na qual o jogador pode seleccionar os modos de jogo, o campeonato e a corrida rápida. Nada neste jogo é oficial. Os nomes dos pilotos são fictícios e as praias que iremos visitar, apesar de corresponderem a locais genuínos, nunca chegam a impressionar visualmente. O cheiro a maresia confunde-se com os gases de escape produzidos por estas motorizadas de cilindrada diversa. As diversas categorias do campeonato do mundo, desde novato, ao mais exigente dos profissionais, sem esquecer o velho modo espelho, vão implicar a compra de outras motos, caso contrário, teremos dificuldades em completar uma corrida com os pilotos da frente.

Escolhida a mota, as voltas ao percurso marítimo não se fazem sem um mínimo de cumprimento de objectivos. O vencedor recolhe seis pontos, sendo os pontos restantes atribuídos em modo decrescente de acordo com a ordem de chegada. O botão analógico opera a viragem do volante, um botão acelera, outro trava e o botão X, quando apertado, no momento em que estiver plena a carga de nitro, dispara mais alguma velocidade. Este pico de velocidade obtém-se contornando com sucesso as bóias de pontos de passagem, mas também existem sacos de dinheiro para coleccionar e preciosos tesouros. Estas quantias monetárias são indispensáveis para assegurar o orçamento que nos possibilita comprar uma moto de especificações superiores.

Até aqui, nada de surpreendente. As corridas aumentam de dificuldade assim que subimos de categoria no campeonato, algumas pistas proporcionam mais complexidade em termos de direcção das curvas, causando possíveis falhas quando queremos manter a liderança (nesse caso podemos falhar até 3 curvas, pois se não contornarmos a bóia seguinte, seremos desclassificados), e o feedback de condução até é agradável, embora os efeitos gráficos estejam muito longe de surpreender. Neste capítulo a frame rate, embora não sendo intermitente, não é particularmente fluida, e a definição da água do mar mais parece um constante salpicado. A sensação de ondulação, especialmente na eventualidade de se chocar contra as ondas, retém um pouco a velocidade da moto, num efeito convincente. Contudo, não podemos esperar grandes sensações neste contacto com as águas virtuais que servem aqui de pista.

Por último, é através das rampas de lançamento que podemos executar algumas acrobacias, de grau de dificuldade variável. Normalmente as mais difíceis exigem um tempo de execução apertado. Se falharmos o tempo de queda na água, perdemos o contacto com a mota e mais algum tempo. Em termos de duração, AquaMoto Racing 3D não é particularmente longo. Duas horas chegam para ver tudo o que o single player tem para oferecer, antes de investirem no modo multiplayer. Porém, a natureza local do modo obriga a que os restantes concorrentes tenham o jogo e estejam por perto.