Buzz! Master Quiz

Depois do universo Buzz se ter recentemente expandido para os lados da Playstation 3 e após largos anos a dar cartas na Playstation 2, já estava na altura de ver uma versão desta franquia de sucesso na portátil da Sony.

Numa conversão que desde logo se adivinhou ser de grande atribulação devido à falta dos periféricos Buzzers, novas ideias e mecânicas seriam necessárias para que Buzz na PSP não se tornasse apenas num jogo de perguntas em serie sem qualquer profundidade e completamente descaracterizado em relação aos seus primogénitos.

Pois bem, em primeiro lugar há que dizer que esta versão de Buzz nada tem a ver com o que de resto se viu até agora nas consolas caseiras. Se, normalmente, o principal foco de interesse em Buzz é a sua componente multijogador que o torna divertido pelo misto de alegria, raiva e frenesim que espalha instantaneamente na cara daqueles que travam batalhas de conhecimento em tempo real, agora, esta experiência simplesmente desapareceu. Na melhor das hipóteses, a única maneira de, eventualmente, substituir esta experiência é o modo Passa ao Outro, no qual a acção em turnos impossibilita, de todo, a existência de uma experiência de jogo equivalente à já anteriormente vista. A verdade é que este modo de jogo até esta bem adaptado, o problema é que assim simplesmente não tem graça.

Em alternativa, foi também adicionado um novo modo no qual o jogador que tem a PSP em sua posse faz de júri, lendo aos participantes as questões apresentadas pelo jogo e pontuado-os consoante as suas prestações. É claro que jogando com um júri humano tudo é muito relativo pois das suas falhas irá depender o desenrolar do jogo e, caso este não seja um bom apresentador, o jogo rapidamente se torna uma debanda.

Para além das opções já mencionadas, é ainda possível jogar em rede com amigos através da Partilha de Jogo. Esta opção deveria levar a uma experiência mais próxima daquilo a que estamos habituados, mas não leva. Buzz Master Quiz apresenta-se como uma alternativa descaracterizada que não mantém os princípios da série. A apresentação em estilo de concurso televisivo foi abandonada e muitas serão as vezes em que a inexistência de animações levará a uma monotonia constante.

O modo principal de Buzz Master Quiz passa assim a ser o desafio a solo. Servindo de pretexto para encarar o modo a solo de uma forma mais intuitiva é apresentado um esquema em teia que o jogador deverá terminar de forma a concluir o jogo. Nesta teia são apresentados os novos modos de jogo de forma alternada. Conforme o jogador ultrapassa um desafio, são desbloqueados novos... e assim sucessivamente.

Como forma de incentivar o jogador existe ainda, pela primeira vez, um sistema de troféus incorporado, no qual são apresentadas algumas tarefas adicionais. No entanto os troféus são tão difíceis de ganhar que rapidamente perdem o interesse. A maioria deles consiste em acertar em todas as perguntas apresentadas em determinado desafio. Apenas conquistei dois troféus – acertar numa questão em menos de 1 segundo e acertar numa questão em menos de 0,5 segundos, um deles foi ao calhas – adivinhem qual.

O principal motivo de encanto em Buzz Master Quiz é a apresentação do jogo. Embora as perguntas sejam demasiado repetitivas e particularmente desinteressantes, os novos modos de jogo baseados em imagens estão de facto muito originais e bem incorporados. Adivinhar em tempo record imagens desfiguradas ou a interacção entre questão-imagem parece ser o caminho certo e, acima de tudo, uma excelente adição para futuros jogos. Para além disso, desde os menus à apresentação das questões, o jogo apresenta um visual original e limpo que segue a linha de apresentação da versão Playstation 3.

Mas Master Quiz volta a dar um passo para trás, impedindo novamente o jogador de escolher o tema das questões apresentadas. Os temas são escolhidos ao acaso mas a ideia é quase sempre a mesma – vira o disco e toca o mesmo. Por vezes penso que o jogo apenas apresenta questões de cinema e música. Felizmente, de vez em quando aparece uma questão de animais que não interessa a ninguém e lá reconsidero o meu pensamento