Bionic Commando
Major gancho!
Por enquanto as impressões são francamente positivas. A vastidão do cenário é um dos pormenores mais espantosos, acrescendo o rigor nas dezenas de placas de metal retorcido a sair pelos edifícios e outros destroços espalhados pelas fundações. A riqueza da área urbana é vasta e considerável. Carros destruídos acumulados, carruagens do metro abandonadas, autocarros, zonas interiores dos edifícios, fogos, árvores, estruturas de ferro, enfim, não faltam detalhes que atestam um grau de realismo e sensação de destruição impressionantes.
Com uma paleta de cores invejável (sem aqueles efeitos de cores próximas que minimizam algumas limitações no grafismo) a coesão e realismo dos espaços são uma das notas principais a reter. A personagem movimenta-se com uma suavidade espantosa, sendo escassos os apontamentos ao nível das quebras e abrandamentos na animação. Fazendo uso de um motor gráfico propriedade da Grin, chamado Diesel Engine, o ponto de partida para uma estrutura gráfica impressionante estava dado. Por enquanto o acesso à exploração dos cenários limitou-se a umas secções citadinas, bem no centro de Ascencion City. Mas estão prometidas zonas diversificadas e com diferentes luminosidades.
Em pleno voo urbano
Mas o aspecto que acaba por tornar a experiência única e mesmo distinta das demais, sendo até a chave para perceber o jogo é a função que permite à personagem balancear entre certos pontos do espaço em que se insere. Graças ao braço artificial, Nathan Spencer move-se livremente pelos cenários tridimensionais. Para tal o braço postiço está equipado com um gancho que prende e fixa em muitas superfícies. O prólogo de Bionic Commando explica como funciona. Muito sucintamente: por exemplo, a personagem pretende chegar ao edifício do outro lado. Corre, salta e fazendo pontaria com o analógico para uma saliência, coluna de ferro ou outra zona destacável atira o gancho premindo o gatilho L2.
A partir do momento em que a personagem está fixa ela entra na fase do movimento gravitacional natural e na ponta final da impulsão deve-se soltar o cabo, ocorrendo aquele curto e saboroso momento em que a personagem sobrevoa o espaço e é então que se volta a atirar o gancho na direcção de um ponto próximo, que logo suga a personagem, num movimento fluido e natural e assim sucessivamente. Mas o mecanismo é de tal modo permissivo que o jogador pode balancear para diversos lados, tendo o gancho preso ou estando em voo. Além disso essa função é conjugada com determinados golpes de ataque para os inimigos, sendo aí que a tarefa adquire alguma complexidade, especialmente quando a personagem é alvo de ataque e deve, o mais depressa possível, abater inimigos e escapar para o topo de um prédio.
Mas depois de descoberto o segredo há momentos em que se torna agradável percorrer somente certos pontos do cenário só pela sensação natural de projectar a personagem e conduzi-la ao longo de grandes distâncias. A sensação de controlo é colossal. Apesar disso, porém, o aspecto tridimensional das áreas acarreta alguns problemas, já que por vezes fica a impressão que determinada estrutura está próxima e quando apontamos a personagem para lá atirando o gancho, não há como agarrar e o mergulho na zona contaminada é inevitável. Cheio de radiação é o fim da personagem. As secções abertas à acção e plataformas completam a experiência. No combate com tropas terrestres Nathan pode utilizar granadas e armas de diversas categorias.
Aliás os produtores aplicaram um sistema de crescimento e melhoria que permite à personagem acumular novas funções para o braço à medida que cumpre determinados desafios com sucesso. O mesmo se passa com as armas à disposição. Com as diversas funções conjugadas Nathan Spencer estará preparado para enfrentar as criaturas mais difíceis, os sempre temíveis chefes de fim de nível.
Não temos dúvidas que Bionic Commando se prepara dar um novo e refrescante alento aos jogos de exploração e acção em combate horizontal e vertical. Claro que ainda sobram bastantes aspectos para ponderar na versão definitiva, mas quanto ao foco principal do jogo, balancear, abrem-se boas perspectivas. Quanto à Capcom, deverá permanecer em alta neste primeiro semestre de 2009. Depois dos já declarados êxitos Street Fighter IV e Resident Evil 5, Bionic Commando promete ser o próximo ponto de atenção, estando anunciadas versões para a Xbox 360, PS3 e PC Windows. E depois, conseguirá Nathan Spencer salvar Ascension city e provar a sua inocência?
Bionic Commando tem data prevista de lançamento no território europeu para 22 de Maio e terá versões para a Xbox 360 e Playstation 3.