Crimson Desert - Um diamante (ainda) em bruto
Experimentámos uma demo do jogo.
Crimson Desert fez o meu radar dos videojogos apitar assim que o seu anúncio foi feito, decorria ainda o ano de 2019; os gigantescos mundos abertos que apelam a uma intensa exploração, juntamente com um combate dinâmico e uma narrativa com pitadas de fantasia, foram o suficiente para captar a minha atenção e colocar uma dose razoável de hype dentro de mim.
A espera tem sido longa, mas tudo indica que o jogo será lançado algures durante o ano de 2025. A Pearl Abyss, o estúdio por trás do projeto, ainda não revelou nenhuma data específica, mas esperemos que o façam em breve! Felizmente, para colmatar esta extenuante angústia, tivemos a oportunidade de experimentar o jogo a convite dos seus responsáveis, dando-nos uma ideia mais clara relativamente a um dos pilares fundamentais de Crimson Desert.
Um dos grandes jogos de 2025?
Para efeitos de contextualização, é importante notar que esta demo focava-se única e exclusivamente no combate do jogo, dividida em cinco secções específicas: numa primeira fase, enfrentámos hordes de inimigos no meio de uma batalha acesa e sanguinária, enquanto que as restantes consistem em bosses na sua vertente mais tradicional.
Mesmo com um tutorial apresentado em vídeo antes de iniciarmos a demo, Crimson Desert apresenta um combate e esquema de comandos extremamente complexo, que poderá ser um pouco complicado para aqueles jogadores que não estão habituados a jogar este tipo de jogos de ação. Kliff, o protagonista do jogo, pode fazer um ataque leve, ataque pesado, desviar, fazer parry, usar arco e flecha, entre uma série de outras combinações ao premir simultaneamente certos botões no comando.
Admito que, inicialmente, foi uma experiência devastadora – rodeado por dezenas de inimigos, Kliff era golpeado a torto e a direito, sendo quase impossível fugir ou quebrar a barreira por eles formada. Morri bastantes vezes. E não penses que só porque estás a atacar um determinado oponente, os outros vão ficar impávidos e serenos a assistir ao espetáculo!
Derrotámos 4 bosses de Crimson Desert
Assim sendo, parece haver uma curva de aprendizagem considerável em termos de combate, o que agradará aqueles jogadores que visam videojogos mais complexos. No entanto, volto a reforçar que esta era uma demo focada apenas no combate, que nos atirou sem escrúpulos para o seio da ação: não sei até que ponto é que a versão que joguei é representativa do produto final, mas acredito que, quando o título for finalmente lançado, os jogadores terão a oportunidade de experimentar as diferentes habilidades bélicas de Kliff com mais calma.
Esta lógica aplica-se também aos diferentes bosses que pude enfrentar. Todos eles são vorazes e implacáveis, com um vasto arsenal de ataques à sua disposição, e é necessário ter reflexos aprimorados e saber quando atacar/esperar.
A luta contra Staglord, um temível rei que enverga um escudo e espada (sem esquecer a bela coroa de chifres), tem relevos mais tradicionais, uma luta 1-contra-1 em que é imperativo esquivar dos seus ataques para não receber dano excecional; por sua vez, o safado Reed Devil usa os seus poderes de teletransporte para confundir-nos e pregar-nos rasteiras, sem esquecer a sua capacidade de criar sósias ou estruturas que temos obrigatoriamente de destruir para prosseguir com a luta; por fim, a bela Hexe Marie cria um exército de criaturas que perseguem Kliff sem dó nem piedade, ao mesmo tempo que é capaz de disparar projéteis de longe.
Queen Stoneback Crab merece uma menção honrosa especial, já que possui um funcionamento completamente diferente de todos os outros; em mecânicas que parecem misturar Zelda: Breath of the Wild ou Shadow of the Colossus, o objetivo é destruir alguns pontos específicos nas suas costas de maneira a eliminá-la, algo que não é tão simples como pode parecer.
Podes ver tudo em maior detalhe no vídeo acima, que mostra alguns dos melhores momentos nestes memoráveis confrontos. Todos eles apresentaram um alto grau de dificuldade, mas são igualmente desafiantes e estimulantes, alicerçados por belos gráficos e um desempenho exemplar. Joguei num PC com um comando DualSense, e em momento algum senti-me defraudado: para além das belas paisagens e das animações realistas das personagens, tudo parecia correr a 60FPS fluídos.
O combate pode ser melhorado
Mas por melhor que tenha sido a experiência, existem várias arestas a limar para tornar tudo mais compreensível e facilitar a vida aos jogadores. Por exemplo, o ênfase nos efeitos de partículas é bastante elevado e, apesar de satisfatório de um ponto de vista visual, torna-se contraproducente em contexto de batalha. Por várias vezes dei por mim a perder a personagem principal no meio do caos visual, o que não é uma sensação muito boa. Para além disso, a mecânica de lock-on nos inimigos nem sempre funcionava da forma pretendida, e este é um ponto que espero estar consertado assim que o jogo for lançado.
Poder jogar Crimson Desert, mesmo num estado não finalizado, deixou-me ainda mais entusiasmado pelo seu lançamento. Sinto que vi apenas uma fração muito pequenina daquilo que a Pearl Abyss está a preparar, e mal posso esperar para explorar todos os recantos do continente de Pywel. A escala parece hercúlea (basta olharmos para as cutscenes cinematográficas do nosso vídeo de gameplay) e tudo aponta para estarmos perante um dos grandes jogos de 2025.