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Compositor em Final Fantasy diz que a música nos jogos está a ficar aborrecida

Sente que querem imitar Hollywood.

Crédito da imagem: Eurogamer/Square Enix

O lendário Nobuo Uematsu, compositor japonês que deslumbrou o imaginário de milhões através das suas composições nos jogos Final Fantasy, entre outros, acredita que a música nos videojogos corre o risco de se tornar “aborrecida” se insistirem em copiar Hollywood. Além disso, alterou para o perigo de usar a inteligência artificial nesta arte.

Numa entrevista com o japonês NewsPicks, obrigado ao Automaton-Media, Uematsu descreveu a música na era 8-bits como “oxigénio para os videojogos” pois ajudavam a dar vida às personagens e histórias. Com o passar dos anos, surgiram melhorias na tecnologia que permitiram melhorar a qualidade dos sons e das músicas compostas para este meio de entretenimento interativo.

Uematsu diz que somente a partir da era PS1 começaram a sentir menos restrições de memória, mas ainda eram forçados a usar compressão para o som, num constante equilíbrio entre qualidade e memória disponível, para não forçar loadings muito grandes.

Somente a partir da era PS2 é que Uematsu sente que começaram a conseguir fazer tudo, com facilidade em expressar diversos géneros de música nas bandas sonoras.

Após décadas de progressos, Uematsu sente que a música recente se tornou menos interessante, uma vez que os produtos ficam satisfeitos em ter música “como a dos filmes” nos seus jogos. O compositor sente que se continuarem a imitar Hollywood nas bandas sonoras, não vão conseguir alcançar novos desenvolvimentos.

O senhor Uematsu acredita que o compositor deve procurar o seu próprio som, a sua identidade, para criar algo único, uma vez que o talento pessoal contribui imenso para a arte. É também por isso que considera que não devem usar a IA na composição, pois o compositor deve procurar a sua voz interior para encontrar algo único para transmitir a quem vai escutar as suas peças.

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