Company of Heroes 2: Ardennes Assault - Análise
Com os olhos no horizonte.
É de louvar a persistente aposta por parte da Relic Entertainment num género que já teve melhores dias. Não existe muito por onde escolher no universo dos RTS, e esta é uma oportunidade de continuarem a saborear o que de bom ainda se consegue fazer com este conceito de videojogo.
Abordar este título faz-me sempre regressar ao passado glorioso deste estilo. As horas que gastei de volta de jogos como o fenomenal Ground Control, ou mesmo a série Command & Conquer, e outros que tornaram esta via digital tão famosa e apetecível há uns bons anos atrás. São tempos que provavelmente nunca voltarão, mas tudo depende do caminho seguido pela indústria e sempre pelas opções de compra dos jogadores.
Esta é uma expansão que não necessita do jogo original, Company of Heroes 2: Ardennes Assault é exigente, brutal na vertente humana, mas é ao mesmo tempo gratificante a cada vitória alcançada e com o objetivo final cada vez mais próximo. Aqui não há lugar para erros e à medida que se avança sentimos na pele as dificuldades inerentes à dureza das batalhas. Observar o desenrolar dos embates e chegar a um ponto onde já temos poucos recursos humanos para atingir o objetivo proposto, cria uma sensação de incapacidade perante tamanha jornada.
Somos colocados no comando de três companhias americanas, cada uma com os respetivos percursos que vão mudar o desenrolar da guerra. Há que evoluir os elementos que perfazem cada uma delas, através duma árvore de melhorias que vão impulsionar as capacidades das nossas unidades. Cada missão concluída é sinónimo de evolução dos elementos que sobreviveram. Há que gerir todos os parâmetros de forma a gastar os recursos em pontos que vão de encontra ao estilo de abordagem que pretendemos.
Mais uma vez temos que ter muita atenção às nossas unidades, estas são o coração de toda a companhia que gerimos. Aqui todos contam, e a simples perda dum significa a diminuição das nossas capacidades. Não há investidas suicidas, não existe a criação de exércitos gigantescos e deslocar tudo o que temos contra o inimigo, os recursos são escassos e a utilização é extremamente meticulosa. Existe uma real recompensa para os sobreviventes às batalhas, estes vão-se tornando em combatentes veteranos com superiores capacidades, incentivando no jogador um cuidado redobrado quando se toma uma decisão.
"Os veteranos da franquia vão amar mais conteúdo"
Como foi referido, cada missão terminada significa a aquisição de pontos que serão gastos no tratamento dos feridos e na melhoria das capacidades dos mesmos através de upgrades. Em seguida, há que estudar a próxima missão e delinear estratégias, observando bem o que temos que fazer e onde colocar cada uma das nossas peças.
Não existem muitas novidades em Ardennes Assault, e até podem argumentar que é um pouco caro para o que oferece, 39,99€. Penso que o devemos olhar como uma continuidade, providenciar mais conteúdo para a comunidade havida de desafios. Apesar de ser uma expansão que pode ser jogada sem o Company of Heroes 2, é evidente que não tem sentido iniciar a vossa aventura neste universo sem o adquirir. Os veteranos da franquia vão amar mais conteúdo, e desesperar por um possível terceiro jogo com novos cenários de guerra, mecânicas renovadas e adições que o façam evoluir.