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Captain Toad na Switch é excelente - mas a versão 3DS é a maior surpresa

Os ports da Wii U seguem a todo o vapor.

A Nintendo não perdeu tempo em transferir a maior parte do catálogo da Wii U para a Switch e a tendência continua com Captain Toad: Treasure Tracker - e trata-se de uma grande ideia por parte da companhia japonesa, já que é um dos títulos mais agradáveis da Wii U. É, claro, um mini-jogo derivado de Super Mario 3D World, mas o título aguenta-se lindamente como um lançamento a solo, com uma série de quebra-cabeças divertidos, belos visuais e uma excelente implementação do conceito do ecrã duplo da Wii U. Mas este não é um projecto de conversão tradicional, já que o jogo não está apenas destinado para a Switch: a 3DS irá também receber uma versão do mesmo.

É isso mesmo, a portátil da última geração da Nintendo ainda prospera e o lançamento de Captain Toad em duas novas plataformas é mais interessante do que possas imaginar. Como pode a 3DS lidar com um jogo originalmente projectado numa consola com hardware muito mais potente? E no caso do Switch, como pode um jogo que faz tanto uso do touchscreen adaptar-se à híbrida em modo caseiro? Estes são os dois aspectos que são cruciais para a qualidade do port de Capitão Toad: visuais e controlos.

Estes são tópicos que qualquer um pode analisar com maior profundidade, já que a Nintendo lançou demos jogáveis para ambos os sistemas, disponíveis para todos agora na eShop. E como já podes esperar, na questão de recursos visuais, a versão Switch corre sem problema algum. Na Wii U, Captain Toad é um jogo 720p - tal como a maior parte da biblioteca da consola. Quando reproduzido no modo caseiro da Switch, a resolução aumenta para 1080p, enquanto o modo portátil atinge os 720p nativos.

No entanto, existe algo particularmente estranho - na fase do boss incluída na demo, poderás notar num efeito de calor que parece estar a ser renderizado a uma resolução mais baixa, possivelmente na região dos 720p - pode, no entanto, ser apenas o filtro de calor aplicado que confere um certo desfoco à apresentação. Comparada com a Wii U, a Switch parece quase idêntica nesta área específica, sendo muito mais nítida noutros locais. E é basicamente isto - o resto dos visuais parecem virtualmente idênticos ao jogo original, mas isso não significa que o port não foi tratado com cuidado. Por exemplo, os gráficos da interface do utilizador foram aprimorados e são exibidos a 1080p, ajudando a evitar texto e ícones desfocados.

A nossa análise em vídeo de Captain Toad: Treasure Tracker - funciona tanto na 3DS como na Switch.Ver no Youtube

Mas os controlos são o verdadeiro desafio para a Switch com este título. Como podes lidar com controlos touchscreen sem um ecrã sensível ao toque? A solução da Nintendo é implementar um novo sistema de ponteiros. Basicamente, usando os controlos de giroscópio contidos no Pro Controller e no JoyCon, os jogadores manipulam um grande cursor por todo o ecrã. Tens simplesmente de apontar para os objectos interactivos e premir o botão de acção. Os resultados são mistos - funciona bem o suficiente, mas nunca será tão satisfatório como o toque original. O ponteiro em si também não é tão refinado como os fãs da Nintendo têm vindo a ser habituados - a Wii original dependia de infravermelhos, um método extremamente funcional. De forma contrária, a manipulação do ponteiro usando o giroscópio parece um pouco flutuante em comparação, especialmente ao usar o Pro Controller. Além disso, ver o ponteiro no ecrã o tempo todo, mesmo quando não é necessário, distrai, já que o mesmo se vai movimentando com as mãos.

Felizmente, caso prefiras os controlos por toque, essa opção ainda está disponível através do modo portátil da Switch, e os mesmos continuam tão agradáveis na mesma proporção em que o sistema de ponteiros é efectivamente uma versão inferior da configuração da versão original. É claro que, para o jogo em modo caseiro, o conceito dos ponteiros é a solução mais lógica, mas não parece tão refinado como estava à espera. Claro, na 3DS, isto nem sequer é um problema: podes manipular os objectos como na versão original da Wii U - tocando no ecrã secundário. O desafio com o port da 3DS é muito diferente, prendendo-se com uma conversão bem-sucedida dos gráficos.

