Darksiders Genesis Review - diversão a dois
Joga com War e Strife nesta aventura surpreendente.
A nossa review de Darksiders Genesis foi originalmente publicada 16 de Janeiro de 2020. Hoje voltamos a destacar a review devido ao lançamento das versões PS4 e Xbox One.
Parece inacreditável, mas já se passaram 10 anos desde que o primeiro Darksiders foi lançado. O primeiro jogo desta saga chegou a 5 de Janeiro de 2010, o que significa que celebrou o seu aniversário há cerca de duas semanas. É quase poético que Darksiders Genesis tenha sido lançado tão próximo desta data. Darksiders Genesis está disponível desde o início de Dezembro para PC (mas estão planeadas versões para PS4, Xbox One e Switch) e é quarto jogo da saga. Finalmente é introduzido Strife, o quarto cavaleiro do Apocalipse que ainda não tinha recebido destaque em nenhum dos jogos anteriores.
Se precisas de um Darksiders 101 muito rápido, esta é uma saga em que controlas os cavaleiros do Apocalipse. Os cavaleiros são nefilins (filhos da união entre anjos e demónios, segundo o lore da série) que seguem as ordens do The Charred Council, que por sua vez é responsável por gerir a ordem e equilíbrio do universo. Quem jogou os capítulos anteriores de Darksiders terá uma natural vantagem em termos de lore, mas não precisas obrigatoriamente de os jogar para desfrutar de Darksiders Genesis. O que precisas de saber acerca deste jogo é que se trata de um Dungeon Crawler em que controlas dois dos cavaleiros do Apocalipse: War e Strife.
Strife é uma personagem completamente nova que nunca antes foi jogável, enquanto War foi o protagonista do primeiro Darksiders. Existem duas formas de jogar: podes jogar sozinho e alternar livremente entre as duas personagens; ou jogar em modo cooperativo, em que cada jogador controla um dos cavaleiros. O jogo é divertido de ambas as formas. Uma limitação a referir é que não existe matchmaking, ou seja, se quiseres companhia para jogar tens que convidar um amigo online que tenha também o jogo ou jogar em ecrã dividido.
War e Strife - uma dinâmica inédita
Em Darksiders Genesis é a primeira vez que vemos dois cavaleiros do Apocalipse a interagir. Até agora, só tínhamos controlado os cavaleiros individualmente, mas a dinâmica entre War e Strife é positiva não apenas para o desenvolvimento de ambas as personagens mas também para a jogabilidade. Os dois complementam-se de várias formas: enquanto War é comedido e quer sempre seguir as ordens do Concelho, Strife é desmesurado e age rapidamente sem controlar as suas emoções. Na jogabilidade um também equilibra o outro: War desfere poderosos golpes, mas é lento e não tem longo alcance; Strife é muito mais rápido e com as suas pistolas consegue atacar os inimigos em segurança.
Se jogares sozinho, podes alternar rapidamente entre as duas personagens. Se uma das personagens morrer, tens que esperar uns segundos até que esteja disponível novamente, por isso efectivamente tens duas vidas. Ao jogar em modo cooperativo, sempre um dos jogadores perder a vida toda, tens que ir ao pé dele e curá-lo. No meu caso, joguei algumas vezes em modo cooperativo com o meu colega Bruno Galvão, mas a maioria do tempo joguei sozinho. Sublinho que é possível jogar inteiramente do princípio ao fim sem a ajuda de ninguém. Não existe nenhuma secção ou puzzle que requeira a presença de um segundo jogador. Em alguns puzzles só significa que terás um pouco mais de trabalho a mudar de personagem para combinar as suas habilidades.
"É possível jogar inteiramente do princípio ao fim sem a ajuda de ninguém"
Apesar da câmera estar mais afastada do que nos jogos anteriores, passando para uma vista de cima, Darksiders Genesis mantém a identidade da série: existe muita acção através dos combates contra os diferentes inimigos, mas também muitas oportunidades de exploração. E quanto me refiro a exploração, não estou a falar dos típicos coleccionáveis que apenas servem para ocupar tempo. Os níveis de Darksiders Genesis estão cheios de tesouros escondidos que te vão ajudar a melhorar ambas as personagens - aumentando as tuas barras de fúria e de saúde, desbloqueando novos poderes e fornecendo-te a moeda in-game necessária para poderes melhorar os ataques.
