Birds of Steel - Análise
Quando o Japão forçou a entrada dos EUA na II Guerra.
Os jogos de aviões baseados na II Guerra Mundial continuam a entreter os fãs, mesmo se nos afastamos da plataforma agregadora deste peculiar género que é o PC e nos aproximamos do universo das consolas. No ecrã da televisão, os aviões da II Guerra deste Birds of Steel são como que pequenas miniaturas detalhadas. Pássaros que há muito tempo desapareceram dos céus, mas que ainda hoje alimentam a imaginação de muitos fãs que nutrem uma admiração por estas aeronaves raras. Conhecendo o interesse por parte dos utilizadores, a Gaijin Entertainment lançou há uns tempos IL 2 Sturmovik: Birds of Prey, um simulador de combate aéreo baseado no modelo russo que teve como principal espaço de combate o continente europeu.
Tendo cumprido de forma bastante competente o objetivo a que se propôs, Birds of Prey tanto podia ser jogado pelos jogadores veteranos que pretendiam arriscar uma experiência próxima da simulação, como permitia aos menos versados em aviões de combate avançar a campanha e seguir diretamente para as opções para vários jogadores. Com Apache: Air Assault a produtora russa cimentou o seu conhecimento por tudo o que estivesse relacionado com maquinaria aérea de combate ao avançar para os helicópteros de guerra.
Birds of Steel, sem subtítulo para mencionar alguma especialidade, é uma aposta renovada e refrescante do interessante e apelativo Birds of Prey. Vários melhoramentos destacam-se. O jogo exibe uma melhor definição dos aviões, há-os em grande número e, para os perfeccionistas, chegar a todos os modelos que entraram em combate durante a segunda guerra será um fator de maior dedicação. Poder usá-los em combates multijogador é outro aliciante. Ao mesmo tempo, este novo simulador muda de cenário e aposta no confronto aéreo que opôs norte-americanos à pujante armada japonesa no momento em que a Alemanha comandada por Hitler impunha o poder militar no coração da Europa.
Nem por se verificar um desvio para a Ásia do ponto de confronto desaparecem as máquinas voadoras do exército nazi e soviético. Sendo que a Gaijin Entertainment canalizou significativos esforços para tornar as aeronaves mais vistosas e atraentes em Birds of Steel, a presença de aproximadamente 100 diferentes máquinas de voo serve de estímulo adicional. Claro que a condução destes aparelhos está longe de proporcionar diferentes condições para cada uma. Entre bombardeiros e caças as diferenças no comando são evidentes. Já dentro da mesma categoria a diferença de pilotagem de um avião japonês, americano ou alemão é praticamente inexistente. O que acaba por distinguir é a silhueta e os decalques. Para aqueles que nutrem uma especial admiração pelos Mitsubishi Zero japoneses terão aqui várias versões para pilotar.
Birds of Steel não nos apresenta uma narrativa, nem sequer uma versão fictícia e alternativa da história. Tal como já referimos, a campanha individual aponta para os acontecimentos históricos que precipitaram a guerra entre americanos e japoneses entre Dezembro de 1941 com o ataque a Pear Harbour até 1942. Aqui chegados tanto podem seguir um acervo de missões do lado do tio Sam, repelindo os kamikaze que fizeram a vida negra às embarcações americanas aportadas nas ilhas asiáticas, como segurar a frente de ataque nipónica, seguindo as ordens do Imperador Hiroito. O enquadramento histórico torna-se relevante. Datas concretas são reveladas e há uma apresentação e resumo históricos com sequências televisivas narradas com vídeos filmados na altura. Isto torna-se relevante para conferir mais alguma profundidade e relevância às missões. As missões arrancam a partir de objetivos concretos, baseados em factos históricos, mas ocorrem desenvolvimentos e situações imprevistas durante a missão que acabam por constituir novos desafios lançados pelos produtores.
Assim sucede quando depois de completarem o objetivo principal voltam a entrar em combate por força de aeronaves inimigas que surgem no horizonte, o que implica mais umas voltas nos céus e tempo de voo suplementar. Estes imprevistos são constantes e há que contar com objetivos secundários obrigatórios para lá da missão principal.
Por cada missão que completarem recolhem pontos de experiência. A experiência acumulada pode ser maior ou menor consoante subam aos céus em condições arcade ou de simulação. Caso optem por um compromisso simples e de fácil condução do aparelho, terão menos pontos. Os alvos são atingidos sem grande dificuldade, as trajetórias de evasão para as laterais efetuam-se sem perda de estabilidade e nos mergulhos para lançar torpedos e outras bombas na direção de frotas navais conseguimos recuperar o aparelho sem dificuldade quando já estamos quase a mergulhar nas águas do Oceano Pacífico.