Blur
Elevada carga dramática!
Porém, a utilização destes trunfos é passível de negociação e confronto, em favor dos jogadores mais atentos e habilitados a reagir imediatamente assim que um indicador no fundo do ecrã pintado a vermelho apita por um perigo de uma bola de fogo que persegue a toda a velocidade. Uma mina ou um desvio de última hora minimizam e evitam as consequências mais severas como uma destruição total do veículo (estejam sempre atentos ao estado de saúde do veículo) ou um pequeno atraso suficiente para vos tirar a posição privilegiada. No caso das descargas eléctricas sucede o mesmo e poderão contornar em prejuízo de uma apreciável desaceleração, mas atravessar essas cortinas de electricidade seria ainda mais agreste.
Na verdade é a partir desta roleta russa de poderes que se adquirem a cada instante que se definem as posições na corrida e também se perde o juízo metros antes de cortar a meta só porque um adversário foi lesto e certeiro a tirar-vos o pão da boca. Para alguns é fácil chamar rude ao esquema de jogo e batoteiro, ao ponto de fazer desesperar pela imprevisibilidade, mas também podem recorrer às ferramentas de defesa e bloquear as pretensões dos adversários, tendo sempre um trunfo nas mangas para uma situação delicada. Isto porque o jogo permite que acumulem até um máximo de 3 “power ups”, podendo seleccionar um de entre os três ou dois que tenham.
Optando pelo modo carreira irão ter à prova os desafios de alguns “racers”, desafios esses coroados com um derradeiro mano-a-mano, cumprido com todas as regras do jogo disponíveis, ficando o vencedor dessa prova com o carro do vencido. Gostoso. Antes de lá chegarem; as provas mais rotineiras, através de desafios como destruição (devem dinamitar a maior quantidade de adversários possível), corridas com pontos intermédios a percorrer antes do tempo acabar, entre outras provas, cruzadas com os eventos para melhorar os “fans” numa acumulação de “lights” que abrem mais provas e outros adversários detentores de carros mais potentes.
Cada adversário estabelece os respectivos desafios, exige condições particulares que deverão cumprir e assim que o quadro estiver 100% preenchido terão um novo desafio à espera com o aliciante de juntar à garagem um carro potente e mais capaz para entrar em novos desafios. A lista de carros disponíveis é suficientemente abastecida, com muitas marcas licenciadas e por isso um motivo de satisfação para correr com carros do próprio agrado, como BMW, Dodge, Toyota Supra, Renault, Audi R8, Ford GT, Jeep, carochas, 4x4, alguns deles artilhados e particularmente modificados pelos jogadores através de “updates” que podem ser acrescentados e garantem um bom equilíbrio. As características de cada modelo servem bem o tipo de provas e habilitam-se a bons resultados em função da escolha para o tipo de traçado.
Pistas que a talhe de foice de PGR voltam a sair de cidades incontornáveis como Barcelona, LA, Brighton, São Francisco, Tóquio, entre outras. O grau de execução e pormenorização não é tão destacado como na série desenvolvida para a Microsoft, pois Blur conta com um “design” muito peculiar em torno de uma luminosidade “néon”, no entanto e para favorecer a sensação de velocidade alguns aspectos não ficaram tão desenvolvidos.
Em termos de opções para multiplayer, as corridas prolongam até um máximo de vinte contendores em pista, aptos para maximizar as regras específicas de Blur, ou seja, com muita acção e permanente reviravolta entre as posições alcançadas. Uma das evoluções em Blur no que respeita ao on-line passa pelos desafios dirigidos a determinados colegas. Mesmo em provas individuais, depois de obtido um resultado é possível desafiar um amigo da lista para superar o tempo individual. Além disso certos dos elementos e estrutura do modo carreira vingam em termos on-line abrindo outra competição para lá da inteligência artificial, mas é sobretudo nos rankings e respectiva progressão que se estabelece o maior ponto de equiparação entre contendores. Regra geral as corridas decorrem sem grandes problemas de lag, mesmo quando disputadas dentro da lotação máxima.
Enquanto “arcade racer” Blur acrescenta algumas novas ideias e rapidamente consegue cativar e cavar algum fosso de variação para outros jogos que marcam directa concorrência, mostrando-se coeso e bem equipado em termos de opções para garantir uma boa longevidade dividida entre a vertente individual e a progressão em rede, propondo desafios que exigem sempre uma diferente dose de risco dentro de uma jogabilidade que abarca o grosso para o género mas não ignora lições estudadas em PGR. É uma nova marca para a Bizarre Creations e justifica cada cêntimo dispendido, ainda que levem com algumas frustrações como o atraso que vos rouba a medalha dourada em cima da meta. Mas essa é a essência de Blur e todas as condições são proporcionadas para saber lidar com isso.