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As Surpresas do Ano - Parte 2

Continuamos surpreendidos.

Depois da primeira parte dedicada aos jogos que mais nos surpreenderam durante este ano, eis que vos apresentamos a segunda metade na qual apresentamos o resto dos títulos que nos cativaram inesperadamente. Enquanto alguns podem-se ter assumido como dados adquiridos por parte de alguns, para outros foram produtos que se distinguiram de formas não antecipadas e como tal, decidimos que seria justo fazer-lhes honra e menção neste artigo. O típico balanço de final de ano chega até vós com as restantes escolhas da equipa que englobando jogadores de diferentes quadrantes, cria uma lista que pode não ir ao encontro de todos, mas que mostra o quão diferentes conseguimos ser entre nós relativamente a gostos.

Para iniciar esta segunda parte temos nada mais, nada menos, que Need for Speed: Hot Pursuit. Este jogo vindo da Criterion Games era uma espécie de dado adquirido quanto à sua qualidade, tendo em conta o que foi feito anteriormente pelo estúdio, mas existiam na mesma algumas dúvidas quanto à sua visão da série Need for Speed que tantos problemas de identidade apresentou ao longo dos recentes anos. Se para muitos a inserção do consagrado talento no mundo dos jogos de condução arcade da Criterion só podia resultar em coisa boa, para outros tantos ficava uma reticência quanto ao que estava para vir. Optimistas ou conservadores apenas têm um pensamento em comum após o lançamento: Hot Pursuit conseguiu mais do que cumprir para com as mais exigentes expectativas, conseguiu surpreender mesmo quem já estava habituado ao género.

Um luxo visual e jogável. Hot Pursuit pode ter marcado definitivamente o género.

Fugindo dos cenários mais citadinos de Burnout: Paradise, a Criterion investiu noutro tipo de cenários como zonas costeiras, florestas e também desertos. Tudo para garantir um tom diverso e rico representando uma hipótese maior para os visuais brilharem com distinção. Outro dos destaques foi também a atenção especial dada às perseguições entre polícias e ladrões, estando as forças da lei bem munidas e preparadas para os grandes desafios. Hot Pursuit é uma enorme injecção de adrenalina, revestido em dinamismo puro e entusiasmante com um único propósito, divertir o jogador até à satisfação por excelência. No entanto, o Adolfo Soares não considera que foi somente a bela sintonia entre jogabilidade ímpar e visuais espantosos que o cativaram, o novo sistema Autolog também o conquistou e ajudar a dar uma inesperada frescura ao jogo e a todo o género, e quem sabe, segundo a própria EA, à indústria.

Mesmo a jogar no modo para um jogador, este novo sistema implementa uma autêntica rede social interna e faz-nos parte de uma vibrante comunidade que a todos os minutos joga para se desafiar e superar a si mesma. Desde o estabelecer imediato de novos recordes para competição a um mural que nos mostra os tempos feitos pelos amigos que temos que bater, este sistema Autolog é uma característica que esperamos voltar a ver em qualquer próximo jogo de condução da Electronic Arts. Dá aquele pequeno extra na distinção do produto e foi algo que logo na demonstração jogável suscitou enorme curiosidade. Comprovada em belo efeito no produto final.

Mas Adolfo Soares não só se espantou com a brilhante condução de Hot Pursuit, o primeiro título para a nova geração da Platinum Games surpreendeu-o igualmente. Se o outro Soares do site prefere aclamar Vanquish, Adolfo opta por elogiar as formas bombásticas de Bayonetta e do seu incansável ritmo avassalador de actuar. Quando Kamiya disse que estava pronto para redefinir um género que ele próprio havia redefinido há alguns anos, o mundo esperou em expectativa mas nada nos preparou para o que estava para vir. Rápido como poucos, frenético como não acreditávamos ser possível, Bayonetta tornou-se numa referência da actualidade e é um dos padrões comparativos que promete perdurar nos corredores desta indústria.

Leva-me para a lua, deixa-me brincar nas estrelas....vezes sem conta!

A irreverência vestida de visuais espantosos e com um estilo e humor singular, fazem de Bayonetta um dos produtos mais singulares que alguma vez vimos. Bayonetta é uma bruxa que sobrevive a uma terrível guerra entre clãs e toda a envolvente do jogo viaja às costas de um imenso carisma e de um sistema de combate do melhor que já se viu. Com um estilo de arte também ele a levar a acreditar ter nascido de uma mente tresloucada, misturando o que parecia ser uma Europa com elementos da América do Norte dos anos 30, este mundo via a sua protagonista mover-se com uma graciosidade e velocidade tal que somente a diversão oferecida ao jogador se comparava à fluidez dos movimentos.

Com um leque de personagens tão estranho que o mais estranho é nos conseguir cativar tanto, Bayonetta elevava o tom cinematográfico dentro do género ao apresentar sequências tão espantosas quanto disparatadas e se cavalgar em cima de um míssil pelos céus nocturnos que brilham com holofotes não fosse o suficiente, ver uma bruxa disfarçada de freira a despachar monstros disfarçados de anjos certamente é o suficiente para nos deixar boquiabertos. A cereja no topo surge na forma da sua banda sonora que sem hesitações surge no mesmo tom provocador que tudo o resto. Imaginem torturar e executar monstros com enormes criaturas criadas a partir do nosso cabelo ao som de um acariciante Jazz e começam a ter pequenos vislumbres do que Kamiya criou.