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Dance Central 2 - Análise

Simplesmente o melhor para o Kinect.

Dance Central foi considerado na altura do lançamento do periférico Kinect para a Xbox 360 como o melhor jogo a adquirir. Pessoalmente sou um fã acérrimo de jogos musicais, e a dança é um complemento excelente que os periféricos de detenção de movimentos trouxeram para as novas consolas. Mas depois de um Dance Central que pecava pelo parco conteúdo e modos de jogo, apesar de ser magistral na componente base, a dança, será que a sequela consegue ir mais além do que a dança em si?

O sistema é simples. Para quem nunca tenha experimentado um jogo de dança ou que esteja fechado aos jogos onde temos que usar um controlo como o Move ou Wiimote, então sejam bem-vindos ao próximo nível. A dança é símbolo de liberdade, de movimentos sensuais, frenéticos e, claro, convém ter ritmo. Por muito que outros jogos de dança queiram recriar os movimentos corretos, como usando apenas os comandos, sabemos que basta abanar o comando na direção pretendida e mesmo que estejamos parados a pontuação soube como não houvesse dia de amanhã.

Em Dance Central nada disso acontece. Aqui terão que ter ritmo, terão que cumprir com os movimentos de todo o corpo, desde as pernas, posição dos joelhos, braços, anca e até cabeça e altura da nossa posição. Sim, em Dance Central dançamos literalmente, pois se assim não fizermos de nada valer, nem que estejamos a bracejar por todos os lados.

O jogo deste ano eleva ainda mais a subtileza sobre os movimentos. Diferente do anterior, os movimentos são ainda mais específicos e as danças são agora mais elaboradas, principalmente nas movimentações verticais e pequenos passos. Um desses exemplos é a música Yeah! de Usher, que deteta de forma fenomenal o deslizar. É interessante que, como já o tinha referido no primeiro jogo, aprendemos realmente a dançar em Dance Central. Tal como na "vida real" em aulas, se não perdermos a vergonha e ficarmos ali presos a tentar apenas imitar os movimentos não vamos a lado nenhum. A dança é ritmo, é deixar-se levar pela música e quando fazemos isso somos recompensados, pois estamos realmente a dançar.

Como novidades neste segundo jogo temos agora a possibilidade de podermos dançar com um parceiro em estilo combate de pontos, no modo Dance Battle. Poderão ver em baixo dois grandes dançarinos nacionais a mostrar os seus dotes. O espaço necessário para podermos dançar com outro elemento é um dos fatores que poderá afastar o uso, em muitos lares, desta opção. Mas diferente do modo a solo, aqui temos uma visualização direta do nosso concorrente e claro a luta pela máxima pontuação é levada ao extremo. Empurrões não valem. Mas podemos também entrar em parceria de cooperação, aqui todos ganham.

Dance Central 2 está localizado para o Português do Brasil, e não podemos deixar de colocar um sorriso na cara quando ouvimos o nosso instrutor afirmar, "Cara, você está a ir muito bem". Outra novidade é a chegada do controlo por voz no jogo, embora apenas esteja disponível se colocarmos a nossa consola em inglês. Ainda nos modos cooperativos, de realçar a velocidade como podemos sair de uma batalha e entrar a meio. O Kinect reconhece rapidamente o novo dançarino presente.

Os novatos nestas andanças poderão sentir muita dificuldade em poderem concluir uma dança de forma aceitável. O jogo não penaliza o jogador por errar, pois como já acontecia no jogo anterior, nunca somos expulsos se falharmos, apenas não produzimos pontos. A curva de aprendizagem depende de cada um, nomeadamente no uso do "Break it down", onde os passos da dança são divididos e abrandados para podermos recriar os passos mais complicados. Aqui os comandos de voz são introduzidos, onde podemos literalmente comunicar com a consola e dizer por exemplo "Xbox slowdown".

Podemos também agora gravar um vídeo connosco a dançar e depois repetir o vídeo e verificar pela dança do instrutor por cima, onde estamos a errar e precisar de melhorar. Esta é na verdade uma das melhores adições ao jogo, que vai muito além do simples "jogar", mas sim serve perfeitamente como um instrutor de dança. Pena é que tenha ficado de fora a opção de partilhar essas mesmas prestações para a comunidade.

É uma luta ou uma dança?

Sobre as personagens que podemos escolher, para além das diferentes roupas, agora cada um pertence a uma equipa ou "crew". Temos os Riptide, Hi-Def, Flash4wrd, Glitterati, D-Cypher, D-Cypher Elite e os Lu$h. Ao todo temos personagens que iremos tentar acompanhar. A minha preferida é o Angel, devido ao seu enorme estilo. Com estas equipa entramos numa espécie de modo campanha, onde temos que defrontar as diferentes crews.

Não esquecer o regresso do modo de treino, onde podemos trabalhar o corpo e ficarmos em forma. Interessante que este é um modo que apesar de ser um extra, está algo deslocado de todo o conceito. Ok, antes de dançar deveríamos esticar as pernas, fazer alongamentos etc... Mas poucos são os que não saltam logo para os modos de dança direta. Estes já por si só, são um valente exercício físico.

Onde a edição deste ano de Dance Central peca, é na lista de músicas que estão originalmente no jogo. Como nota, se quisermos as músicas do primeiro Dance Central temos que as desbloquear por pagar 400 pontos Microsoft. Podemos contar com diversos estilos, mas pessoalmente introduzir músicas como Bulletproof de La Roux, deixará muitos de lado. Não que a música seja má, pois é excelente, mas devido ao seu formato e ritmo a dança não tem nada a ver com o que se canta, e para aqueles que queiram algo mais mexido, Dance Central 2 peca por isso.

Por outro lado tem pérolas como Get Ur Freak On de Miss Elliot ou My Prerogative de Bobby Brown. Têm umas calças a Aladino? Então entrem no ritmo dos anos 80.

Dance Central 2 faz bem tudo aquilo que Dance Central fazia. Está mais refinado nos movimentos e nos estilos de dança, mas perde contra o alinhamento do anterior, apesar de ter crescido no número de músicas, 44 no total. Também perde por ser demasiado "real" para muitos, deixando de lado a questão do divertimento errático, ou a possibilidade de podermos jogar com mais pessoas ao mesmo tempo, embora a adição de um segundo jogador já é favorável.

7 / 10

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