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Beta de Concord - Aposta da Sony num universo saturado de shooters

Uma enorme montanha por escalar.

Crédito da imagem: Firewalk Studios

Concord apresenta-se como uma nova aposta no vasto e dinâmico universo dos jogos multijogador competitivos, um cenário repleto de propostas de diferentes estúdios. Enquanto muitos optam pela estratégia free-to-play, permitindo o acesso gratuito ao jogo e monetizando através de microtransacções, a PlayStation e a Firewalk Studios, responsáveis pela criação de Concord, escolheram um caminho diferente.

Implementaram um modelo de custo inicial, em que os jogadores pagam uma quantia para aceder à experiência completa desde o início. Esta abordagem traduz a confiança que a produtora tem na qualidade e profundidade do conteúdo oferecido, apostando que os jogadores estarão dispostos a investir financeiramente

Variedade de heróis

No universo dos jogos multijogador, Concord apresenta uma proposta familiar, onde muitas vezes sentimos que já assistimos a algo semelhante anteriormente. A proposta inclui uma variedade de heróis, conhecidos como Freegunners, num total de 17 personagens, cada um com características únicas. Esta diversidade oferece múltiplas opções para diferentes estilos de jogo, permitindo aos jogadores escolher aqueles que melhor se adequam à sua filosofia. No entanto, é também necessário ter em conta as exigências da equipa, garantindo um equilíbrio estratégico na composição da mesma.

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A Firewalk Studios investiu fortemente no desenvolvimento das personagens de Concord, dedicando-se a criar histórias detalhadas para cada uma delas. A narrativa destas personagens tem um destaque particular, complementado por cinemáticas que explicam o universo que está na base de toda a experiência Concord. Esta abordagem não só enriquece a integração dos jogadores, como também aprofunda a sua compreensão e ligação ao mundo e à história que o moldam.

A Relevância da aarrativa

Estarão os jogadores realmente à procura de profundidade na apresentação das personagens? Embora a Firewalk Studios acrescente uma camada de imersão com histórias e cinemáticas detalhadas, isto pode acabar por ser secundário em relação ao que realmente importa nestes jogos: o combate. O fator decisivo é a experiência de jogo central e as recompensas que motivam os jogadores a investir o seu tempo. Como resultado, a jogabilidade e a satisfação derivada dos desafios e conquistas são o que realmente cativam e prendem a atenção dos jogadores.

Pessoalmente, o investimento narrativo nas personagens é um aspeto que pouco me importa; reconheço que enriquece a experiência global, o que é bom, mas o meu foco primordial nestes projetos é a capacidade do jogo para me encorajar a regressar e me fazer sentir recompensado. Concord tem muitas qualidades, mas também tem aspetos que me desagradam e outros que deixam claro que este tipo de experiência já existe de forma semelhante noutros produtos gratuitos.

O mais importante, o gunplay

Relativamente ao gunplay, Concord consegue ser sólido, embora precise de alguns ajustes. O tempo de reaparecimento é excessivamente longo e a distância para voltar à ação após morrer exige muitas vezes longas deslocações, agravadas pela lentidão de alguns dos heróis, que se movem a passo de caracol. Embora existam personagens mais rápidas, a experiência com as mais lentas pode ser particularmente frustrante. Entre os pontos positivos estão o bom desempenho das habilidades, a movimentação eficiente em curtas distâncias e a diversidade de abordagens nos confrontos. No entanto, as opções existentes precisam de ser melhoradas, especialmente em termos de velocidade de deslocação no mapa e tempos de respawn, para tornar a experiência mais fluida e satisfatória.

Admito que consegui encontrar diversão e gostei das várias opções de personagens, cada uma com habilidades interessantes que funcionam bem quando coordenadas com os membros da equipa. As personagens estão, de um modo geral, bem desenhadas, com habilidades que se complementam de forma orgânica: umas focadas no ataque, outras no apoio e outras na consolidação de posições. Não notei grandes falhas no equilíbrio do jogo, apenas me apercebi que muitos jogadores não se preocupam muito com as escolhas da equipa, o que é compreensível nesta fase de testes que incentiva a experimentação de todos os Freegunners.

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Mapas, design e desempenho

Os mapas, por outro lado, são apenas aceitáveis. Embora não sejam horríveis, estão construídos de forma a atingir um estatuto razoável, sem causar grande impacto. Falta-lhes algo de especial, são um pouco desprovidos de pormenores e elementos para os tornar marcantes. Talvez seja esse o design escolhido pelo estúdio, mas o resultado final é uma construção que não se destaca no cenário competitivo dos jogos multijogador.

No que diz respeito ao aspeto visual e ao desempenho, apesar de ainda não ser a versão final, notei alguns problemas no PC, com quedas abruptas de desempenho, especialmente durante a beta fechada. A atualização antes da beta aberta melhorou consideravelmente o desempenho no PC, mas ainda há algumas flutuações. Na PS5, o jogo apresenta-se robusto, com boa fidelidade visual, embora tenha sentido falta de um modo de desempenho a 120 fps. Num jogo com cross-play, esta opção seria benéfica para que a versão da consola pudesse competir de forma mais equilibrada com o PC em termos de tempos de resposta.

Conclusão

Concord é a aposta da Sony para entrar num universo saturado de shooters competitivos baseados em heróis, um mercado já cheio de opções. A tarefa não será fácil, especialmente porque o jogo requer um pagamento inicial para se ter acesso, competindo diretamente com ofertas gratuitas de outros estúdios, que muitas vezes rentabilizam fortemente os seus produtos através de microtransacções e conteúdos adicionais. A Sony terá de oferecer uma proposta suficientemente atrativa para justificar o custo e destacar-se num cenário tão competitivo.

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