Crysis 2 - Multiplayer
Falta de inovação.
Finalmente chegou a hora de Crysis 2 mostrar o que vale, principalmente o seu badalado motor de jogo, CryEngine 3, e neste caso o modo multiplayer. Não há dúvida de que estava entusiasmado com esta amostra da versão final, pois sou fã dos jogos da Crytek, desde o primeiro Far Cry que na altura revolucionou em termos visuais tudo o que tinha saído até à data.
O modo multijogador está por todo o lado, raro é o jogo que não o inclui, sendo até obrigatório, vejam o caso de Dead Space 2. A exclusividade Xbox 360 desta demonstração chegou de forma surpreendente, sabe-se lá qual a intenção da Crytek e da Microsoft. Mas o que mais importa é analisar esta amostra, que permite desde já avaliar o grafismo do jogo nas consolas, o seu modo online e as múltiplas funcionalidades do powersuite.
O primeiro sentimento é de uma certa desilusão. Já sei que muitos adoraram o jogo, mas eu não fiquei assim tão surpreendido. Existem muitas arestas a limar, muitos senãos que deixam antever um modo online pouco inovador, datado, e de certa forma idêntico ao que já temos no mercado. Tantas funcionalidades para chegarmos a um modo de jogo "deslavado" e muito decepcionante.
Mas vamos por partes, quero debruçar-me em primeiro lugar sobre seu aspecto visual. Sou daqueles jogadores que exige o melhor em grafismo, e pelo que podemos ver nesta demonstração, Crysis 2 fica muito aquém das expectativas. Não é uma revolução, pelo menos na consola da Microsoft, que não deverá estar assim tão diferente na PS3, colocando de parte a versão PC que certamente irá deixar todos boquiabertos. O jogo desilude em texturas, em falta de anti-aliasing, uma imagem pouco limpa, muitos pop-ups, e um horizonte pouco definido divido à ausência de filtração anisotrópica à distância. É apenas uma demo, eu sei, e no seu modo multiplayer, mas fica muito longe do prometido pela Crytek.
Agora vamos ao que mais importa, a sua jogabilidade e o modo online. Quem jogou Crysis vai sentir-se em casa, já que é tudo muito familiar, desde a movimentação, os poderes do powersuite e as armas. Quem nunca jogou Crysis, vai achar tudo muito inovador e surpreendente, mas depois do entusiasmo inicial, rapidamente irão deparar-se com a limitação e "vulgaridade" deste modo de jogo.
É claro que o jogo possui os seus pontos fortes, e também contém inovações pontuais que lhe conferem qualidade. É de salientar a maneira como adquirimos as recompensas quando executamos as killstreaks, temos que apanhar as tags dos inimigos abatidos. Outro ponto a favor vai para o sistema de aproveitamento da energia do fato, já que dela depende toda a utilização dos poderes disponíveis. Todos consomem energia, desde a stamina, os escudos, e até a força. A má utilização da energia do fato deixa o jogador vulnerável ao fogo inimigo, sendo um alvo muito fácil de abater.
As inovações presentes no jogo ficam por aqui, não existe muito mais a salientar. Os upgrades das armas parece que não surtem o efeito desejado, não modificando em muito o desenrolar dos acontecimentos. É tudo muito semelhante ao que já vimos em jogos do género. Claro que muitas das funções do jogo não estão disponíveis nesta demonstração, já para não falar dos mapas. Depois de algumas horas de jogo, e depois de desbloquear algumas das funcionalidades, chegámos à conclusão que tudo não passa de andarmos aos tiros e ter alguma sorte, os upgrades disponíveis passam para segundo plano.
Esta pequena amostra de Crysis 2 multiplayer não traz nada de novo ao género, não há inovação suficiente para se destacar. Existem pontos a rever e melhorar, como por exemplo a lag que encontrámos em praticamente todas as secções de jogo. Muito se tem falado deste jogo, mas muito mais será falado depois desta demo, já que ficam muitas dúvidas no ar, principalmente em relação à versão para as consolas e do seu multiplayer algo desanimador. A concorrência é forte, e a série Call of Duty dificilmente será destronada neste plano.
Crysis 2 chega em Março de 2011, para PC, Xbox 360 e PS3.