Assassin's Creed II
O assassino volta mais impiedoso que nunca.
Ezio possui um ícone junto com a barra de energia que indica o grau de notoriedade dos guardas, temos até 4 graus, quando atingimos o último nível, somos reconhecidos de imediato. Para reduzir o grau de notoriedade temos de remover os cartazes de “procurado”, subornar um arauto ou matar um oficial corrupto. Além disso, os Guardas têm uma seta nas suas cabeças que demonstra quão perto estamos de ser descobertos. O facto de Ezio agora usar uma capa do lado esquerdo, serve para esconder as armas que possui, posteriormente irá ter outras capas com as cores e símbolos de outras cidades, para que a notoriedade se mantenha a zero, mas os guardas irão estar atentos a qualquer comportamento criminoso.
O jogo continua com uma liberdade incrível e com cidades enormes, um mundo aberto para a exploração. Milhares de locais para vasculhar e edifícios para trepar, alguns deles bem impressionantes devido à sua beleza e tamanho, muitos deles depois de os escalar podemos sincronizar a zona para alargar o nosso mapa, tal como acontecia no seu antecessor. Desta vez temos a habilidade de poder nadar, onde usamos os canais de Veneza como forma de esconderijo, atirar os guardas para a água e também temos a habilidade de vasculhar e dirigir barcos.
O sistema de combate está muito mais sofisticado e trabalhado, o que faz parecer um filme de luta bem coreografado. Cada arma tem os seus movimentos específicos e respectivos movimentos mortíferos, que desta vez estão bem mais brutais. Ao desarmar um inimigo, ele aplica vários golpes de misericórdia, dependendo da posição em eles se encontram, convém dizer que são muito violentos. Agora podemos agarrar os inimigos para usar como escudo, empurrar contra outros adversários, atira-los de um prédio e se fores um assassino sem piedade cortar as gargantas.
A inteligência artificial dos guardas está mais apurada, eles contra-atacam, defendem-se melhor, atacam vários ao mesmo tempo e não se deixam agarrar. Estão mais atentos à nossa presença, no caso de um local estar protegido eles dão-nos um empurrão e avisam para não nos aproximarmos. Estão mais ágeis, não tanto como Ezio, mas conseguem perseguirmos com astúcia, escalam, saltam e correm sobre os telhados.
Existem vários pormenores novos e melhorados no jogo, como apanhar armas do chão deixadas pelos oficiais, enquanto corre empurra as pessoas do seu caminho, saltar para cima de um fugitivo para o apanhar, mergulhar, matar duas pessoas ao mesmo tempo com a dupla lamina assassina, entre outros movimentos. A visão de águia também sofreu melhorias, como já tinha referi, conseguimos ver símbolos, permite localizar alvos enquanto andamos e em terceira pessoa a visão de águia continua activa.
O grafismo inicialmente parecia algo semelhante ao título anterior, mas com o decorrer do jogo e a passagem para outras cidades, verifica-se um maior cuidado, com um ambiente muito mais colorido, mais limpo e com efeito "escada" quase inexistente. As fortalezas, castelos, igrejas e outros edifícios históricos, estão recriados com um bom grau de fidelidade. Para além da componente arquitectónica, vemos os habituais cidadãos a passear, a trabalhar nas lojas ou na construção civil, a transportar objectos, ou seja, a levar a sua vida normal. Depois de escalar um edifício dá para observar ao longe o enorme ambiente que possuiu cada cidade. Um ambiente enorme recriando cidades inteiras tem os seus problemas gráficos, nomeadamente algum atraso no aparecimento de texturas, principalmente se enveredarmos por um free-running. Também são visíveis algumas quebras de fluidez e algumas sombras das árvores estão a "piscar" de uma forma estranha, mas nada que prejudique o jogo.
Assassin's Creed II é como uma pessoa, que com o passar do tempo se tornou mais maduro. Soube aproveitar o que de bom já possuía e acrescentou muitas melhorias e muitas inovações. As lutas sensacionais, uma história com muita trama que nos mantém agarrados ao jogo, as habilidades de Ezio, o enorme ambiente por explorar, com os tempos de loading super rápidos, a opção de poder fazer o que queremos, a diversidade de missões, a possibilidade de comprar armas, armaduras e melhoramentos. Só posso dizer que a Ubisoft fez um excelente trabalho. São poucos os jogos que nos conseguem fazer sentir que entramos verdadeiramente na história e que queremos resolver esta trama o mais rapidamente possível. Assassin's Creed II é um jogo que chegou para matar.