Assassin's Creed Origins: Curse of the Pharaohs - Análise
Do melhor que o jogo tem para oferecer.
Entre as principais editoras, a Ubisoft parece ser aquela que tem o plano mais sólido para o formato dos "jogos vivos" ou "jogos como um serviço". O conceito de jogos que são lançados e apoiados com conteúdos ou actualizações ao longo dos meses é verdadeiramente fascinante e basta olhar para este Assassin's Creed: Origins para ter uma ideia do quão positivo poderá ser esta postura para alguns jogos, quando bem aplicada. Lançado a 27 de Outubro, Origins recebe uma nova expansão quase cinco meses depois e não é um acontecimento isolado que chega apenas para pedir mais dinheiro aos jogadores. É uma nova actividade em quase cinco meses de novos conteúdos, apoio constante, actualizações e novidades recorrentes que tentam manter um jogo singleplayer fresco e activo. Entre os desafios à comunidade, Trials of the Gods, e Discovery Tour, a Curse of the Pharaohs poderá figurar-se como o mais importante conteúdos adicional para Origins.
Assassin's Creed Origins: Curse of the Pharaohs é a segunda expansão para o mais recente jogo na série da Ubisoft e depois de uma primeira expansão menos ambiciosa para um jogo divertido e singular, temos agora um novo pacote de conteúdos que poderá até apresentar eventos ao nível dos melhores na narrativa principal. Bayek viaja para Tebas, uma zona onde existem inimigos entre os níveis 45 e 55 (o novo máximo em Origins), para descobrir que os deuses e Faraó foram perturbados por um grupo oculto. O Medjai terá de investigar e tentar apaziguar a ira dos Faraós para que deixem de visitar o mundo dos vivos para os matar. Em Tebas, Bayek encontrará diversas personagens importantes para a trama e descobrirá que poucas dizem a verdade. A narrativa deste Curse of the Pharaohs é especialmente intrigante pois aborda o lado místico e sobrenatural do Antigo Egito, conseguindo um tom diferente do que viste até agora no jogo.
Nesta nova zona vais investigar várias áreas, combater contra novos inimigos que se comportam de uma forma muito similar à dos outros todos que já enfrentaste, aceitar missões para recuperar itens perdidos e acima de tudo tentarás apaziguar os Faraós para que não mais caminhem entre os vivos. As missões em Tebas são muito similares às que praticaste no mapa original ou em Sinai, mas esta expansão inclui o acesso a quatro regiões que resultam da interpretação da Ubisoft dos mitos e lendas vindas do Egito Antigo. Isto significa que terás acesso a 4 pós-vida, locais do tamanho de uma região no mapa de Assassin's Creed Origins, imaginados a partir das lendas de cada um dos Faraós que representam. Estes locais dão acesso a mais missões, boss fights difíceis e exigentes, novos itens, armas ou escudos, mas acima de tudo vão causar grande impacto pela sua estética e estilo visual.
"A região de Tebas permite o acesso a 4 zonas pós-vida de grande impacto visual e com mais missões".
São diferentes de tudo o que já viste em Origins e são dos locais mais belos que o Antigo Egito de Bayek tem para oferecer. Não te admires se deres por ti boquiaberto a olhar para uma zona destes pós-vida. Até a entrada em cada um deles poderá deixar-te totalmente imerso nesta nova narrativa, que explora tão em o lado místico do Egito. Curse of the Pharaohs tem uma boa capacidade para impressionar, através da forma como o gameplay serve a narrativa e como o lado oculto permite alguns momentos ligeiramente diferentes. É o tom e personalidade desta nova região que te vão cativar e deixar rendido, mesmo que uma grande parte da sua experiência não seja propriamente nova ou diferente.
Não precisas completar todos os pós-vida para terminar a expansão, mas se o fizeres obterás armas com atributos altamente vantajosos (como receber vida sempre que acertas no adversário), encontrarás boss fights contra Faraós que te vão deixar a bufar e terás ainda a oportunidade de mergulhar em algumas lendas Egípcias. Curse of the Pharaohs preserva tudo o que de bom Origins fez, o mesmo conceito híbrido entre aventura e Action RPG, exigindo imenso de ti se ousares entrar numa zona de nível superior, convida-te a explorar livremente para encontrares recompensas e subir de nível de uma forma fluída. Sentindo que qualquer actividade te dá XP e por isso mesmo não te importas de "divagar".
Chegar a nível 55 será fácil para quem explorar o mapa e os desafios adicionais espalhados por Tebas são apelativos pois obedecem todos à temática central da expansão: o Faraós que deixaram o pós-vida para se vingarem das ofensas e desrespeito dos vivos. Bayek terá de enfrentar uma ameaça que jamais acreditou ser possível e entrará em locais incríveis. Neles a Ubisoft teve um pouco mais de liberdade artística para transformar lendas em níveis e até moldar elementos gameplay para servirem a narrativa.
Após terminar a Curse of the Pharaohs, a sensação foi a de ter jogado 10 horas adicionais fantásticas em Assassin's Creed: Origins e que provavelmente são do melhor que qualquer fã da série terá neste jogo. Esta série da Ubisoft vibra com a forma como molda factos históricos para a sua narrativa de fantasia, criando um tom credível e apaixonante, mas aqui explora um lado mais místico e misterioso, mas que combina muito bem com as temáticas do jogo. A Maldição dos Faraós apresenta zonas fantásticas, boss fights intensas, até cruéis, personagens interessantes e mais um belo tempo neste Egito Antigo que apaixonou tantos fãs desta série. Muitos dos momentos que assisti aqui entraram desde logo para os meus favoritos neste Assassin's Creed: Origins.