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Borderlands 2 - Análise

Saque de ouro.

Para uma fácil navegação, também o mapa foi revisto em relação ao primeiro jogo, bem como a condução dos veículos, muitas vezes frustrante no primeiro. O jogo é muito mais variado, com diversos tipos de ambientes, entre gelo, campos, cidades ou novamente o deserto. Cada zona é única, mas o jogador nunca se sentirá deslocado. São mapas grandes mas nunca vazios. Existem inimigos em todo o lado e há sempre algo interessante para explorar. A quantidade de Easter Eggs e referências encontradas em Borderlands 2 é incrível, sempre num ambiente muito próprio, e as diversas missões incentivam a uma exploração total do mapa.

A cada uma que cumprem podem ainda ganhar dinheiro e equipamento. E esse é um dos principais enfoques do jogo. A quantidade de material que podem encontrar por todo o lado, entre armas, relíquias, armaduras, melhoramentos para as granadas ou habilidades de classe é completamente impressionante. É gratificante ter um bom equipamento e uma personagem evoluída, sentindo a vantagem que isso traduz em combate.

A procura de novos elementos de personalização é um incentivo à exploração.

E porque cada item é classificado numa escala de raridade, esta busca ganha um sentido completamente diferente. O jogo continua sempre a oferecer novo equipamento escondido em diversos sítios. A variedade de armas já era um prato forte no primeiro jogo, mas aqui é de loucos. Existem armas para todo tipo e com habilidades especiais, entre fogo, eletricidade, ou explosivas, por exemplo. Encontrar equipamento que permita melhorar o inventário é fácil e o sentimento de recompensa é constante.

"Borderlands 2 é enorme e, mais do que isso, é daqueles em que existe um verdadeiro propósito para continuar."

Qualquer tipo de equipamento pode ser depois trocado ou vangloriado online com o resto o mundo. Aliás, todo o jogo pode ser jogador a quatro. É a derradeira experiência de Borderlands. É fácil pedir a ajuda de alguém para uma missão nossa ou entrar no jogo de outros. É possível até entrar em duelos com outros jogadores ou simplesmente coabitar num mesmo cenário sem realizar missões. Mas, mesmo sendo todo o jogo programado para jogar a quatro, nunca parece despropositado jogar sozinho.

A única desvantagem é não existir um enredo próprio à personagem controlada. O jogador é tratado como o Vault Hunter, já que pode assumir o papel de qualquer uma das personagens, a jogar sozinho ou a quatro. É possível, porém, encontrar gravações escondidas pelo mundo com dados sobre a existência de cada personagem principal.

Aliás, se por um lado não oferece uma história na primeira pessoa, compensa com histórias alheias… ou não tão alheias assim. Do enredo fazem parte as quatro principais personagens do primeiro jogo. Estão envolvidas de perto e com uma importância que também elas não tinham tido no primeiro jogo. Forma interessante de criar uma ligação. A presença destes velhos conhecidos traz uma série de adições ao enredo e permite ao jogador criar uma empatia invulgar com toda a narrativa. São de esperar muitos momentos altos.

Uma narrativa cheia de personagens interessantes e um senhor vilão para impedir. Handsome Jack é memorável.

Mesmo depois de acabado o enredo principal são oferecidas novas missões secundárias. O jogo é enorme e, mais do que isso, é daqueles em que existe um verdadeiro propósito para continuar. Isso é a prova de que todo o sistema de evolução de personagem e recolha de equipamento está bem feito. Após o final é ainda desbloqueado o novo modo True Vault Hunter que permite começar uma história de novo com a personagem já evoluída e com todo o equipamento. O objetivo é continuar a capturar equipamento cada vez melhor e mais raro e ainda evoluir a personagem através dos inimigos com nível de dificuldade acrescida.

Graficamente é soberbo, com o seu estilo cel shading que só saiu a ganhar com os novos ambientes. Existe mais cor e o festim visual é garantido. Existem inimigos de todo o tipo e tamanho a preencher o ecrã na totalidade. Borderlands 2 introduz também novas opções de personalização. Existem diversas cabeças para desbloquear e cores para as roupas e carros. O truque é que para as obter é preciso procurar pelo mapa ou cumprir desafios. É incrível o contributo que algo tão pequeno pode dar para a crescente exploração deste mundo aberto.

Não há dúvidas que a Gearbox soube ouvir os fãs na criação desta merecida sequela. Borderlands 2 é gigante, intenso e viciante. É fiel a si próprio e exímio na forma como tira partido dos atributos que o tornam uma obra singular. O aspeto gráfico e o humor requintado, muitas vezes satírico, são já apanágio desta série que se torna um verdadeiro caso de sucesso. Pandora é um mundo que vale a pena ser explorado até ao último pedaço. Jogado sozinho ou com até quatro amigos, Borderlands 2 oferece longas horas de diversão, com uma narrativa intensa e um sistema de evolução e exploração altamente gratificante. Pela altura em que o acabarem só vão pensar em começar de novo.

10 / 10

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