Assassin's Creed Shadows demorou 4 anos para satisfazer expectativas e rigor histórico.
Ubisoft forçou os limites do que pode fazer.
Com o lançamento de Assassin's Creed Shadows previsto para novembro, o jogo vai completar um ciclo de desenvolvimento de quatro anos, o mais longo da série até à data e 25% mais longo do que o seu antecessor, Assassin's Creed Valhalla, de 2020.
Em declarações ao GamesIndustry.biz, o produtor principal, Karl Onnée, salienta que o tempo de desenvolvimento alargado é fundamental para satisfazer as elevadas expectativas dos jogadores. "Procuramos sempre ultrapassar o que foi feito antes. Com Shadows, estamos a forçar os limites do que podemos fazer", explica Onnée. Sublinha que a iteração constante é fundamental e que isso requer tempo, que não pode ser apressado.
A série Assassin's Creed é conhecida pelo seu compromisso com a precisão histórica, e Shadows não é exceção, pelo menos é o que o produtor principal afirma. Onnée diz que recriar autenticamente a era do Japão feudal é um processo moroso. "Quando se constrói uma casa japonesa feudal, é muito diferente de uma casa medieval francesa ou inglesa. É preciso saber onde estão as coisas numa casa japonesa feudal, o que requer tempo e uma pesquisa detalhada."
De acordo com Onnée, chegou o momento de explorar o Japão feudal devido às melhores capacidades técnicas do hardware atual e a uma nova versão do motor de jogo. "Queríamos encontrar o momento certo. Com a experiência de Assassin's Creed Odyssey, sentimos que agora era o momento certo, com o poder do hardware e o nosso novo motor."
A investigação para o jogo inclui a colaboração com consultores externos e historiadores, bem como visitas aos locais reais no Japão. "Embora não se trate do Japão feudal, ir ao local ajuda-nos a notar diferenças importantes que não surgem apenas da investigação histórica. Isto é crucial para representar com precisão os elementos culturais e arquitetónicos."
Para além da perspetiva artística, existe um interesse comercial importante. A Ubisoft espera que Shadows tenha um bom desempenho no Japão, à semelhança do sucesso de Ghost of Tsushima, da Sony, que vendeu mais de um milhão de cópias no país.
"Estamos a tentar apelar a um público global, mas é importante que tentemos ser autênticos para atrair mais jogadores japoneses. Respeitar a cultura é crucial", diz Onnée.
Shadows é o primeiro grande título da série em quatro anos, mas Assassin's Creed Mirage, lançado no ano passado, trouxe um regresso às raízes furtivas da saga. Embora a equipa de Shadows não tenha tido tempo suficiente para lidar com o feedback de Mirage, conseguiu tirar partido dos elementos de furtividade desenvolvidos anteriormente.
"Durante a produção, fazemos testes em várias fases e locais e aprendemos com o que funciona noutros títulos, como Mirage. Conversamos com as outras equipas para evitar a repetição de trabalhos e aproveitar o que já foi feito", conclui Onnée.
A Ubisoft está a tentar equilibrar o tempo necessário para desenvolver um jogo autêntico e polido com as expectativas comerciais e culturais, mantendo a qualidade que define a franquia Assassin's Creed.
Para informações mais detalhadas podes consultar o artigo original do GamesIndustry.biz.