Não é um mero clone de Diablo
A perspectiva da câmera pode induzir-te em erro e levar-te a pensar que a Airship Syndicate fez um mero clone do popular jogo da Blizzard, mas depois de várias horas investidas fica evidente que Darksiders Genesis é um jogo muito próprio. Não há como esconder que houve várias influências que moldaram a experiência, mas o estúdio que a THQ Nordic escolheu conseguiu criar uma combinação única entre um hack-and-slash, RPG e dungeon crawler. A influência de The Legend of Zelda que tanto moldou os primeiros Darksiders continua aqui presente: ao longo da história terás que aprender habilidades com War e Strife para ultrapassar novos obstáculos. Podes depois regressar a níveis anteriores para aceder a secções às quais antes não tinhas acesso.
"Uma combinação única entre um hack-and-slash, RPG e dungeon crawler
"
Derrotando os inimigos vão-te aparecer uns itens chamados Creature Cores que podes e deves apanhar. Os Creature Cores servem para preencher uma árvore que dá melhores estatísticas de ataque, fúria e vida aos dois cavaleiros do Apocalipse. É o jogador que escolhe quais são os Core que insere na árvore, personalizando assim ao seu gosto a build dos cavaleiros. Existem dois tipos de cores: os cores de inimigos normais e aqueles que os bosses dropam. Ambos os tipos são necessários para preencheres a árvore por completo. Depois de apanhares um tipo de core, este será fortalecido sempre que apanhares um igual. Deste modo, és recompensado por repetires níveis anteriores.
O sistema dos Creature Cores é inicialmente difícil de perceber, mas com o tempo vai-se entranhando. O mesmo pode dizer-se da jogabilidade. Podes limitar-te a spammar o mesmo botão de ataque, mas o combate de Darksiders Genesis é muito mais vasto. Podes encadear combos, conjugar poderosos ataques usando a tua barra de fúria, invocar um cavalo nas áreas mais vastas e combater em cima dele, e por fim, transformares-te temporariamente numa versão gigante dos cavaleiros. É um jogo que tem muito para oferecer e que vai abrindo-se à medida que avanças nos 16 capítulos existentes - cada capítulo corresponde a um nível.
Um excelente Darksiders
A um ritmo normal, deves demorar cerca de 20 horas para chegar ao final de Darksiders Genesis. Obviamente, se quiseres passar os níveis a pente fino e atingir os 100% de completação, vais precisar de mais tempo. Depois do final, desbloqueias o New Game Plus e a nova dificuldade Apocalyptic. Além dos níveis da história, podes ainda testar as tuas capacidades de combate numa arena sem fim. Para um jogo que custa 29,99€, tem uma longevidade muito satisfatória e nunca se tornou aborrecido (e digo isto porque nem sempre ter uma grande longevidade beneficia um jogo).
Apesar da Airship Syndicate nunca ter feito um jogo da série Darksiders, saiu-se muito bem com este novo capítulo. Joguei todos os jogos da série até à data e Darksiders Genesis não fica atrás dos dois primeiros capítulos. É um jogo que consegue equilibrar muito bem os momentos de acção com a resolução de puzzles - e estes não imediatamente perceptíveis, obrigando-te a puxar pela cabeça para os resolver. Não é um jogo livre de problemas. Testámos a versão para PC (também existe para Google Stadia) e, por exemplo, numa tarde a jogar a aplicação foi abaixo duas vezes. Fora isto, existem raros engasgos na fluidez e as personagens podem ficar presas em alguns objectos. Há problemas técnicos para limar, embora no geral o jogo não sofra muito com eles.
Se és fã de Darksiders, então Darksiders Genesis é uma aquisição a fazer sem medo. Sentes-te poderoso a controlar os cavaleiros e existe uma sensação de aventura num cenário pós-apocalíptico inspirado por elementos bíblicos, que tanto caracterizou os jogos anteriores. Depois de Darksiders 3, que sofreu com problemas de desempenho e na jogabilidade, Darksiders Genesis conseguiu restaurar o meu interesse e confiança na série.
Prós: | Contras: |
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