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Banjo-Kazooie

Ursa procura-se.

Corria o ano de 1998 quando Banjo-Kazooie foi lançado para a Nintendo 64. Os matizados níveis e elaborado desafio ao nível das plataformas, juntamente com o aspecto gráfico, muito interessante para a altura, asseguraram o seu sucesso. Mais de dez anos passados sobre este lançamento, Banjo-Kazooie é ainda hoje um clássico. Mas importa questionar até que ponto se justifica o investimento pedido para a versão Xbox Live Arcade do jogo.

Banjo e Kazooie, casal urso e pássaro. A sua história é simples, Gruntilda – a bruxa- rapta a irmã do urso e os protagonistas decidem ir salvá-la, como não podia deixar de ser. Típica desculpa para navegar os vários mundos e coleccionar uma quantidade absurda de objectos para atingir o destino final. O típico humor sarcástico da Rare revela-se em força neste jogo, com praticamente todas as interacções entre personagens a culminar num comentário cáustico.

A força do jogo continua a ser a liberdade dada ao jogador na exploração, existindo sempre vários níveis disponíveis e coisas novas para ver. Como se adquirem novas habilidades ao longo do caminho, muitas vezes a solução para um determinado desafio pode não estar, ainda, disponível e o próprio jogo incentiva a pesquisa.

O velho Clanker nunca teve tão bom aspecto.

As habilidades não se limitam apenas a abrir novos caminhos, são relevantes para a navegação dos níveis e transmitem um verdadeiro sentimento de variedade ao jogo. Esta forma de organização evita também grandes frustrações da parte do jogador, que mesmo que acabe por se ver encravado na obtenção de algum objecto, tem sempre uma miríade de outras opções à sua espera.

Além de introduzir o Stop n' Swap (que permite adquirir alguns itens em Banjo Kazooie: Nuts & Bolts), a grande alteração neste remake do jogo prende-se com o aspecto gráfico. O modo 16:9 é suportado e todo o jogo sofreu melhoramentos. As sprites e texturas utilizadas foram remodeladas (para maior detalhe) e a música aparenta ter melhor qualidade que a versão Nintendo 64 (devido à reduzida quantidade de espaço disponível num cartucho da consola). Mas a diferença essencial é mesmo a frame rate, que é agora elevada e se mantém consistente, um melhoramento essencial.

Já a câmara não sofreu nenhuma alteração e continua a ser uma besta incómoda. Apesar de ser possível controlá-la com o stick direito (movendo-a à volta do personagem ou para perto ou longe deste), continua a prender-se em cantos ou a decidir entrar em rotação abrupta por razões desconhecidas. Num jogo que exige a navegação cuidada de plataformas, esta questão torna-se, no mínimo, problemática.

A distante linha de horizonte é a mais óbvia melhoria gráfica neste remake.

As transformações continuam a ser um dos pontos altos do jogo, mais uma achega no domínio da variedade que o jogo oferece. Coisas como transformar Banjo em morsa (para nadar longas distâncias) ou numa abóbora – e respectiva vela – para melhor iluminar o caminho, entram no humor absurdo que polvilha este jogo ao mesmo tempo que trazem diversidade à experiência.

A introdução de leaderboards online agradará aos verdadeiros veteranos do título, que podem comparar as suas estatísticas com as dos outros utilizadores, mas pouco dirá a quem pretende experimentar o jogo pela primeira vez.

Os fãs do jogo encontram aqui a versão definitiva do título, sem verdadeiras falhas a apontar. Já quem não esteja familiarizado com este jogo deverá ponderar a compra com alguma cautela, pois coisas que em 1998 eram aceitáveis, hoje são fonte de muita frustração. Problemas – transmitidos pela versão original – que não impedem o jogo de estar no topo do género dentro das ofertas do Xbox Live Arcade, mas fazem ponderar a validade do elevado preço pedido.

7 / 10

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