Brütal Legend
Metal duro de roer!
Para lá da história, que se inspira bastante em várias criações de bandas de heavy metal dos anos 60 e 70, existem os actores e músicos que dão voz, e alguns o corpo, às personagens deste jogo. Jack Black deu voz a Eddie Riggs, personagem central desta aventura, assim como tem presença na banda sonora graças a Tenacious D; Ozzy Osbourne não só dá a voz como também o corpo a uma das personagens mais divertidas e pertinentes de Brutal Legend, já que ele será o Guardian of Metal que ajudará Eddie a actualizar as suas armas (uma guitarra e um machado), o seu carro, e outros pormenores, e tal como Jack Black tem músicas na banda sonora, não só da sua autoria como também dos Black Sabbath; Rob Halford, mais conhecido por ser o vocalista de Judas Priest, será Lionwhyte, o primeiro vilão deste jogo e como seria de esperar também tem presença musical; a veterana Jennifer Hale, que já todos a ouvimos em Metal Gear Solid como Naomi Hunter, será Ophelia, a grande paixão de Eddie; o curandeiro Kill Master estará a cargo de Lemmy Kilmister, ouvido por muitos em Motörhead e com músicas na banda sonora, e as parecenças físicas entre a personagem e o músico são mais que muitas.
E o que acontece quando o modo história é curto demais? O jogador aventura-se no modo multiplayer! Assim que cheguemos ao fim da vertente singleplayer não nos limitamos a arrumar este jogo na prateleira. Mesmo que a opção multiplayer não seja algo que deixe o jogador espantado, é o suficiente para prolongar a vida do jogo. O que se faz neste modo? O mesmo que se faz no modo história. Assim que chegamos ao final de cada nível iremos derrotar um conjunto de inimigos. Cada lado da batalha tem um palco, onde são criadas novas unidades de combate, e o objectivo é o jogador se apoderar de vários pontos de controlo e conseguir derrotar o palco adversário. Tudo isto feito muito ao estilo de um jogo de estratégia em tempo real. Podemos fazer parte da batalha e derrotar alguns inimigos enquanto damos ordens às nossas unidades, ou então ficamos a voar e controlamos tudo calmamente. No modo multiplayer o objectivo é exactamente o mesmo, mas em vez de jogarmos contra inimigos controlados pela inteligência artificial, estamos a jogar contra outros jogadores.
Portanto, quais as notas musicais que criaram esta partitura tão bem sucedida e que de outra forma nem teria chegado a um simples “single”? Tim Schafer é um maestro único, Jack Black mostra a sua versatilidade para lá da música e da representação, nomes importantes do heavy metal fazem questão de marcar presença neste jogo, e tudo isto para criarem uma obra única, ligada à música, mas que não obriga o jogador a pegar numa guitarra de plástico e com botões para que possa aproveitar bons momentos musicais num videojogo.
Se não fossem todos esses elementos, este jogo, muito provavelmente, seria rapidamente engolido por pesos pesados da indústria. Um visual datado, problemas técnicos como bastantes quebras na frame-rate, uns quantos erros que nos obrigam a reiniciar o nível, tudo isso inadmissível em qualquer outra obra, mas que nesta, por incrível que possa parecer, é totalmente insignificante perante a genialidade vinda de grandes mentes como aquelas envolvidas em Brütal Legend e que tornam este jogo num título a jogar por todos aqueles que não só gostam de heavy metal como também gostam de bons jogos!