Darksiders
O Apocalipse chega a tua casa.
Como já é sabido, neste ano de 2010 temos grandes jogos em perspectiva, mas também podemos ter algumas surpresas ao longo dos doze meses. É o caso de Darksiders, um jogo desenvolvido pela Vigil Games, que tem como um dos fundadores Joe Madureira, um artista e escritor de comics. Conhecido pelo seu trabalho na Marvel Comics com a série X-Men, Joe Madureira é responsável pela história e pelo design artístico de Darksiders, e diga-se que fez um excelente trabalho.
Darksiders é um Hack and slash de acção e neste género existem jogos de respeito, por isso a fasquia é elevada. E onde terá sido que a Vigil Games foi buscar inspiração? Nada mais do que a vários títulos e misturar tudo num só jogo, onde é impossível não nos lembrarmos de God of War, Devil May Cry e com umas pitadas de The Legend of Zelda.
Mas nem tudo é igual, a sua história é inspirada na passagem Bíblica de Revelação ou Apocalipse. Temos nas mãos o poder de controlar um dos cavaleiros do Apocalipse de seu nome War, um ser muito poderoso, e com isso consegue o respeito até mesmo de enormes chefes maléficos. No entanto, o Apocalipse acaba por ocorrer na Terra, toda a humanidade é brutalmente assassinada e a terra fica em ruínas. Mas mesmo após o Apocalipse, a guerra continua entre os anjos e os demónios, uma luta pelo mundo dos Homens.
É neste momento que entra War, para estabelecer o equilíbrio, mas rapidamente é acusado de iniciar a guerra pelo Conselho Charred e perde os seus poderes. Mas consegue ter uma hipótese de redenção, foi-lhe dada a oportunidade de descobrir o responsável e o trazer perante a justiça. Parece uma história banal, do bem contra o mal, mas ao longo da trama muitas reviravoltas irão acontecer. A primeira missão do jogo começa com o retorno de War à terra. Cem anos depois, encontramos todos os humanos transformados em zombies, um mundo cheio de demónios e um planeta completamente devastado. As primeiras lutas começam com War despojado de todos os seus poderes, apenas temos uma enorme espada como arma. Confesso que inicialmente o jogo não me atraiu, mas felizmente com a progressão, War vai lentamente recuperando todos os seus poderes, tornando o jogo bastante mais interessante.
Darksiders tem mundos enormes para explorar, com muitos segredos escondidos, mas é essencialmente um jogo de acção, por isso as lutas são uma constante, com imensos movimentos, combos e armas. Inicialmente War tem os seus movimentos limitados e algo lentos, porém, após percorrer vários lugares entre a terra e o inferno, ele recupera habilidades, como asas, bloqueios e contra-ataques, movimentos de esquiva no ar e solo. Aos poucos torna-se num ser muito poderoso e capaz de destruir qualquer demónio, não importando o seu tamanho.
A jogabilidade é muito sólida, muito ao género de God of War, temos variadíssimas combinações, após executar alguns combos num inimigo um símbolo (representando um botão) irá aparecer na sua cabeça. Então basta apertar o botão e matamos de forma bastante violenta, sem piedade. Mas Darksiders ganha neste ponto a God of War, porque os movimentos do golpe final são feitos de forma bastante fluída e rápida, de tal forma que as vezes nem reparamos que carregamos no botão. Mas ao contrário de God of War, não existe mais que um botão para pressionar nos golpes finais, estando apenas resumido a um único botão para efectuarmos um Finish Him!!, o War faz o resto. Alias, a violência é simplesmente impressionante, que digam os Anjos que de um momento para o outro ficam sem as assas e vêem o seu corpo perfurado pela enorme espada de War. Pequenos demónios são simplesmente cortados ao meio sem piedade, até mesmo os de maiores dimensões e mais ferozes ficam sem braços e sem a cabeça num piscar de olhos. Tudo que aparece à frente de War fica em pedaços.