Cooking Guide: Can't Decide What To Eat?
Com as mãos na massa.
Olhar para “Cooking Guide: Can't Decide what to Eat” como jogo é um erro. Não dá objectivos. Não exige ser habilidoso com os botões ou o stylus. É mais honesto designá-lo como um livro de culinária interactivo.
Ainda assim, não deixa de ser uma interessante peça. Parte da série Touch Generations que tanto sucesso tem granjeado por esse mundo fora (quantas vezes não viram já jogos como Nintendogs ou Brain Age nos tops de vendas?), Cooking Guide revela várias funcionalidades naquilo que se propõe fazer, mas, mais uma vez sublinho, deve ser encarado como uma peça de software; o único jogo presente é um título Game & Watch - “Chef” - que podem desbloquear.
Duzentas e quarenta e cinco receitas (divididas por país), com uma grande incidência nas receitas Asiáticas. Portugal também marca presença com os pastéis de nata e arroz de marisco. Podia ser pior, mas é uma oferta parca quando comparada com o número de receitas atribuidas a outros países e o nosso potencial para o efeito.
Pormenores patriotas à parte, é uma oferta convincente e bem dividida pelas diferentes regiões do globo e por tipo de cozinhado. Acompanhamentos, saladas, vegetais, sopas, massas, peixe, carne e, claro, sobremesas. Cada uma das receitas tem associada, logo no primeiro momento, uma foto (de aspecto saboroso, como seria de esperar) o tempo de preparação e um valor calórico.
Escolhida a receita, observam-se os utensílios e ingredientes necessários (a lista de ingredientes permite também que o utilizador tome nota dos ingredientes que têm à sua disposição ou em falta) e parte-se para a aventura! Ou melhor.. para a cozinha.
As receitas estão divididas por passos que, além de estarem no ecrã sob a forma de texto e imagens explicativas, são ditados pelo chefe de serviço. Este acompanhamento falado mostra-se útil durante a confecção, pois não é necessário estar atento à consola em si. Para que não andem a sujar a portátil durante a confecção, são também suportados comandos de voz como “Continue!”, “Details!” ou “OBJECTION!”. Quer dizer... este último não, mas a detecção de voz é bastante fiável. E o mesmo se pode dizer dos algoritmos de reconhecimento de escrita manual (com o stylus, claro), caso queiram anotar algum detalhe importante e associá-lo a uma receita.
Mesmo que sejam um pouco incompetentes, o chefe virtual dá uma ajuda, com explicações detalhadas (opcionais) dos procedimentos mais complexos e vários vídeos exemplificativos das acções mais comuns. Se forem esquisitos podem optar por esconder da vossa lista as receitas que contenham ingredientes que não vos agradam. E o calendário toma nota da vossa actividade culinária ao longo do tempo.
De realçar também o sistema de busca que permite encontrar a receita exacta para as condicionantes que estipulem. Busca por ingredientes, calorias, tempo de confecção entre outras coisas. Se souberem o nome, podem escrever parte dele no ecrã para despoletar uma procura.
Apesar da variedade das receitas, a sua pertinência já vai depender dos gostos de cada um, visto que algumas zonas do globo estão mal (ou melhor, pouco) representadas. Algum conhecimento da língua inglesa exige-se, mas essencialmente é necessário associar os diferentes termos “culinários” com o seu correspondente português, visto que de resto os passos são mantidos simples e directos.
Dar uma pontuação a este título é um exercício que se revela inútil, pois na verdade não o posso avaliar dentro de um “género” ou sequer enquanto jogo... A menos que fosse avaliar o Game & Watch incluído. De qualquer forma, pretendo com esta nota sublinhar a eficiência e “limpeza” do interface, a agradável variedade de receitas e funcionalidades e a notável atenção ao detalhe.