Castlevania: Lords of Shadow
O recomeço de uma saga.
Ao longo desta jornada Gabriel vai ficando mais poderoso e nós conseguimos sentir isso. Com os pontos que ganhamos ao avançar de nível em nível e de capítulo em capítulo podemos (e devemos) adquirir novos combos para Gabriel, são tantos e tantos que é difícil lembrar de todos eles, mas sinceramente, não precisam de preocuparem-se em sabê-los, a essência da jogabilidade de Castlevania: Lords of Shadow resume-se a saber conjugar os botões quadrado triângulo e a saber quando nos devemos desviar dos ataques inimigos.
Lutar contra criaturas sobrenaturais não será a única coisa que irão fazer neste título, foram incluídos uma boa dose puzzles para resolverem, no entanto a Mercury Steam foi generosa e se apenas procuram acção e não querem perder tempo nestas secções podem simplesmente desbloquear a solução. Considero esta função bastante útil, mesmo que consigam resolver alguns dos puzzles, haverá alguns em que se calhar terão mais dificuldade, e em vez de irem procurar a solução à Internet (isto é uma realidade nos dias que correm), desbloqueiam a solução e continuam a jogar sem interrupções.
Não há que enganar que Lords of Shadow vai buscar inspiração a jogos como God of War, não só na sua utilização de QTE, mas também em alguns objectos que Gabriel ganha aos derrotar os Lords of Shadow. No decorrer desta aventura vamos ganhar umas botas que nos permitem correr mais rápido (aonde é que eu já vi isto?) e umas asas que nos ajudam a saltar longas distâncias (também já vi isto em algum lado). Não condeno o jogo por ir buscar características de God of War, visto que o título da Santa Monica Studios é um dos mais famosos da marca PlayStation e um dos mais aclamados.
Castlevania: Lords of Shadow aposta numa progressão lenta e vai contando a história lentamente (não dá logo as cartas todas). É um dos jogos mais longos que já joguei do género, no entanto, a sua longevidade não faz com que se torne repetitivo ou aborrecido, apresenta muita variedade, seja na jogabilidade que vai evoluindo, nas secções de platforming, puzzles ou acção.
A variedade nos cenários dos níveis faz-nos sentir que estamos realmente numa jornada. Nota-se que a Mercury Steam tratou os cenários e design dos níveis com muito cuidado e deu muita atenção aos pormenores. Alias, a nível gráfico está muito bom, mas não posso deixar de mencionar que reparei que a framerate de Castlevania: Lords of Shadow pode atingir níveis baixos, em algumas ocasiões, algo que não é nada agradável, embora não afecta a experiência geral.
O maior defeito que posso apontar a Castlevania: Lords of Shadow é que não traz nada que não tenhamos visto noutros jogos. Falta-lhe algo que o torne verdadeiramente único, não estou a dizer que é exactamente igual a outros jogos porque não o é, apenas gostava poder dizer algo como "Nunca vi isto em nenhum lado", resumindo, falta-lhe uma identidade mais forte.
De qualquer forma, o defeito apontado em cima não impede Castlevania: Lords of Shadow de ser bastante agradável de jogar. Com este título a série Castlevania está num bom caminho, embora não tenha sido desta vez que a glória dos Castlevania 2D tenha sido recuperada, e sinceramente, acho que esse feito nunca será alcançado. Não obstante, a Mercury Steam fez um óptimo trabalho e penso que deveria produzir futuros títulos da série pois conseguiu dar um rumo a esta série que estava meia perdida.