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Castlevania na Netflix - a merecida homenagem

Apenas foi preciso esperar 30 anos.

Foi em setembro de 1986 que a Konami deu a conhecer ao mundo a série Castlevania. Uma sensacional série de jogos de plataformas protagonizados pela lendária família Belmont, que tentava a todo o custo terminar o reino de terror de Dracula sobre a Europa de Leste. O sucesso deste jogo para a NES foi tanto que rapidamente surgiu a sequela e em dezembro de 1989 chegou às lojas Castlevania III: Dracula's Curse, aquele que ainda hoje é considerado como um dos melhores momentos na série Japonesa. A série conseguiu um dos seus mais brilhantes momentos com Castlevania: Symphony of the Night em na PSone em 1997, mas foi este Dracula's Curse que a catapultou para os níveis de qualidade e popularidade pelas quais ficou conhecida.

Dracula Vlad Ţepeş

Apesar da sua grande popularidade e da paixão que desperta nos fãs, a série Castlevania corria o risco de cair no esquecimento, tornando-se em mais um nome para os saudosistas. A Konami não parece interessada em desenvolver jogos de grande perfil para as plataformas dedicadas e o talento que poderia entusiasmar os fãs já não mora lá. A companhia Japonesa parece ter-se focado nas pachinko, nos jogos mobile, em PES e pouco mais. Eis que, sem qualquer palavra da Konami, Adi Shankar, realizador Norte Americano, anunciou que estava a realizar uma série televisiva animada de Castlevania para a Netflix.

Depois de Lords of Shadow 2 e da saída de Koji Igarashi em 2014, o principal responsável por manter Castlevania em alta após Symphony of the Night, ninguém esperaria que a Netflix anunciasse uma série televisiva animada sobre esta propriedade da Konami. No entanto, ela é real, já se encontra disponível na Netflix e depois de uma espera de 30 anos, finalmente Castlevania é homenageado através de uma série ou filme. Shankar, um dos grandes responsáveis pela série, contou com a ajuda de Warren Ellis, escritor que trabalhou em várias séries televisiva, que escreveu arcos de história em comics da Marvel e DC, e que também trabalhou como escritor principal no primeiro Dead Space.

Shankar e Ellis colaboraram com outros nomes nesta série da Netflix, que pega em Dracula's Curse e o adapta para este formato. A primeira temporada, já disponível, é composta por 4 episódios de 20 minutos cada (que até podes encarar como um filme de 80 minutos se quiseres) e são suficientes para contar a história do mítico jogo. Nesta adaptação, é apresentada uma razão para o ódio de Dracula sobre a humanidade e o porquê de libertar o seu exército de demónios sobre a humanidade. Trevor Belmont é o principal protagonista, tal como no jogo, e recebe a ajuda de Sypha Belnades e de Adrian Ţepeş.

Adrian Fahrenheit Ţepeş, mais conhecido como Alucard e o protagonista do memorável Castlevania: Symphony of the Night, marca presença nesta primeira temporada e parece pronto para afirmar-se como o grande protagonista da segunda temporada. No entanto, isso ainda é um mistério e terás de ver a série para descobrir como chegamos a esse ponto. Estes quatro episódios focam-se em Trevor, como referido, o último descendente da família Belmont que depois de lutar exaustivamente pela humanidade contra criaturas sobrenaturais, acabou por ser excomungada pela Igreja. Trevor não encontra muitas razões para lutar e ajudar o resto da humanidade, mas os eventos vistos aqui parecem estar pré-destinados.

Warren Ellis e Adi Shankar aclamaram desde o primeiro instante que esta seria uma série animada bastante autêntica e fiel, com uma forte dose de violência e gore. Não estavam a mentir. Ellis diz que há muito trabalha nesta adaptação, ainda antes de Game of Thrones ser conhecido, e partilha da mesma vontade em tornar alguns momentos mais marcantes através da violência gráfica. Mesmo sendo uma obra de animação, existem momentos em que o gore domina, mas de uma forma que apenas salienta a essência de Castlevania.

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A Norte Americana Powerhouse Animation Studios, que está a trabalhar em Voltron: Defender of the Future, e a Federator Studios, de Adventure Time, foram as responsáveis pelo trabalho de animação na série. Este é um departamento no qual ficamos com a sensação que a qualidade poderia estar melhor, mas tendo em conta que já é uma espécie de milagre a série existir sequer, não vamos ser esquisitos. Esta é uma série mais focada nos personagens, na essência de Castlevania, do que propriamente na acção e nas animações.

Sugerindo que se vai inspirar nesse mítico Symphony of the Night, a série animada de Castlevania estará de regresso no final de 2017 com mais episódios. Por enquanto, fica uma merecida homenagem a uma série icónica, numa pequena série que respeita em pleno a propriedade na qual foi inspirada. A animação poderá deixar a desejar, algumas vozes podem não cumprir, mas tudo o resto demonstra carinho e conhecimento suficientes pela propriedade da Konami.

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