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Comité Olímpico abandonou parceria com Nintendo e Sega e deu-se mal

Aposta nos NFTs foi um tiro no escuro.

Crédito da imagem: Nintendo/SEGA

A procura por novidades e a tentativa de acompanhar as tendências podem muitas vezes levar a decisões comerciais questionáveis. É o caso do Comité Olímpico Internacional, que terminou recentemente uma parceria de 12 anos com a Nintendo e a Sega para explorar o potencial dos NFT, uma escolha que é agora vista como um erro grave, como explica o artigo de Rob Fahey no Gamesindustry.biz.

A série Mario & Sonic at the Olympic Games foi uma colaboração frutífera entre a Nintendo, a Sega e o COI, com o lançamento de seis jogos que abrangem desde os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 até aos Jogos de Tóquio em 2020. Estes jogos, apesar do desafio de adaptar uma grande variedade de desportos olímpicos ao formato de videojogo, foram bem recebidos e venderam bastante bem.

No entanto, para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, não há um novo jogo Mario & Sonic. Em vez disso, o COI optou por explorar os NFT e os eSports, dando origem a um título para dispositivos móveis e PC, Olympics Go Paris 2024, que se centra nas transações na aplicação e na possibilidade de desbloquear NFT. Esta decisão não só interrompeu uma parceria de sucesso, como também resultou num título que não conseguiu captar o mesmo sucesso ou entusiasmo que os jogos anteriores.

Nos últimos anos, a indústria dos jogos tem assistido a uma onda de entusiasmo em relação aos NFT, com muitos investidores e empresas de jogos a direcionarem recursos significativos para este novo mercado. No entanto, o artigo do GamesIndustry.biz salienta que esta febre dos NFT acabou por desviar recursos valiosos - como capital de investimento, tempo de desenvolvimento e competências - de projetos mais promissores e comprovados.

A decisão do COI de abandonar uma parceria de sucesso para seguir a tendência do NFT é um exemplo paradigmático do custo de oportunidade que implica seguir modas sem uma análise cuidadosa. Muitos projetos baseados em NFT não produziram resultados tangíveis, resultando em perdas financeiras e no abandono de projetos promissores.

A passagem para os NFT e o subsequente fracasso sublinham uma lição crucial: as empresas devem equilibrar cuidadosamente a procura de inovação com o apoio a modelos comerciais estabelecidos e bem-sucedidos. As decisões empresariais impulsivas, especialmente num sector tão volátil como o dos jogos, podem ter consequências prejudiciais e prolongadas.

Além disso, o artigo destaca que o impacto dos NFTs na indústria dos videojogos ainda se faz sentir, com muitos projetos que receberam investimentos consideráveis a enfrentarem agora dificuldades ou a serem abandonados. Esse cenário gera uma ponderação sobre a importância de decisões informadas e estratégicas na alocação de recursos, evitando a tentação de seguir tendências de curto prazo sem uma análise robusta.

Concluindo, o facto do COI ter abandonado a sua parceria com a Nintendo e a Sega para explorar os NFT constitui um exemplo claro dos riscos e custos de perseguir modas na indústria dos videojogos, pondo em evidência a necessidade de um equilíbrio cuidadoso entre inovação e continuidade.

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