Bob Iger admite que a Disney "investiu demasiado" no streaming
Houve excessivo volume e uma redução da qualidade.
O CEO da Disney, Bob Iger, reconheceu os erros cometidos aquando da entrada agressiva da empresa no mercado do streaming, admitindo que "investiram demasiado" nas suas plataformas de streaming, o que resultou em perdas consideráveis. Durante o seu discurso na MoffettNathanson Media, Internet & Communications Conference, citado pelo The Hollywood Reporter, Iger fez uma análise sobre os principais problemas enfrentados durante o lançamento do streaming pela Disney, citando o desequilíbrio entre o investimento em conteúdos e o seu potencial retorno.
Uma das mudanças de estratégia destacadas por Iger foi a alteração de uma decisão tomada pelo seu sucessor, o anterior diretor executivo da Disney, Bob Chapek, no sentido de transferir a responsabilidade pelos lucros e perdas para o departamento de distribuição do estúdio. Iger reconheceu que esta medida foi um erro, tendo insistido na importância da responsabilização e na garantia de que aqueles que investem capital são diretamente responsáveis pelas suas decisões.
As consequências de dar prioridade à quantidade em detrimento da qualidade tornaram-se evidentes, com Iger a reconhecer que a concentração excessiva no volume levou à redução da atenção à qualidade dos conteúdos. Apesar de reconhecer a necessidade de um volume competitivo de conteúdos no panorama do streaming, Iger acentuou a importância de manter um equilíbrio para evitar comprometer a qualidade.
Em resposta a estes obstáculos, Iger delineou um plano de recuperação, que inclui o restabelecimento de uma ligação entre os aspetos criativos e de rentabilização. Ao alinhar as decisões criativas com os objectivos estratégicos de rentabilização, a Disney quer garantir que a criação de conteúdos se mantém concentrada e eficaz.
Ao longo do seu discurso, Iger manifestou a sua admiração pela capacidade do gigante rival do streaming Netflix de atrair consistentemente os utilizadores com conteúdos de alta qualidade. No entanto, alertou para o facto de não se poder forçar uma produção excessiva de conteúdos, referindo que tal poderia prejudicar a procura da excelência.