Bleach: Soul Resurreccion
Quantos são?
Também não existe grande possibilidade de interação entre o jogador e o ambiente. À exceção de uns pilares e umas rochas que podem ser quebradas por razão nenhuma e umas paredes que precisamos destruir para poder passar, as únicas coisas que de facto têm importância no ambiente são umas pequenas rochas em forma de pirâmide que oferecem uma esfera para recuperar Vida, Spirit ou Ignition. Sinceramente é muito pouco, o jogo ficaria a ganhar com algum tipo de "power ups", ou até eventos dinâmicos que possibilitassem massacres de grande efeito.
O sistema de recompensa gira todo à volta dos "soul points", pequenas esferas verdes que caem dos inimigos que vamos derrotando e dos objetos que destruímos no ambiente. Estes pontos funcionam como unidade monetária para melhorar as capacidades dos lutadores. No menu "Level Up" temos acesso a uma árvore de habilidades em forma de pequenas esferas, semelhante à grelha de esferas de Final Fantasy X, mas muito longe da profundidade desta. Os soul points servem para ir desbloqueando as esferas e consequentemente ganhando acesso a outras áreas da grelha. As esferas limitam-se a bónus vida, ataque, spirit, defesa ou mais dano a determinado tipo de inimigo, mais uma vez, longe do brilhantismo da grelha de FF X.
Ironicamente a simplicidade deste sistema não é acompanhado pelo seu tamanho. A grelha é grande, mas fundamentalmente obriga a que joguemos com várias personagens até determinado nível, para desbloquear a grelha inteira. Este design é rígido e tem o objetivo de promover o prolongamento do tempo de jogo. Se quisermos ter tudo disponível na nossa personagem favorita, temos mesmo que dedicar algum tempo a vários lutadores. Pena é que depois o jogo não oferece conteúdo suficiente, ou com a variedade necessária para querermos repetir o modo história e as missões.
Além do "grind" natural por experiência e soul points, a única coisa que o jogo faz para promover a repetição dos capítulos, é através de um sistema de classificação que atribui uma nota no final de cada capítulo, dependendo da nossa prestação. Servirá para aqueles que gostam de ter a melhor classificação em todos os objetivos dos jogos e pelo menos é um pequeno incentivo, se decidirem mesmo desbloquear a grelha de habilidades inteira.
Existem apenas dois níveis de dificuldade, normal e difícil. Felizmente podemos escolher o modo de dificuldade no início de cada capítulo e sinceramente se gostam de desafios podem escolher o modo de dificuldade máximo logo à partida. Em toda a experiência que tive com o jogo no modo de dificuldade normal, apenas morri uma vez, e por ter subestimado uma habilidade de um boss. Toda a ação é bastante fluida, mas demasiado fácil no modo normal.
O ponto forte deste jogo é o apelo visual, fruto da animação em cel-shading, ou toon shading se preferirem, que oferece um aspeto cartoon aos ambientes e que em combinação com as poderosas animações dos ataques dos lutadores, dá um estilo agradável a este Bleach: Soul Resurreccion. Claro que como parece não haver bela sem senão neste título, os ambientes envolventes são muito pobres em detalhe, acreditem que preferia não ter que utilizar o superlativo aqui, mas para além dos cenários parecerem cópias uns dos outros, resumem-se a espaços vazios que nem sequer permitem exploração.
Em jeito de conclusão Bleach: Soul Resurreccion é um título que oferece pouco conteúdo, mas que se consegue tornar numa experiência longa se o jogador desejar melhorar o seu personagem favorito ao limite. Vale pelo combate frenético com alguns ataques bastante divertidos de executar e alguma variedade de lutadores para experimentar. Infelizmente torna-se repetitivo demasiado rápido e vai perdendo o apelo. Em termos narrativos o jogo parte do princípio que estão familiarizados com a série, porque se não estiverem, também não aconselho a que se importem com ela durante o jogo.