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Chained Echoes foi uma das maiores surpresas de 2022

Um RPG à imagem dos maiores clássicos.

Chained Echoes foi lançado no início de dezembro de 2022 e chegou para se posicionar automaticamente como um dos mais brilhantes exemplares do atual estado desta indústria. Numa era em que os indies já se tornaram parte essencial deste nosso passatempo, Chained Echoes figura como uma incrível referência ao poder e capacidade de triunfo dos pequenos criadores.

Isto porque Matthias Linda desenvolveu praticamente sozinho este Chained Echoes e não se focou em copiar, mas sim em capturar a essência. Esta abordagem resultou numa metodologia assinalável. Este alemão decidiu pegar na sua paixão por títulos como Final Fantasy 6, Chrono Triger ou Secret of Mana e criar um novo jogo que mistura elementos clássicos comuns aos JRPGs dos anos 90 com refinamentos para um título apresentado em 2022. Além disso, sem jamais perder o respeito pela essência clássica, apresentou ideias próprias.

A essência clássica deste RPG é imediatamente aparente com os seus visuais 16-bits e combates por turnos, mas Linda mostra o refinamento modernizado ao não apostar em confrontos aleatórios e num conhecimento do que poderia ser melhorado para reduzir atrito ou dinamizar processos. Não existem aqui mecanismos ou artificialidades para complicar a experiência, apenas um RPG altamente satisfatório e com um nível de desafio que agarra a tua atenção.

A narrativa, envolta em trama política e social, resulta muito bem e os visuais são na sua maioria deslumbrantes, mas diria que é no sistema de combate que Linda nos agarra a sério. Em Chained Echoes não sobes de nível ao ganhar XP, o que significa que não podes ultrapassar os bosses e zonas mais difíceis ao participar em confrontos até alcançares o nível que te permitirá bater facilmente a batalha que te dá cabo da paciência.

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Em Chained Echoes, tens de melhorar as habilidades de cada personagem ao participar nas batalhas, o que confere uma redobrada importância a esta faceta da gestão das personagens. Escolher bem as habilidades que ativas com os escassos pontos que ganhas é fundamental, enquanto dentro das batalhas tens outras mecânicas como gerir a barra Overdrive. Repetir habilidades faz a barra Overdrive chegar ao vermelho e o objetivo é mantê-la na parte verde. Terás de defender ou usar um dos Ultra Moves para gerir a barra.

Isto significa que o sistema de combate de Chained Echoes, que parecia tão simples à primeira vista, está repleto de camadas de estratégia. Usar bem as habilidades, proteger, escolher bem a equipa e as duplas (podes criar duplas e trocar entre duas personagens a meio das batalhas) e gerir bem o progresso é parte do encanto de Chained Echoes. É um olhar atual para os JRPGs dos anos 90 que não os copia diretamente, mas recria a sua essência de uma forma apaixonante.

Chained Echoes é uma paixão praticamente imediata, um RPG criado à imagem dos JRPGs da era 16-bit e que evidencia o tremendo nível de conhecimento e paixão pelo género que Linda adquiriu ao longo dos anos. Praticamente tudo funciona ou revela refinamentos que encaixam na perfeição no que imaginarias para versões remodeladas ou atualizadas de muitos dos clássicos da década de 90. Não podia de forma alguma deixar de destacar Chained Echoes e como o valente esforço de uma pessoa resulta num incrível prazer para a multidão de fãs.

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