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Asura's Wrath

Musculado.

Desta forma, entendem os produtores, é possível alcançar uma proposta transversal. Um jogo que exibe um argumento humano, baseado em sentimentos específicos, diretamente transportados nas reações do protagonista, é algo que não é típico de uma cultura, mas antes uma forma de comunicação.

A demonstração que experimentamos gira em torno de um único combate, embora diversificado. Numa primeira fase começamos por combater essa figura divina num plano de animosidade elevado. Asura foi destituído de muitos dos seus poderes e de uma posição privilegiada nesse concílio de figuras ancestrais, mas sobra-lhe a raiva acumulada para gerir nos confrontos, o elemento que é essencial na sua progressão. Enquanto enfrenta uma primeira vaga de inimigos relativamente fácil de liquidar, o Buda que parecia simples de enviar para o abismo, torna-se num meteoro duro de roer e como não fosse isso suficiente para uma dose suplementar de esforço, essa criatura revela a Asura o destino da filha. É a partir daí que o caso muda de figura.

Ainda que seja possível controlar Asura's em determinados planos, os ataques normais não surtem qualquer tipo de efeito no boss. Em alternativa há momentos específicos para pressionar certas sequencias de botões. Toda a batalha acaba por decorrer dentro dos quick time events, uma modalidade de interação que serve sobretudo para mostrar a dinâmica dos cenários e protagonistas, num quadro visualmente atrativo. Dos combates e ataques de Asura's pouco ficamos a saber, senão que é capaz de reenviar mísseis disparados contra si, infligindo dano no inimigo.

A parte final do combate é preenchida por alguns momentos de elevada espetacularidade. A figura que conhecemos cresceu incontrolavelmente até ao espaço e só com um dedo consegue afundar um país ou continente. Conseguimos antecipar o destino de Asura's; morrer esmagado pela força de Wyzen. E quando parece que sucumbe à pressão, Asura ressurge, indo buscar forças para desferir um golpe certeiro na ponta do dedo, abrindo fendas pela mão e pelo braço de Wyzen até as chamas imensas o consumirem. Nessa altura já Asura está transformado. Com traços faciais e corporais que lembram um Evil Ryu, um novo herói, com seis braços, levanta-se e recupera a posição.

No produto final a demanda terá outros momentos de idêntica magnitude. Porém, faltou-nos ver mais sobre os combates orientados na terceira pessoa e, especialmente, sobre os poderes deste protagonista inesperado, envolvido numa trama que a Cyberconnect 2 pretende levar longe. Por enquanto estas primeiras impressões revelam um esforço muito positivo da produtora, ainda que sob uma perspetiva demasiado cinematográfica e na qual o jogador se limita a assistir e pressionar combinações de botões em momentos específicos. Mas se a esta espetacularidade conseguirem aliar uma boa jogabilidade em trechos de maior manobra, preparem-se para um bom bloco de surpresas.

Asura's Wrath será lançado no início de 2012 para os sistemas Xbox 360 e PlayStation 3.

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