Assassin's Creed: Origins mantém os moldes da série - Antevisão
Já experimentámos o novo capitulo da saga.
Quando a Ubisoft anunciou que a saga Assassin's Creed ia ficar a descansar em 2016, isto depois de sucessivos lançamentos anuais, foi a decisão mais acertada. Apesar do sucesso da saga, a saturação e a fadiga já estavam instaladas e, a única solução para salvar a série, era atribuir-lhe umas merecidas férias. Na E3 2017 o descanso acabou oficialmente para Assassin's Creed. Tal como os rumores já apontavam, a Ubisoft está a desenvolver um novo capítulo no Egipto chamado Assassin's Creed: Origins, onde vamos descobrir as origens da irmandade dos assassinos.
Até aqui está tudo bem, afinal, há muito que os fãs andavam a pedir que a série voltasse ao passado e o Egipto era um dos locais favoritos por explorar. Apesar do aspecto promissor, e da qualidade visual que o mundo apresenta, não ficamos completamente convencidos quando tivemos a oportunidade de experimentar uma demonstração na Xbox One X. A demonstração esteve dividida em dois segmentos: em primeiro podíamos experimentar durante 15 minutos o mundo aberto, e no final havia 10 minutos para combater numa arena, que visava destacar o combate.
Na verdade, acabámos por experimentar a demonstração duas vezes, no entanto, da segunda vez decidimos explorar outra quest assinalada no mapa que, além de ser mais longa, nos levava a explorar mais locais do mapa e a mostrar melhor a experiência de Assassin's Creed: Origins. Há que referir que é difícil formar impressões concretas de um jogo desta escala com um primeiro contacto tão limitado, daí a nossa decisão de experimentar a demonstração novamente para formarmos uma melhor impressão deste novo capítulo.
É no deserto que a demonstração começa, em cima de um cavalo. A apresentação é impecável bem como a recriação do antigo Egipto. Desde o deserto tivemos que andar um pouco para encontrarmos uma pequena vila perto do rio. Uma barra situada na parte superior é o nosso indicador para pontos de interesse como missões principais e sidequests e, tal como em Assassin's Creed anteriores, Origins não parece ter falta de actividades para fazer.
Apesar do descanso de dois anos, a fórmula tradicional de Assassin's Creed ainda está presente. Somos um assassino e podemos facilmente trepar a maioria das estruturas do mapa. Desta vez temos ao nosso dispor um arco e flecha bem como uma águia que podemos chamar a qualquer momento para analisar o mapa de um ponto de vista superior e marcar os adversários a guardar uma fortaleza. No fundo, é uma mecânica que já vimos em outros títulos da Ubisoft como Ghost Recon: Wildlands, em que em vez de uma águia temos um drone com a mesma utilidade.
Esta é a maior desilusão neste Assassin's Creed. O novo título não faz nada de surpreendente. Tudo o que vimos até agora já foi implementado em outros jogos do mesmo género, e embora não esteja longe de ser um jogo terrível, esperava-se mais da série, principalmente depois do hiato de dois anos que supostamente serviria para reavalizar a série. Não tenho dúvidas que Assassin's Creed: Origins tem a capacidade para agradar aos fãs da série, já para não falar que a oportunidade de explorar o antigo Egipto é aliciante, contudo, falta-lhe frescura.
No combate a situação é semelhante. Se jogaram For Honor, então certamente já perceberam que o combate de Assassin's Creed: Origins segue os mesmos moldes. É um tipo de combate mais pautado, focado na defesa e ataque nos momentos certos. Não é um combate tão fluído como nos anteriores e com inimigos tão frágeis. A adição de elementos RPG, como um sistema de níveis e de loot de equipamento, dita que terão dificuldade em enfrentar inimigos com um nível superior a vocês.
"Tudo o que vimos até agora já foi implementado em outros jogos do mesmo género"
Há pequenos detalhes que são novidade na série. Em particular, o arco e a flecha podem ser usados para colocar os adversários a arder. Se encontrarem alguma fogueira ou candeeiro, podem aproximar a flecha para incendiá-la e atirá-la contra os adversários. Mais ainda, também podem combater em cima dos cavalos, seja com a espada ou com o arco e flecha. Depois, há outras coisas que não tivemos a oportunidade de observar em detalhe, como a evolução da árvore habilidades, que tem influência no combate, e também o impacto do sistema de loot na progressão.
Apesar de faltar a sensação de frescura, Assassin's Creed: Origins tem charme e ainda preserva a sensação de aventura e exploração da série. É importante referir que esta versão mostrada pela Ubisoft está na fase alpha, portanto, ainda há coisas a melhorar até ao lançamento da versão final, agendada para 27 de Outubro. Um dos produtores assegurou-me que o combate será mais polido e que outros erros serão corrigidos, isto quando lhe perguntei como estava a correr o desenvolvimento. Mesmo assim, apesar de jogar demasiado pelo seguro, não há como negar o bom aspecto do jogo. Para quem gosta de jogos em mundo aberto e com grandes mapas, é promissor.