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CEO da Krafton atribui fracasso de The Callisto Protocol à jogabilidade

Promete mais criatividade e novos IPs.

Crédito da imagem: Striking Distance Studios

The Callisto Protocol não conseguiu satisfazer as expectativas devido à falta de inovação na sua jogabilidade, segundo o diretor executivo da Krafton, Changhan “CH” Kim. Numa entrevista recente ao Game Developer, Kim disse que, apesar do jogo apresentar visuais impressionantes e uma narrativa interessante, não conseguiu destacar-se no aspeto mais importante: a jogabilidade. Segundo Kim, esta falta de “vantagem na jogabilidade”, uma caraterística que o distingue dos seus concorrentes, foi a principal razão para o desempenho pouco satisfatório.

Produzido pelo estúdio Striking Distance, o jogo foi concebido como um sucessor espiritual de Dead Space, com o envolvimento direto de Glen Schofield, um dos principais criadores deste clássico de terror. No entanto, apesar das elevadas expectativas, The Callisto Protocol não conseguiu atingir os objetivos de vendas internos, o que levou a despedimentos e, eventualmente, à saída de Schofield da empresa.

Um dos principais pontos abordados por Kim foi a dificuldade enfrentada pela Krafton e pela Striking Distance quando se aventuraram pela primeira vez na produção de um título AAA centrado numa experiência single-player. Além disso, o processo de produção foi marcado por longas horas de trabalho, o que dificultou a avaliação da direção certa para o projeto. Para Kim, a maior lição aprendida foi que, independentemente da qualidade gráfica ou da narrativa, a inovação na jogabilidade é essencial para o sucesso de um jogo desta dimensão.

O feedback dos jogadores e dos críticos parece corroborar esta opinião. Embora a atmosfera sombria e os elementos de terror de The Callisto Protocol tenham sido alvo de certos elogios, muitos jogadores sentiram que o combate, baseado em esquivas e ataques corpo a corpo, era frustrante e pouco dinâmico. A inevitável comparação com Dead Space também não ajudou, pois muitos esperavam uma evolução mais significativa na mecânica de jogo, algo que não se concretizou na prática.

Para além disso, os problemas técnicos foram outro ponto de crítica. O desempenho do jogo variou entre plataformas, com problemas de fluidez nas consolas como a PS5 e a Xbox Series X, e algumas escolhas de design tornaram a experiência menos fluida, especialmente durante os combates mais intensos.

Olhando para o futuro, Kim sublinhou que a Krafton está a adotar uma abordagem criativa na produção de novos jogos, dando prioridade à inovação, mesmo que isso signifique maiores riscos e um crescimento mais lento. O CEO disse que é importante experimentar durante as primeiras fases de produção, quando os custos são mais baixos e há mais espaço para ajustes antes de entrar em plena produção.

Trata-se de uma postura que resulta de um processo de aprendizagem após o lançamento de The Callisto Protocol, e Kim salienta que a empresa vai continuar a investir em novas ideias, procurando sempre criar experiências que inovem na jogabilidade. Apesar das dificuldades, o executivo acredita que a experimentação contínua pode eventualmente resultar num novo sucesso, tal como o fenómeno PUBG.

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