Bulletstorm
Kickass.
A história da campanha não é brilhante, mas cumpre a sua função entretendo o jogador e está em sintonia com o estilo do jogo. Sem querer revelar muitos detalhes, em Bulletstorm encaramos Grayson Hunt, o líder do grupo de soldados altamente treinados "Dead Echo". Estes foram enganos pelo General Serrano e agora tudo o que querem é ver a sua cabeça num prato.
Não irão precisar de muito tempo para terminarem a campanha de Bulletstorm, dura em média umas 5/6 horas (o normal nos first-person shooters actuais), dependendo da velocidade a que jogam e do número de vezes que morrem. A acção e diversão cresce à medida que vão progredindo e percebendo a jogabilidade. Vale a pena repetir novamente a campanha, e provavelmente irão ter vontade de fazê-lo (eu tive), principalmente para descobrirem as skillshots que não descobriram da primeira vez. Adicionalmente, existem coleccionáveis, se gostam desse tipo de coisas.
Mesmo estando armados até aos dentes, Bulletstorm desafia-nos ao introduzir novos inimigos. Algures ao longo da campanha encontramos um tipo que esquiva-se da nossa leash. Existe um outro tipo de inimigo que tem a cabeça protegida com um capacete de metal (não há headshots).
O design foi pensado de maneira a que o jogador esteja sempre a ser recompensado, mantendo sempre activo o seu interesse. Fica-se sempre com um sorriso quando descobrimos uma skillshot e vemos as letras brilhantes a dizer "New". Quando pensamos que já vimos tudo, Bulletstorm continua a surpreender através de confrontos épicos com gigantes.
Enquanto estamos no interior dos edifícios, o visual de Bulletstorm não impressiona. O mesmo não pode ser dito quando estamos no exterior. Cá fora os cenários são incrivelmente lindos e exóticos. O efeito um pouco exagerado da luz solar ajuda muito a embelezar tudo aquilo que vemos, transmitindo a ideia que estamos em algum tipo de paraíso. Estava à espera de ver algum atraso no carregamento das texturas, algo que acontece em grande parte dos jogos que utilizam o Unreal Engine 3, mas não verifiquei nada desse género.
Depois de se fartarem da campanha, Bulletstorm oferece outros modos para se entreterem. Um deles é o Echoes, que já tiveram a oportunidade de experimentar na demo. Aqui foram seleccionadas partes específicas da campanha em que terão de tentar pontuar o máximo que conseguirem. A vossa pontuação será colocada na leaderboard onde será comparada com a de outros jogadores. Ao princípio olhava para este modo como uma forma barata de prolongar a longevidade de Bulletstorm, mas acabou por se tornar um vício tremendo competir com as pontuações da leaderboard.
No online apenas existe um modo multiplayer e não é competitivo. Anarchy permite que quatro jogadores enfrentem vagas sucessivas de inimigos. É basicamente igual ao modo Horde de Gears of War. Com a experiência que vão ganhando sobem o vosso nível, o que desbloqueia skins para a vossa personagem. Infelizmente, parece que o matchmaking da versão PlayStation 3 não está funcionar. Das muitas vezes que seleccionei Quick Match não consegui encontrar ninguém. Se tiverem amigos que possuam o jogo, podem criar uma sala e convidá-los. É possível criar uma sala privada e jogar sozinho, mesmo desta forma consegue ser divertido, mas é claro que a diversão aumenta muito mais com outras pessoas. Esperemos que uma actualização corrija o problema em breve.
Bulletstorm prometia diversão e cumpriu de forma exemplar. Mas não só, consegue sucesso distingir-se dos muitos jogos do mesmo género ao introduzir as skillshots, o que lhe garante um certo carisma e uma personalidade muito própria. Outro dos seus pontos fortes é ser um jogo sem compromissos, a jogablidade é fácil de assimilar e a diversão quase imediata. É verdade que a violência excessiva e palavrões fazem parte da essência do jogo, mas Bulletstorm é bem mais do que isso, é um jogo muito bem conseguido.