Claramente, os detalhes das texturas, a qualidade das sombras e a complexidade da geometria sofrem uma queda mas, no pequeno ecrã da 3DS, os gráficos aguentam-se de forma surpreendente. Como um jogo 3DS de última geração, Captain Toad é uma peça fascinante para o sistema - é um dos jogos mais atraentes que já jogámos na consola e fica ainda melhor ao usares o 3D. O único compromisso chave? O mesmo roda a 30 fotogramas por segundo - assim como Super Mario 3D Land - sendo metade do rácio de fotogramas da versão original da Wii U. No entanto, é uma taxa consistente, e esse também é o caso do port da Switch que (pelo menos no que diz respeito à demo) está rigidamente bloqueado nos 60fps, tanto em modo portátil como caseiro.

Switch
Wii U
Captain Toad continua um jogo lindíssimo na Wii U e a aparência do mesmo é ainda melhor na Switch graças a um aumento da resolução de 1280x720 para 1920x1080.
Switch
Wii U
Apesar do jogo ser, de uma forma geral, mais limpo e nítido, certas fases usam um efeito de calor que aumenta aliasing. A versão Switch continua a ser mais nítida que a da Wii U mas a diferença é muito pouca.
Switch
New 3DS
A versão 3DS aguenta-se surpreendentemente bem contra o seu irmão mais novo (fotografia em vez de capturas foram usadas aqui para a 3DS). A resolução, qualidade das texturas, iluminação e sombras sofrem uma queda - ainda assim, o resultado final é extremamente atraente para uma máquina tão datada.
Switch
New 3DS
Esta fase mostra a perda de geometria e de iluminação bloom, entre outras coisas mas, ainda assim, mostra o efeito de calor. É um port impressionante nos mais diversos níveis.

Para aqueles que se estão a perguntar, tirei um momento para testar o jogo na 3DS XL e na New 3DS. Como um jogo de última geração, estava à espera que o jogo tivesse sido aprimorado no sistema mais novo, mas olhando para as duas versões lado a lado, a qualidade visual parece idêntica. Na verdade, testei a demo em vários sistemas 3DS diferentes - e numa 2DS - e a experiência é consistente em todo o grupo. No entanto, os proprietários da New 3DS desfrutam de um 3D muito mais estável, que permite que o modo estereoscópico funcione de maneira mais confiável, sem mudar de posição quando movimentas a tua mão. Com a natureza isométrica do jogo em mente, este é um título que recomendo jogar em 3D.

O que realmente impressiona prende-se com o facto de Captain Toad continuar lindíssimo, passados todos estes anos. A primeira vez que escrevi sobre o jogo foi no final de 2014 e notei que Captain Toad resistiria ao teste do tempo, já que se tratava de um jogo extremamente belo, com óptimos controlos e uma performance sólida. O jogo foi lançado numa era onde os jogos PS4 e Xbox One sofriam frequentemente de problemas no lançamento, exigindo patches para resolver estas questões técnicas. Capitão Toad foi impecável desde o primeiro momento.

Este é o tipo de jogo que, mesmo que acabasse por ser lançado no PC ou na Xbox One X, continuaria a ser um óptimo título. Quando as pessoas falam sobre a Magia da Nintendo, é sobre isto que elas estão a referir-se, mesmo que não consigam traduzir isto em palavras. Agora, tudo isto pode ser um elogio grande demais para o que é efectivamente um jogo de quebra-cabeça em pequena escala, mas sempre gostei de Captain Toad: Treasure Tracker e é óptimo vê-lo regressar na Switch e na 3DS. Visualmente, é melhor no novo sistema, e funciona quase extremamente bem caso consigas superar a falta de controlos por toque - mas é a versão 3DS que oferece a maior surpresa. Em 2014, nunca teria imaginado que a 3DS iria ter mais anos de vida que a Wii U, chegando ao ponto de receber jogos da antiga consola caseira da Nintendo. Captain Toad na 3DS pode não estar a par da versão original, mas considerando a plataforma em questão, consegue aguentar-se notavelmente bem.

O último ponto a discutir aqui é óbvio - Captain Toad: Treasure Tracker é baseado em mini-jogos feitos em Super Mario 3D World na Wii U, sendo que a introdução deste port na Switch sugere que, talvez, poderemos ver 3D World futuramente na híbrida da Nintendo. Afinal de contas, é uma fusão perfeita entre Mario 2D e 3D e continua um título brilhante hoje como foi em 2013, no ano em que foi lançado. Como a Nintendo está, basicamente, a transportar o catálogo completo da Wii U para a Switch neste momento, mais vale continuarem por este caminho e trazerem o jogo de uma vez por todas. Como prova de conceito, Captain Toad mostra como isto poderia revelar-se um sucesso, sendo que existe uma probabilidade alta de que seja recebida de forma ainda mais calorosa.

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