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Command & Conquer 4: Tiberian Twilight

Será mesmo possível?

A Nave de Suporte tem que ser colocada em locais previamente definidos, quando existem vários locais, não há uma grande certeza de qual será o que nos traz mais vantagens. Há que construir rapidamente unidades, que apenas serão disponibilizadas quando fixamos a Nave de Suporte no terreno de jogo. A organização das unidades no campo de batalha é muito estranha e até ultrapassada, não há a possibilidade de as colocar em formações, nem muito menos de as virar para determinado ponto do terreno, exagerando um pouco, posso dizer que é “tudo ao molho e fé em Deus”. Pessoalmente penso que o jogo beneficiária de uma menor velocidade de deslocação das unidades, e de um ritmo de jogo mais pausado. Não há tempo para pensar, é tudo em câmara rápida. Gostaria também de fazer referência à fraca inteligência artificial dos inimigos, que muitas vezes ficam estáticos a observar os camaradas a serem chacinados a meia dúzia de metros da sua posição.

Por mais afável que eu tenha sido com Command & Conquer 4, o jogo não parou de me desiludir. Existem muitos problemas relacionados com a jogabilidade, uns já referidos, e outros relacionados com o interface e visão do terreno de jogo. É incompreensível a visão global que temos, a câmara está demasiado colada ao mapa, o zoom negativo é inacreditavelmente limitado, ficando o jogador com a visão da batalha muito reduzida, mesmo em resoluções elevadas, 1680*1050. Escusado será dizer que cria inúmeras dificuldades na jogabilidade, lutamos constantemente com a câmara para descortinar onde estão os inimigos, e não poucas foram as vezes que esqueci as minhas próprias unidades. As ferramentas disponíveis no interface estão bem seleccionadas, mas este é gigantesco, ocupando em demasia o ecrã de jogo, já de si muito reduzido.

Esta mulherzinha irrita e de que maneira!.

É claro que o facto da visão ser reduzida traz algumas vantagens, pelo menos em termos de performance. O jogo é pouco exigente, facilmente se joga com o máximo do detalhe disponível. Há pormenores bem conseguidos, como as explosões, os efeitos das ondas de calor, e até uma aceitável criação de todas as unidades. Mas pouco mais há a enaltecer, o jogo é pautado por uma qualidade visual mediana, com texturas fracas, construção dos mapas muito descuidada, onde se nota a falta de empenho e pormenorização do terreno de jogo. De referir que o jogo está bloqueado a 30FPS, lamentável para quem possui computadores bem apetrechados.

A utilização de personagens reais na concepção dos vídeos, que localizam o jogador na história e o coloca a par dos acontecimentos, tem sido a imagem de marca desta série. Mas nos últimos anos, últimos títulos, as coisas não têm corrido da melhor maneira. O título mais recente, Command & Conquer: Red Alert 3, que incluía meninas muito sensuais, tentando dessa forma cativar os jogadores, deixou-me algo estupefacto com o rumo que a franquia estava a adoptar. Command & Conquer 4: Tiberian Twilight volta a fazer uso de personagens reais para a elaboração das cenas em vídeo. Estas continuam com uma qualidade algo duvidosa, a envolvência que estas criam no jogo não é a melhor, muito devido a algumas representações menos conseguidas. Sempre achei as sequências de vídeo algo deslocadas do jogo e muito forçadas, em Command & Conquer 4 isso volta a ser evidente.

Graficamente varia entre o bom e o mediano. As explosões são uma delícia.

Se a campanha a solo não consegue captar a atenção do jogador, então a vertente para múltiplos jogadores muito menos. A campanha pode ser jogada em modo cooperativo, temos também a possibilidade de jogar em mapas contra o computador e online com jogadores de todo o mundo, num máximo de 5 vs 5. Infelizmente o único modo de jogo disponível é o Domination, há que capturar pontos estratégicos espalhados pelo terreno e mantê-los o máximo de tempo possível. Sinceramente, é muito pouco para um jogo de estratégia em tempo real, não consigo compreender, a longevidade do modo para múltiplos jogadores é terrivelmente curta. Não esquecer que Command & Conquer 4 requer que a ligação à internet seja permanente, ao bom estilo de Assassin's Creed II para PC, se a ligação cair somos retirados do jogo, mesmo nos modos de jogo offline. Não compreendo esta obrigatoriedade, mesmo sabendo que existe uma actualização contínua do nosso perfil.

É triste verificar que a cada jogo lançado a série perde um pouco da sua qualidade. Os fãs talvez não dirão o mesmo, e até irão gostar do jogo. Penso que há que reflectir sobre o caminho que a série está a seguir, e que os responsáveis pela franquia sintam algum amor por Command & Conquer, não deixando que este se arraste penosamente até a um fim nada glorificante.

6 / 10

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