Bayonetta
Sensualidade virtual.
Boquiabertos, esta foi a expressão com que ficaram a maioria dos jornalistas quando viram a bela, sensual, deslumbrante, curvilínea e arrebatadora Bayonetta. Ela desfilava perante os olhos esbugalhados de quem estava presente, num vídeo CGI onde ela contracenava com outra personagem do jogo. Ângulos de câmara propositadamente provocantes, mostrando os dotes físicos desta beleza virtual.
Depois desta excitação inicial, vou ao que mais interessa, que é o jogo em si. Antes de mais, não poderia deixar de referir as profundas semelhanças deste título com Devil May Cry. É praticamente uma cópia chapada, à primeira vista. Mas tudo isto já todos nós sabemos, não fosse o homem por detrás destes dois videojogos Hideki Kamiya.
Realmente é tudo muito parecido com Devil May Cry, desde a acção, os vídeos, a movimentação e até os cenários. Será isto mau? Por um lado acho que sim, mas ao mesmo tempo penso que até será bom. Devil May Cry sempre foi conhecido pela sua excelente jogabilidade, acção e adrenalina. Agora com Bayonetta a fórmula mantém-se, sendo agora uma personagem feminina com um semblante que deixa nervoso o mais sério dos homens.
Bayonetta é uma bruxa que esteve a dormir durante muitos anos. Acordou num mundo desconhecido e não se recorda do seu passado. Ela luta contra anjos com formas algo estranhas. Estes não têm aparência de anjos, apesar de possuírem um corpo normal, estas criaturas têm uma cabeça algo aterradora. Um dos jornalistas presentes na apresentação perguntou o porquê deste aspecto, a resposta foi que não tinha sentido combater criaturas com um aspecto angélico, tiveram que pensar numa forma de as tornar temíveis, o resultado, foram criaturas com cabeças estranhas e ameaçadoras.
A história deste jogo gira à volta de Bayonetta e a sua falta de memória, juntamente com a de Luka, que testemunhou a morte do seu pai quando ainda era uma criança. Aparentemente, Bayonetta foi a assassina. Como seria de esperar, a história destes dois personagens é um misto de ódio e amor, com as cut scenes a demonstrar isso mesmo. Numa sequência cinemática durante a apresentação, Luka é rodeado por inimigos que não consegue visualizar. Bayonetta estava presente, apesar de Luka não a conseguir ver. Ele apenas consegue sentir o mesmo cheiro que estava presente no dia da morte do seu pai, atribuindo esse mesmo cheiro à presença de Bayonetta. Ela é uma espécie de anjo da guarda de Luka, salvando-o dos ataques dos inimigos mesmo sem este o saber. Um pormenor interessante é que a única maneira de Luka visualizar Bayonetta é através dos espelhos.
Depois da cut scene veio o que mais estava à espera, a acção. Durante o carregamento dos níveis temos a oportunidade de ir treinando os combos, útil para a aprendizagem e para ajudar a passar o tempo de loading. Bayonetta possui um arsenal de movimentos bem impressionante. Executa tudo com uma rapidez e fluidez incrível, criando uma sensação de poder sobrenatural. Esta tem também ao seu dispor duas armas nos tornozelos e duas nas mãos. Também possui vários poderes mágicos como a capacidade criar uma guilhotina que decapita os inimigos e até a temível máquina de tortura Dama de Ferro (Iron Maiden) que faz jorrar sangue por todos os lados.
Como seria de esperar, todo este arsenal disponível é um convite para a execução de combos, estes são de fácil execução mesmo para os mais novatos. Alguns podem ser executados ao calha, mesmo sem sabermos quais os botões a pressionar. Quando aniquilamos os inimigos, estes largam uma aura que serve para adquirir novas armas e até fazer upgrades, sendo este um aspecto importante para a progressão no jogo.
Voltando ao ponto inicial, sim, volto a falar sobre a beleza de Bayonetta. Visualmente estamos perante um jogo bonito, com muita cor, bons efeitos de luz e com cenários bem construídos, fazendo lembrar Devil May Cry. Mas notam-se algumas texturas algo fracas, com pouca resolução e com pouco detalhe. Os inimigos e bosses estão bem recriados, com boas texturas e alguns pormenores interessantes ao nível da sua movimentação. Agora em relação a nossa querida Bayonetta, estamos perante uma incrível representação virtual da beleza da mulher. Como já tinha referido, esta está simplesmente deslumbrante, com uma movimentação sensual e umas curvas de cortar a respiração.
Depois da demonstração aos jornalistas, tive a oportunidade de experimentar a demo (versão Xbox 360). A imagem era limpa e corria com uma fluidez impressionante, sem uma única quebra de frame rate. Infelizmente não estava disponível uma versão PS3 para comprovar pessoalmente se o que foi adiantado recentemente é verdade ou não. Segundo esses mesmos relatos, a demo PS3 está com problemas de fluidez e com uma imagem algo embaciada.
Bayonetta é sem dúvida um jogo muito esperado pelos fãs de Devil May Cry. Será que é uma evolução natural? Será uma tentativa de refrescar uma fórmula através de uma nova personagem? Só o produto final o dirá. Ficamos então à espera pelo dia do seu lançamento e como é óbvio pela nossa análise.
Bayonetta será lançado no início do mês de Janeiro de 2010 para PS3 e Xbox 360.